Primeiro-ministro da China está confiante em atingir meta anual de crescimento de 5%
Li disse que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre provavelmente ultrapassará os primeiros três meses do ano
Redação Exame
Publicado em 27 de junho de 2023 às 08h31.
O primeiro-ministro da China , Li Qiang, adotou um tom confiante ao falar sobre o crescimento do país e criticou o conceito de risco econômico do Ocidente ao discursar na abertura de uma reunião do Fórum Econômico Mundial conhecida como Summer Davos, nesta terça-feira, 27, em Tianjin.
Li disse que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da China no segundo trimestre provavelmente ultrapassará os primeiros três meses do ano, e que a segunda maior economia do mundo continua no caminho certo para atingir a meta de crescimento anual de cerca de 5%. A China tem espaço e potencial para mais desenvolvimento, segundo o premiê.
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Várias instituições globais reduziram as previsões para a expansão econômica da China em 2023 nos últimos dias, citando dados recentes decepcionantes que apontam para uma perspectiva de crescimento sombria. Mas o premiê chinês reiterou que o país está aberto para negócios e dá as boas-vindas ao mundo. Li também pediu mais entendimento mútuo e cooperação entre os países para enfrentar os desafios globais em meio aos crescentes conflitos regionais.
A China enfrenta uma fase recuperação lenta após a covid, com vários indicadores que apontam a desaceleração da recuperação registrada após o fim das restrições adotadas durante a pandemia.
O Banco Central da China reduziu na semana passada duas taxas de juros cruciais para contra-atacar a desaceleração do país. Pequim também prepara um pacote de medidas para vários setores da economia, em particular o imobiliário, que responde por grande parte do PIB do país.
Crítica sobre a tentativa de reduzir dependência
Li Qiang criticou as tentativas ocidentais de reduzir a dependência econômica de seu país, que chamou de "proposição falsa" em um mundo de economias interligadas.
Nos últimos meses, Estados Unidos e União Europeia anunciaram medidas para reduzir o risco de sua dependência da segunda maior economia do mundo.
"No Ocidente, algumas pessoas exageram o que se denomina a 'redução da dependência e do risco'", declarou Li no discurso de abertura do Fórum Econômico Mundial em Tianjin, norte da China.
"Estes dois conceitos são uma proposição falsa porque o desenvolvimento da globalização econômica é tamanho que a economia mundial se tornou uma entidade única, na qual você e eu estamos interconectados", disse.
Li defendeu ações para aprofundar a cooperação econômica. "As economias de muitos países estão misturadas umas com as outras, dependem umas das outras, alcançam conquistas graças às outras e se desenvolvem juntas", disse. "Isto é algo bom, não é algo ruim".
Europa e EUA buscam reduzir o risco em relação à China
Em janeiro, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou que o bloco não buscava a "desconexão", e sim a redução do risco em relação à China, com a qual deseja continuar trabalhando e fazendo negócios.
Em Washington, o presidente Joe Biden seguiu a linha dura do antecessor Donald Trump e, em alguns aspectos, foi ainda mais longe, como no veto à exportação de semicondutores para o país asiático.
Após as críticas da China, o secretário de Estado, Antony Blinken, afirmou na semana passada em Pequim que os Estados Unidos não desejam "conter economicamente" a segunda maior potência do planeta.
"Mas ao mesmo tempo, não é do nosso interesse fornecer tecnologia à China que possa ser usada contra nós", explico.