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Produção industrial cai 0,9% em maio ante abril, diz IBGE

Resultado foi pior do que o esperado pelo mercado e é a terceira queda mensal seguida

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de julho de 2012 às 10h22.

Rio de Janeiro - A produção industrial brasileira caiu 0,9 por cento em maio frente a abril, pior do que o esperado pelo mercado e a terceira queda mensal seguida, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira. Na comparação com maio de 2011, a produção diminuiu 4,3 por cento.

De acordo com pesquisa da Reuters junto a 17 analistas, a expectativa era de que a produção industrial recuaria 0,7 por cento em maio ante abril. As estimativas variaram de queda de 1 por cento a alta de 0,80 por cento.

Na comparação anual, a expectativa era de queda de 3,3 por cento, sendo que as projeções de queda variaram de 4,30 a 2,20 por cento.

O IBGE informou que houve queda da produção industrial em 14 dos 27 segmentos pesquisados na comparação mensal em maio, com destaque para Veículos automotores, com queda de 4,5 por cento, interrompendo três meses de crescimento acumulado em 22,7 por cento.

O segmento de Alimentos também mostrou retração em maio, de 3,4 por cento, acumulando perdas de 7,1 por cento em dois meses seguidos de recuo na produção. O IBGE também destacou, como atividades que tiveram desempenho ruim no período, a de Material eletrônico, aparelhos e equipamentos de comunicações (-10,9 por cento), e Calçados e artigos de couro (-5,3 por cento).

Na ponta oposta, o IBGE destacou que houve avanço no segmento de Produtos de metal, com alta de 13,2 por cento no período, revertendo a perda de 6,1 por cento acumulada em três meses de taxas negativas consecutivas.

A atividade de Indústrias extrativas também mostrou crescimento, de 1,5 por cento, enquanto que Borracha e plástico apresentou expansão de 2,6 por cento.

Na comparação com maio de 2011, o IBGE destacou que 17 dos 27 segmentos mostraram recuo na atividade, com destaque para Veículos automotores (16,8 por cento), "pressionado pela queda na produção de aproximadamente 75 por cento dos produtos investigados no setor".

O IBGE piorou ainda os resultados de abril. Na comparação com março, a queda passou de 0,2 para 0,4 por cento, enquanto que na comparação com um ano antes, a retração passou de 2,9 para 3,5 por cento.

O setor industrial é uma das principais preocupações do governo diante das dificuldades em apresentar sinais de recuperação, atrapalhando um desempenho mais favorável da economia como um todo.


O Banco Central já reduziu sua projeção para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano de 3,5 para 2,5 por cento, devido à recuperação ainda lenta da atividade e ao cenário internacional ainda conturbado.

E depois de o PIB ter crescido apenas 0,2 por cento no primeiro trimestre deste ano, comparado com os últimos três meses de 2011, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff abandonou a previsão inicial de expansão de 4,5 por cento da economia para este ano e parte dela fala em algo em torno de 3 por cento.

Na segunda-feira, o mercado baixou pela oitava vez sua expectativa de crescimento do PIB de 2,18 por cento para 2,05 por cento, o que se concretizado seria o pior resultado desde 2009, quando a economia encolheu 0,33 por cento.

Preocupado com esse cenário, o governo vem ampliando o arsenal de medidas de estímulo para aumentar o ritmo da atividade. O último pacote anunciado na semana passada contemplou a prorrogação do prazo de vigência da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a linha branca, móveis, entre outros.

Além disso, o BC reduziu a Selic em 4 pontos percentuais desde agosto passado, para a mínima recorde de 8,50 por cento ao ano atualmente, e deve manter essa trajetória.

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