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Reestruturação do Laiki Bank aumenta preocupação do Chipre

À incerteza política somou-se nesta quinta-feira o anúncio da reestruturação de um dos maiores bancos do país, o Laiki Bank

Os resultados do fechamento dos bancos começam a ser evidentes na ruas de Nicósia: as pessoas fazem compras com cautela e vão às lojas apenas para adquirir produtos de primeira necessidade (REUTERS/Yorgos Karahalis)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de março de 2013 às 20h35.

Nicósia - A população do Chipre continua preocupada com o desenrolar dos acontecimentos no país, imerso no confisco bancário e a crise política esde o último sábado, quando o Eurogrupo determinou uma taxa sobre os depósitos privados, uma proposta rejeitada na terça-feira pelo plenário do Parlamento local.

À incerteza política somou-se nesta quinta-feira o anúncio da reestruturação de um dos maiores bancos do país, o Laiki Bank, o que provocou temores sobre uma eventual quebra da identidade financeira.

"Dizem-nos que o banco está bem, que o banco está mal, que o banco "não sei o quê". Eu acho que isso significa o fechamento do banco e a perda de nosso dinheiro", disse à Agência Efe Kiriakos Mikhail, de 70 anos de idade, que, indignado, começou a enumerar os sacrifícios feitos em sua vida.

"Passei 30 anos comendo areia na Arábia Saudita. Deixe o Chipre quando era jovem e voltei velho a fim de economizar dinheiro para meus filhos e agora estou nesta fila para sacar 260 euros", esbravejou.

O Laiki Bank anunciou nesta quinta que restringe a 260 euros diários o limite de retirada de dinheiro nos caixas automáticos, algo que criou longas filas por mais um dia.

A isso se junta o confisco em vigor desde sábado, dia desde o qual os bancos do Chipre permanecem fechados. Nesta sexta, será votada uma lei que facilitará ao Governo e ao Banco Central limitar as transações financeiras.


"Preciso de dinheiro vivo, pois já há lojas que não aceitam cartões de crédito. O que podemos fazer? Também não podemos colocar gasolina no carro se não pagamos com dinheiro", reclama Katerina, uma empregada do setor privado que esperava com paciência na fila de um banco.

Os resultados do fechamento dos bancos começam a ser evidentes na ruas de Nicósia, e as pessoas fazem compras com cautela e vão às lojas apenas para adquirir produtos de primeira necessidade.

"Aqui não entrou ninguém há dias", lamentou uma venderora de uma loja de sapatos: "Como é possível fazer compras quando não se sabe o que acontecerá amanhã? Todos estamos à espera do que nossos políticos decidirão", completou.

A preocupação é ainda maior entre os funcionários do Laiki, que temem ficar sem emprego devido à da reestruturação da entidade financeira Entretanto, os dirigentes políticos do banco garantem que, se conseguirem o saneamento, poderão manter os postos dos 8 mil trabalhadores do grupo em toda a Europa.

Cerca de 3 mil pessoas, a maioria empregados da empresa, se concentraram nesta quinta nos arredores do Parlamento para manifestar a reprovação às medidas do Governo.

"Estou há 36 anos neste trabalho e agora nos dizem que muito provavelmente não vamos ter também nossa parte do fundo da previdência social", disse Alexandra Theodosiou, que trabalha no Laiki.

A sexta-feira começará com novas rodadas de negociações entre os líderes políticos do país, enquanto a população do Chipre se pergunta se seus dirigentes conseguirão entrar em acordo e acabar com as dúvidas sobre o futuro da ilha.

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Nicósia - A população do Chipre continua preocupada com o desenrolar dos acontecimentos no país, imerso no confisco bancário e a crise política esde o último sábado, quando o Eurogrupo determinou uma taxa sobre os depósitos privados, uma proposta rejeitada na terça-feira pelo plenário do Parlamento local.

À incerteza política somou-se nesta quinta-feira o anúncio da reestruturação de um dos maiores bancos do país, o Laiki Bank, o que provocou temores sobre uma eventual quebra da identidade financeira.

"Dizem-nos que o banco está bem, que o banco está mal, que o banco "não sei o quê". Eu acho que isso significa o fechamento do banco e a perda de nosso dinheiro", disse à Agência Efe Kiriakos Mikhail, de 70 anos de idade, que, indignado, começou a enumerar os sacrifícios feitos em sua vida.

"Passei 30 anos comendo areia na Arábia Saudita. Deixe o Chipre quando era jovem e voltei velho a fim de economizar dinheiro para meus filhos e agora estou nesta fila para sacar 260 euros", esbravejou.

O Laiki Bank anunciou nesta quinta que restringe a 260 euros diários o limite de retirada de dinheiro nos caixas automáticos, algo que criou longas filas por mais um dia.

A isso se junta o confisco em vigor desde sábado, dia desde o qual os bancos do Chipre permanecem fechados. Nesta sexta, será votada uma lei que facilitará ao Governo e ao Banco Central limitar as transações financeiras.


"Preciso de dinheiro vivo, pois já há lojas que não aceitam cartões de crédito. O que podemos fazer? Também não podemos colocar gasolina no carro se não pagamos com dinheiro", reclama Katerina, uma empregada do setor privado que esperava com paciência na fila de um banco.

Os resultados do fechamento dos bancos começam a ser evidentes na ruas de Nicósia, e as pessoas fazem compras com cautela e vão às lojas apenas para adquirir produtos de primeira necessidade.

"Aqui não entrou ninguém há dias", lamentou uma venderora de uma loja de sapatos: "Como é possível fazer compras quando não se sabe o que acontecerá amanhã? Todos estamos à espera do que nossos políticos decidirão", completou.

A preocupação é ainda maior entre os funcionários do Laiki, que temem ficar sem emprego devido à da reestruturação da entidade financeira Entretanto, os dirigentes políticos do banco garantem que, se conseguirem o saneamento, poderão manter os postos dos 8 mil trabalhadores do grupo em toda a Europa.

Cerca de 3 mil pessoas, a maioria empregados da empresa, se concentraram nesta quinta nos arredores do Parlamento para manifestar a reprovação às medidas do Governo.

"Estou há 36 anos neste trabalho e agora nos dizem que muito provavelmente não vamos ter também nossa parte do fundo da previdência social", disse Alexandra Theodosiou, que trabalha no Laiki.

A sexta-feira começará com novas rodadas de negociações entre os líderes políticos do país, enquanto a população do Chipre se pergunta se seus dirigentes conseguirão entrar em acordo e acabar com as dúvidas sobre o futuro da ilha.

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