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Prévia deve mostrar inflação abaixo da meta — mau sinal para economia

Mais uma vez, a previsão de mercado é de que o acumulado de 12 meses continue abaixo do piso da meta de inflação, de 3% ao ano

Inflação: impacto da redução no preço do diesel, e da greve de caminhoneiros, ainda é uma incógnita para os índices futuros (Alexandre Battibugli/Exame)
EH

EXAME Hoje

Publicado em 23 de maio de 2018 às 06h48.

Última atualização em 23 de maio de 2018 às 08h49.

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ) divulga nesta quarta-feira o IPCA-15 para o mês de maio, prévia da inflação oficial do país. Mais uma vez, a previsão de mercado é de que o acumulado de 12 meses continue abaixo do piso da meta de inflação de 3% ao ano, sintoma da lenta recuperação econômica. Segundo a mediana de mercado da agência Reuters, a taxa deve ficar em torno de 2,81% no período.

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As projeções mais elevadas indicam alta de 2,9% em 12 meses, ainda abaixo do piso. Em comparação com o mês passado, o indicador deve trazer alta de 0,25%, ainda de acordo com a pesquisa Reuters com 22 agências especializadas. Nas projeções mais altas, o índice chega a 0,3%.

Em abril deste ano, a alta também foi tímida, de 0,21%. O cenário pouco mudou em um ano. Impulsionado pelo desemprego que chegava a 14 milhões de pessoas em maio de 2017, o resultado de maio do IPCA-15 foi muito semelhante às projeções deste ano. Naquele mês, a alta foi de 0,24%.

Nem mesmo as sucessivas altas no preços dos combustíveis (foram 15 apenas em maio) impulsionaram o índice de inflação para o período. Agora, o embate sobre o preço do diesel pode ter um efeito de duas mãos na inflação: de um lado, a redução do preço na marra (com provável corte de tarifas) exerceria pressão deflacionária; de outro, a greve dos caminhoneiros, que continua nesta quarta-feira, deve afetar o abastecimento de alimentos e de insumos para a produção, o que pode levar a um aumento dos preços pelo país. O tamanho do impacto vai depender do prolongamento das paralisações.

A tendência de inflação no chão era o principal sintoma de que o Banco Central daria continuidade ao corte na taxa básica de juros na semana passada. Mas o Banco Central surpreendeu ao segurar o corte de juros. A decisão, conforme apontou o relatório divulgado pelo Comitê de Política Monetária, priorizou o controle de câmbio e o cenário externo conturbado com o aumento de juros nos Estados Unidos. Para o BC, a taxa de 6,5% dará conta de uma retomada da inflação para o centro da meta no médio prazo.

Com uma economia que caminha para crescer 2%, e não 3% como eram as previsões iniciais, a torcida para os próximos meses é por mais atividade econômica, nem que seja com um pouquinho a mais de inflação.

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