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Rápida adoção de ações ambientais aumentaria PIB, diz estudo

O Brasil pode melhorar seu crescimento econômico até 2030 se acelerar as medidas destinadas a reduzir as emissões de carbono, diz estudo

Emissões saindo de fábricas (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 24 de setembro de 2015 às 22h11.

Rio de Janeiro - O Brasil pode melhorar seu crescimento econômico até 2030 se acelerar as medidas destinadas a reduzir as emissões de carbono, informou nesta quinta-feira em comunicado o banco Santander Brasil.

De acordo com o comunicado divulgado hoje pela entidade financeira, a rápida implantação de medidas para combater o aquecimento global poderia gerar até R$ 609 bilhões sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos 15 anos.

Esta análise, coordenada por professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contradiz a crença generalizada que estas medidas só representariam um custo adicional para a economia do Brasil.

De fato, recentemente, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que "o Brasil tem que aumentar suas emissões porque é um país em desenvolvimento, não é um país com uma infraestrutura consolidada", e reconheceu que existe um "acordo mundial" de que o Brasil deve ter certa margem de manobra.

"Este é o maior estudo sobre o impacto socioeconômico das medidas para a luta contra a mudança climática realizado no Brasil, e não deixa dúvida que é possível conciliar estas medidas com os esforços para o desenvolvimento do país", assinalou Linda Murasawa, superintendente executiva de Desenvolvimento Sustentável do Santander Brasil, em declarações recolhidas no comunicado.

O estudo aponta que para adotar estas medidas se requer um investimento de R$ 99 bilhões, enquanto uma aproximação mais ambiciosa elevaria a quantia até R$ 372 bilhões.

Em ambos casos se produziria um cenário de aumento de preços generalizado, durante o período 2015-2030, devido ao alto nível dos trabalhos requeridos, o que elevaria os custos de produção e garantiria melhores salários; o que seria especialmente acentuado no caso de acelerar a adoção de medidas.

Este aumento de preços e a criação de novos empregos (355.000, segundo a atual previsão, e 1,15 milhão, no caso de acelerá-las), geraria um aumento das receitas famílias brasileiras e também reduziria as taxas de desemprego no país.

Consequentemente, no cenário proposto por este documento, que conta com o patrocínio da ONG Children's Investment Fund Foundation (CIFF), da Agência de Cooperação Suíça na América Central (Cosude) e do Santander Brasil, estes níveis mais altos de consumo e emprego proporcionariam esse aumento no PIB acumulado de 2030 de R$ 609 bilhões.

No cenário atual, este aumento seria de apenas R$ 182 bilhões.

"Um resultado importante deste projeto é mostrar que pode haver crescimento no país e aumentar o emprego em um contexto de economia verde", ressaltou o professor Luiz Pinguelli Rosa.

O governo brasileiro deve apresentar nos próximos dias seus objetivos para ajudar a reduzir o aquecimento global, no contexto da próxima Cúpula do Clima de Paris, que será realizada em dezembro.

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Rio de Janeiro - O Brasil pode melhorar seu crescimento econômico até 2030 se acelerar as medidas destinadas a reduzir as emissões de carbono, informou nesta quinta-feira em comunicado o banco Santander Brasil.

De acordo com o comunicado divulgado hoje pela entidade financeira, a rápida implantação de medidas para combater o aquecimento global poderia gerar até R$ 609 bilhões sobre o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro nos próximos 15 anos.

Esta análise, coordenada por professores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contradiz a crença generalizada que estas medidas só representariam um custo adicional para a economia do Brasil.

De fato, recentemente, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, afirmou que "o Brasil tem que aumentar suas emissões porque é um país em desenvolvimento, não é um país com uma infraestrutura consolidada", e reconheceu que existe um "acordo mundial" de que o Brasil deve ter certa margem de manobra.

"Este é o maior estudo sobre o impacto socioeconômico das medidas para a luta contra a mudança climática realizado no Brasil, e não deixa dúvida que é possível conciliar estas medidas com os esforços para o desenvolvimento do país", assinalou Linda Murasawa, superintendente executiva de Desenvolvimento Sustentável do Santander Brasil, em declarações recolhidas no comunicado.

O estudo aponta que para adotar estas medidas se requer um investimento de R$ 99 bilhões, enquanto uma aproximação mais ambiciosa elevaria a quantia até R$ 372 bilhões.

Em ambos casos se produziria um cenário de aumento de preços generalizado, durante o período 2015-2030, devido ao alto nível dos trabalhos requeridos, o que elevaria os custos de produção e garantiria melhores salários; o que seria especialmente acentuado no caso de acelerar a adoção de medidas.

Este aumento de preços e a criação de novos empregos (355.000, segundo a atual previsão, e 1,15 milhão, no caso de acelerá-las), geraria um aumento das receitas famílias brasileiras e também reduziria as taxas de desemprego no país.

Consequentemente, no cenário proposto por este documento, que conta com o patrocínio da ONG Children's Investment Fund Foundation (CIFF), da Agência de Cooperação Suíça na América Central (Cosude) e do Santander Brasil, estes níveis mais altos de consumo e emprego proporcionariam esse aumento no PIB acumulado de 2030 de R$ 609 bilhões.

No cenário atual, este aumento seria de apenas R$ 182 bilhões.

"Um resultado importante deste projeto é mostrar que pode haver crescimento no país e aumentar o emprego em um contexto de economia verde", ressaltou o professor Luiz Pinguelli Rosa.

O governo brasileiro deve apresentar nos próximos dias seus objetivos para ajudar a reduzir o aquecimento global, no contexto da próxima Cúpula do Clima de Paris, que será realizada em dezembro.

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