Economia

Recuperação pode surpreender muitos analistas, diz Meirelles

O ministro da Fazenda disse que a crise econômica pode ser superada mais rápido do que muitos analistas esperam


	Henrique Meirelles: Meirelles afirmou que uma taxa de crescimento sustentável e não inflacionista para economia brasileira seria em torno de "2% a 2,5%"
 (Reuters/Ueslei Marcelino)

Henrique Meirelles: Meirelles afirmou que uma taxa de crescimento sustentável e não inflacionista para economia brasileira seria em torno de "2% a 2,5%" (Reuters/Ueslei Marcelino)

DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2016 às 21h13.

A profunda crise econômica do Brasil pode ser superada mais rápido do que muitos analistas esperam, mas uma eventual recuperação pode vir com crescimento lento, de acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles.

Meirelles afirmou que uma taxa de crescimento sustentável e não inflacionista para economia brasileira seria em torno de "2% a 2,5%", muito mais lenta que a taxa recorde de 7,6% observada em 2010, apesar de uma forte reversão da atual contração econômica.

O ritmo da recuperação depende da aprovação no Congresso de uma emenda constitucional que pode limitar o crescimento dos gastos do governo nas próximas duas décadas, uma medida que melhoria a previsibilidade e atrairia investimentos, segundo o ministro, que manifestou confiança de que os deputados apoiarão seu plano.

"É muito claro para os políticos que a situação é insustentável", disse Meirelles em Brasília. "Os eleitores estão desempregados ou com medo de perder o emprego" afirmou. "Passar a reforma é a única forma de trazer os empregos de volta".

O plano de limitação de gastos foi bem recebido por analistas preocupados com o déficit orçamentário de 10,1% do Produto Interno Bruto (PIB) - 2,5% maior do que quando Dilma Rousseff assumiu, em 2011.

A economia brasileira pode ultrapassar temporariamente a estimativa de crescimento de Meirelles por "um ou dois anos", com a aceleração da economia, e uma recuperação pode vir mais rápido do que pensam muitos analistas, dada a capacidade ociosa do país, segundo o próprio ministro.

"Existem trabalhadores qualificados que estão desempregados", afirmou.

Mas poucos acreditam que seu desafio será fácil. A maior economia da América Latina está no meio de uma recessão profunda, que já apagou milhões de empregos.

O recuo econômico está coincidindo com uma profunda crise política. Recentemente, o presidente em exercício Michel Temer foi envolvido em um escândalo de corrupção na Petrobras por um delator. Temer nega as acusações.

O peemedebista indicou Meirelles para a Fazenda com o intuito de implementar uma agenda amigável aos negócios, que inclui restringir o déficit orçamentário e aliviar a carga das dívidas.

O ministro da Fazenda disse que está tentando não pensar nos acontecimentos políticos e apenas toca as reformas que julga necessárias. Ele disse estar relutante em implementar aumento de impostos para melhorar a situação Fiscal do País, uma opção que seus antecessores estavam tentando aprovar no Congresso. Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:Executivos brasileirosHenrique MeirellesMinistério da FazendaPersonalidades

Mais de Economia

Governo sobe previsão de déficit de 2024 para R$ 28,8 bi, com gastos de INSS e BPC acima do previsto

Lula afirma ter interesse em conversar com China sobre projeto Novas Rotas da Seda

Lula diz que ainda vai decidir nome de sucessor de Campos Neto para o BC

Mais na Exame