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Queda no consumo atrapalha reajuste na Petrobras, diz fonte

A estatal voltou a sofrer com a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado externo, segundo fonte da petroleira

Logo da Petrobras: consumo da gasolina vendida nos postos teve queda em abril de 8,5% (REUTERS/Paulo Whitaker)
DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2015 às 20h48.

Rio de Janeiro - A Petrobras voltou a sofrer com a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado externo, ao mesmo tempo em que o momento de crise econômica no país, que colabora para a redução no consumo do combustível, dificulta um eventual reajuste no preço do produto, afirmou uma fonte da petroleira à Reuters.

"Tem que olhar o mercado e preço. Não adianta passar para o mercado algo que o mercado não vai aceitar", disse a fonte, preferindo ficar anônima.

O consumo da gasolina vendida nos postos teve queda em abril de 8,5 por cento ante o mesmo período do ano passado, segundo o mais recente dado da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado ao final de maio.

Além do desempenho econômico mais fraco, o consumo de gasolina tem sido afetado este ano pela melhora da competitividade do etanol hidratado, concorrente do combustível fóssil no Brasil, segundo a fonte.

"O mercado de gasolina está mais baixo e o etanol está competitivo. O mercado de gasolina está baixando e está menor", afirmou a fonte. Em recentes entrevistas, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, tem sinalizado o desejo de manter os preços locais ajustados aos internacionais. A cúpula da companhia tem dito ter "liberdade" para praticar preços de mercado, visando reduzir os níveis de alavancagem da empresa.

Essa situação de queda no mercado de gasolina, por outro lado, limita perdas com a defasagem de preço do combustível em relação ao mercado externo, que está entre 5 e 7 por cento, segundo a fonte, uma vez que a Petrobras tem importado menos. Após reajuste do preço da gasolina ao final do ano passado, a Petrobras passou a maior parte de 2015 vendendo o produto com prêmio ante o mercado externo.

O déficit passou a ocorrer recentemente pelo fortalecimento do dólar frente ao real, além do preço mais alto do petróleo. Durante abril e maio, a estatal registrou importação média de 30 mil a 35 mil barris por dia, segundo a fonte da empresa, abaixo da média dos três primeiros meses do ano, de 50 mil barris/dia.

A otimização da operação das refinarias também colabora na redução da importação.

"Queda na economia nunca é bom para o país, mas junto com o preço mais competitivo do álcool e melhor uso das refinarias, vem construindo um cenário positivo para a empresa", afirmou.

"Importar menos com mais produtividade sempre é positivo para uma companhia." A divisão de Abastecimento da empresa registrou no primeiro trimestre o primeiro lucro líquido em anos, de 6,18 bilhões de reais, ante prejuízo de 4,8 bilhões de reais no mesmo período do ano passado, justamente por vender combustíveis com prêmio ante o mercado externo, entre outros fatores.

Contudo, a defasagem recente da gasolina ainda não é considerada "expressiva" ou motivo de alarde dentro da companhia. "Os preços podem ser consideravelmente alinhados, com um 'gap' de 5 a 7 por cento. Não sabemos se se sustenta ou não. Não há motivo para alerta ainda", declarou a fonte à Reuters.

A estatal, segundo a fonte, monitora o comportamento da demanda durante o verão nos Estados Unidos para definir sua estratégia de preços nos próximos meses. "O verão norte-americano está começando e o que se vê é uma pequena pressão no preço da gasolina. Estamos olhando", disse.

Com a inflação em alta no país, em 8,47 por cento em 12 meses até maio, e com projeções acima de 8 por cento para o IPCA este ano, um novo reajuste no preço da gasolina pode ficar mais difícil de ser concedido pelo governo, o sócio majoritário da empresa. No passado, o governo segurou o preço da gasolina como forma de evitar alta na inflação.

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Rio de Janeiro - A Petrobras voltou a sofrer com a defasagem dos preços da gasolina em relação ao mercado externo, ao mesmo tempo em que o momento de crise econômica no país, que colabora para a redução no consumo do combustível, dificulta um eventual reajuste no preço do produto, afirmou uma fonte da petroleira à Reuters.

"Tem que olhar o mercado e preço. Não adianta passar para o mercado algo que o mercado não vai aceitar", disse a fonte, preferindo ficar anônima.

O consumo da gasolina vendida nos postos teve queda em abril de 8,5 por cento ante o mesmo período do ano passado, segundo o mais recente dado da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), divulgado ao final de maio.

Além do desempenho econômico mais fraco, o consumo de gasolina tem sido afetado este ano pela melhora da competitividade do etanol hidratado, concorrente do combustível fóssil no Brasil, segundo a fonte.

"O mercado de gasolina está mais baixo e o etanol está competitivo. O mercado de gasolina está baixando e está menor", afirmou a fonte. Em recentes entrevistas, o presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, tem sinalizado o desejo de manter os preços locais ajustados aos internacionais. A cúpula da companhia tem dito ter "liberdade" para praticar preços de mercado, visando reduzir os níveis de alavancagem da empresa.

Essa situação de queda no mercado de gasolina, por outro lado, limita perdas com a defasagem de preço do combustível em relação ao mercado externo, que está entre 5 e 7 por cento, segundo a fonte, uma vez que a Petrobras tem importado menos. Após reajuste do preço da gasolina ao final do ano passado, a Petrobras passou a maior parte de 2015 vendendo o produto com prêmio ante o mercado externo.

O déficit passou a ocorrer recentemente pelo fortalecimento do dólar frente ao real, além do preço mais alto do petróleo. Durante abril e maio, a estatal registrou importação média de 30 mil a 35 mil barris por dia, segundo a fonte da empresa, abaixo da média dos três primeiros meses do ano, de 50 mil barris/dia.

A otimização da operação das refinarias também colabora na redução da importação.

"Queda na economia nunca é bom para o país, mas junto com o preço mais competitivo do álcool e melhor uso das refinarias, vem construindo um cenário positivo para a empresa", afirmou.

"Importar menos com mais produtividade sempre é positivo para uma companhia." A divisão de Abastecimento da empresa registrou no primeiro trimestre o primeiro lucro líquido em anos, de 6,18 bilhões de reais, ante prejuízo de 4,8 bilhões de reais no mesmo período do ano passado, justamente por vender combustíveis com prêmio ante o mercado externo, entre outros fatores.

Contudo, a defasagem recente da gasolina ainda não é considerada "expressiva" ou motivo de alarde dentro da companhia. "Os preços podem ser consideravelmente alinhados, com um 'gap' de 5 a 7 por cento. Não sabemos se se sustenta ou não. Não há motivo para alerta ainda", declarou a fonte à Reuters.

A estatal, segundo a fonte, monitora o comportamento da demanda durante o verão nos Estados Unidos para definir sua estratégia de preços nos próximos meses. "O verão norte-americano está começando e o que se vê é uma pequena pressão no preço da gasolina. Estamos olhando", disse.

Com a inflação em alta no país, em 8,47 por cento em 12 meses até maio, e com projeções acima de 8 por cento para o IPCA este ano, um novo reajuste no preço da gasolina pode ficar mais difícil de ser concedido pelo governo, o sócio majoritário da empresa. No passado, o governo segurou o preço da gasolina como forma de evitar alta na inflação.

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