Economia

Produção industrial decepciona com alta de 0,3% em abril, diz IBGE

As expectativas em pesquisa da Reuters com economistas eram de alta de 0,7%; Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a produção caiu 3,9%

Indústria: produção industrial brasileira registrou alta de 0,3 por cento em abril (Paulo Whitaker/Reuters)

Indústria: produção industrial brasileira registrou alta de 0,3 por cento em abril (Paulo Whitaker/Reuters)

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Reuters

Publicado em 4 de junho de 2019 às 09h12.

Última atualização em 4 de junho de 2019 às 10h13.

Rio de Janeiro e São Paulo - A produção industrial brasileira iniciou o segundo trimestre com alta abaixo do esperado em abril, pressionada pela indústria extrativa e mostrando irregularidade em meio à letargia da atividade econômica.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta terça-feira mostraram que a atividade avançou 0,3% em abril na comparação com março, marcando no ano dois resultados mensais positivos e dois negativos.

Em relação ao mesmo período de 2018, houve queda de 3,9%, pior resultado para meses de abril desde 2017 (-4,5%).

"O sobe e desce da indústria se deve ao fato de não haver uma recuperação consistente. Ainda temos demanda doméstica longe de recuperação, com muita gente fora do mercado de trabalho, exportações perdendo fôlego e nível de confiança de empresas e famílias também fragilizados", explicou o gerente da pesquisa, André Macedo.

Ambos os resultados foram piores do que as expectativas em pesquisa da Reuters de ganho de 0,7% na comparação mensal e de queda de 2,8% na base anual.

Entre os 26 ramos pesquisados, a principal influência negativa veio das indústrias extrativas, com queda de 9,7% e no quarto resultado negativo seguido. Sobre o ano anterior, a queda foi de 24%, a maior da série iniciada em 2002, em um resultado que ainda reflete a ruptura da barragem de Brumadinho (MG) em janeiro.

Entre as categorias o único resultado negativo coube ao setor produtor de bens intermediários, com queda de 1,4% na produção e também o quarto recuo seguido.

Por outro lado, apresentaram ganhos bens de consumo duráveis (3,4%), bens de capital (2,9%) e bens de consumo semi e não-duráveis (2,6%).

A indústria teve no primeiro trimestre queda de 0,7%, pressionada exatamente pela indústria extrativa, de acordo com os dados do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados na semana passada pelo IBGE.

Com isso, a economia, cujas expectativas vêm sofrendo sucessivas reduções, terminou o primeiro trimestre com recuo de 0,2% na comparação com os últimos três meses de 2018.

A última pesquisa Focus do Banco Central aponta que o mercado projeta crescimento da indústria em 2019 de 1,49%, com a economia expandindo 1,13%.

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