Previsões de crescimento podem aumentar em 2015 pela 1ª vez
Eis um presente de Natal: o próximo ano pode ser o primeiro ano em cinco em que economistas aumentem as previsões de crescimento econômico mundial
Da Redação
Publicado em 24 de dezembro de 2014 às 07h07.
Paris/Nova York -Eis um presente de Natal antecipado para os economistas de Wall Street.
2015 poderia ser o primeiro ano em cinco em que eles aumentem as previsões de crescimento econômico mundial em vez de baixá-las.
Pensar assim pode parecer extravagante, sendo que o ano termina com a Rússia em crise, os investidores redescobrindo a volatilidade e os bancos centrais retornando às suas bombas monetárias.
Entre outros riscos potenciais estão mais conflitos geopolíticos, eleições da Grécia até o Reino Unido, uma aterrissagem forçada na China, uma retirada prematura do estímulo da Reserva Federal e uma queda para a deflação na Europa e no Japão.
A história recente está com os pessimistas. Um ano atrás, a média de previsões dos economistas inquiridos pela Bloomberg News foi de um crescimento de 3,5 por cento em 2014. Desde então, essa projeção foi reduzida para 3,2 por cento. O mesmo ocorreu em 2011, 2012 e 2013.
Na tentativa de explicar o erro deste ano, economistas do JPMorgan Chase Co. culparam desacelerações maiores do que as antecipadas nos mercados emergentes e a incapacidade da zona do euro de adquirir tração.
Não obstante, com um bom espírito natalino, seguem algumas razões para sermos otimistas em relação a que a previsão de expansão de 3,5 por cento na pesquisa da Bloomberg News resulte ser, para variar, muito baixa.
– O declínio de 40 por cento do petróleo em 2014 aumentará o poder aquisitivo de consumidores e empresas. O FMI estimou ontem que o declínio poderia adicionar até 0,7 por cento ao PIB mundial no ano que vem. Consumidores de petróleo são mais propensos a gastar do que produtores e ajudaram a impulsionar as acelerações do crescimento no final das décadas de 1980 e 1990.
Políticas relaxadas
– Os bancos centrais relaxarão ainda mais a política monetária. Recentemente, o Banco do Japão aumentou sua compra de bonds e poderia ser imitado no futuro próximo pelo Banco Central Europeu. A China e outros mercados emergentes estão baixando as taxas de juros.
– Os EUA se encaminham para seu maior crescimento em uma década em meio a um mercado de trabalho que está se afirmando e a queda dos custos do combustível. O desemprego está no seu mínimo em seis anos, em 5,8 por cento. A confiança dos construtores de casas beira seu máximo em nove anos. A produção industrial está acelerando. E após reduzirem alavancagem, os consumidores têm a maior confiança desde a última recessão. Os economistas antecipam uma expansão de 3 por cento.
– Talvez a zona do euro não esteja tão ruim assim. Uma moeda desvalorizada deveria apoiar as exportações. Os bancos poderiam emprestar mais depois de passarem por provas de resistência. O BCE está se tornando mais enérgico e os governos estão menos austeros. A confiança de investidores e empresários está crescendo na Alemanha, a economia-chave da região.
– Os salários estão começando a acelerar nos EUA, no Japão, no Reino Unido e na Alemanha. Mesmo que os aumentos não sejam grandes e falte muito para os trabalhadores recuperarem o território perdido desde a recessão mundial, os aumentos poderiam bastar para apoiar a demanda dos consumidores.
Valorização acelerada do dólar
– A valorização acelerada do dólar. Ainda que a alta da moeda americana afete aqueles que tomaram empréstimos em dólares, especialmente empresas de mercados emergentes, sua ascensão também oferecerá certo alívio ao impulsionar uma inflação fraca no exterior e encorajar os americanos a incrementarem as exportações.
– Os mercados emergentes. Apesar de que o Brasil, a China e a Rússia desaceleraram, o petróleo barato é uma bênção para a Turquia, a Índia e a Coreia do Sul, e a inflação baixa resultante permite a alguns bancos centrais se focarem em apoiar o crescimento. Bill Street, diretor de investimentos da State Street Global Advisors para a Europa, o Oriente Médio e a África, diz que os investidores devem lembrar que “quem reformar, terá sucesso” e aponta para o potencial na Índia e na Indonésia.
“Considerando o impulso que temos, até pode ser que estejamos sendo conservadores”, disse Street na sua previsão de crescimento mundial de 4 por cento para o ano que vem.
Paris/Nova York -Eis um presente de Natal antecipado para os economistas de Wall Street.
2015 poderia ser o primeiro ano em cinco em que eles aumentem as previsões de crescimento econômico mundial em vez de baixá-las.
Pensar assim pode parecer extravagante, sendo que o ano termina com a Rússia em crise, os investidores redescobrindo a volatilidade e os bancos centrais retornando às suas bombas monetárias.
Entre outros riscos potenciais estão mais conflitos geopolíticos, eleições da Grécia até o Reino Unido, uma aterrissagem forçada na China, uma retirada prematura do estímulo da Reserva Federal e uma queda para a deflação na Europa e no Japão.
A história recente está com os pessimistas. Um ano atrás, a média de previsões dos economistas inquiridos pela Bloomberg News foi de um crescimento de 3,5 por cento em 2014. Desde então, essa projeção foi reduzida para 3,2 por cento. O mesmo ocorreu em 2011, 2012 e 2013.
Na tentativa de explicar o erro deste ano, economistas do JPMorgan Chase Co. culparam desacelerações maiores do que as antecipadas nos mercados emergentes e a incapacidade da zona do euro de adquirir tração.
Não obstante, com um bom espírito natalino, seguem algumas razões para sermos otimistas em relação a que a previsão de expansão de 3,5 por cento na pesquisa da Bloomberg News resulte ser, para variar, muito baixa.
– O declínio de 40 por cento do petróleo em 2014 aumentará o poder aquisitivo de consumidores e empresas. O FMI estimou ontem que o declínio poderia adicionar até 0,7 por cento ao PIB mundial no ano que vem. Consumidores de petróleo são mais propensos a gastar do que produtores e ajudaram a impulsionar as acelerações do crescimento no final das décadas de 1980 e 1990.
Políticas relaxadas
– Os bancos centrais relaxarão ainda mais a política monetária. Recentemente, o Banco do Japão aumentou sua compra de bonds e poderia ser imitado no futuro próximo pelo Banco Central Europeu. A China e outros mercados emergentes estão baixando as taxas de juros.
– Os EUA se encaminham para seu maior crescimento em uma década em meio a um mercado de trabalho que está se afirmando e a queda dos custos do combustível. O desemprego está no seu mínimo em seis anos, em 5,8 por cento. A confiança dos construtores de casas beira seu máximo em nove anos. A produção industrial está acelerando. E após reduzirem alavancagem, os consumidores têm a maior confiança desde a última recessão. Os economistas antecipam uma expansão de 3 por cento.
– Talvez a zona do euro não esteja tão ruim assim. Uma moeda desvalorizada deveria apoiar as exportações. Os bancos poderiam emprestar mais depois de passarem por provas de resistência. O BCE está se tornando mais enérgico e os governos estão menos austeros. A confiança de investidores e empresários está crescendo na Alemanha, a economia-chave da região.
– Os salários estão começando a acelerar nos EUA, no Japão, no Reino Unido e na Alemanha. Mesmo que os aumentos não sejam grandes e falte muito para os trabalhadores recuperarem o território perdido desde a recessão mundial, os aumentos poderiam bastar para apoiar a demanda dos consumidores.
Valorização acelerada do dólar
– A valorização acelerada do dólar. Ainda que a alta da moeda americana afete aqueles que tomaram empréstimos em dólares, especialmente empresas de mercados emergentes, sua ascensão também oferecerá certo alívio ao impulsionar uma inflação fraca no exterior e encorajar os americanos a incrementarem as exportações.
– Os mercados emergentes. Apesar de que o Brasil, a China e a Rússia desaceleraram, o petróleo barato é uma bênção para a Turquia, a Índia e a Coreia do Sul, e a inflação baixa resultante permite a alguns bancos centrais se focarem em apoiar o crescimento. Bill Street, diretor de investimentos da State Street Global Advisors para a Europa, o Oriente Médio e a África, diz que os investidores devem lembrar que “quem reformar, terá sucesso” e aponta para o potencial na Índia e na Indonésia.
“Considerando o impulso que temos, até pode ser que estejamos sendo conservadores”, disse Street na sua previsão de crescimento mundial de 4 por cento para o ano que vem.