Exame Logo

Presidente do IPCC acredita em novo contrato social

“Agora é o momento de ver como um novo contrato social pode ser construído", disse Rajendra Pachauri

Presidente do IPCC, Rajendra Pachauri: "Chegou a hora de o conhecimento ser o grande impulsionador de qualquer ação global” (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2014 às 19h27.

São Paulo - Rajendra Pachauri, presidente do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU e vencedor do Nobel da Paz em 2007, foi um dos participantes do encontro “Um Novo Contrato Social para o Século XXI”, promovido pelo Instituto Ethos e pelo Unitar – Instituto para Treinamento e Pesquisa da ONU, no sábado, para discutir – um dia após o término da Rio+20 – a contribuição da conferência para a construção de um novo contrato social (Veja outros links no final deste post).

“Agora é o momento de ver como um novo contrato social pode ser construído. Nas negociações multilaterais, perdemos de vista os objetivos iniciais. Mesmo nas COPs – Convenções das Partes, dedicamos pouco tempo para discutir as razões para tomarmos providências em relação às mudanças climáticas. Mas chegou a hora de o conhecimento ser o grande impulsionador de qualquer ação global”, salientou.

Para Pachauri, o maior desafio pós Rio+20 é encontrar os meios para preencher as lacunas entre o conhecimento e sua aplicação. Ele citou como exemplo o programa de seu instituto, o TERI – Instituto de Recursos Naturais e Energia, que oferece capacitação para mulheres de pequenas aldeias da Índia que não têm acesso à rede elétrica para o uso de painéis fotovoltaicos.

“Se pudermos fazer uso da tecnologia de forma aceitável para o mercado, estaremos aplicando um conhecimento que estaria fora do alcance das pessoas mais carentes”.

Um dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre energias renováveis aponta que, até 2050, o mundo poderá ter de 11% a 77% de sua energia originária de fontes não poluentes. Mas o resultado dos próximos 40 anos, segundo o cientista, está sujeito às políticas implantadas hoje.


“O sucesso nessa área vai depender da adoção de um conjunto adequado de políticas. E ele tem que ser abrangente e amplo para beneficiar os que estão fora do sistema. Temos que saber o futuro que queremos, da forma que queremos, e trabalhar hoje”.

Rajendra Pachauri ainda criticou a falta de ênfase para as questões de risco nas políticas. “Os impactos das mudanças climáticas irão tornar quase impossível às populações mais pobres saírem das condições em que se encontram. Precisamos dar atenção às decisões de risco. Adaptação, mitigação e desenvolvimento sustentável estão interligados”, destacou.

Para ele, a dificuldade em progredir também vem da fuga de velhas ideias, como as do filósofo hindú Mahatma Gandhi, que perduram até hoje, inclusive neste momento pós Rio+20. “O momento de hoje também representa algo como Gahndi+100”.

Veja também

São Paulo - Rajendra Pachauri, presidente do IPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas da ONU e vencedor do Nobel da Paz em 2007, foi um dos participantes do encontro “Um Novo Contrato Social para o Século XXI”, promovido pelo Instituto Ethos e pelo Unitar – Instituto para Treinamento e Pesquisa da ONU, no sábado, para discutir – um dia após o término da Rio+20 – a contribuição da conferência para a construção de um novo contrato social (Veja outros links no final deste post).

“Agora é o momento de ver como um novo contrato social pode ser construído. Nas negociações multilaterais, perdemos de vista os objetivos iniciais. Mesmo nas COPs – Convenções das Partes, dedicamos pouco tempo para discutir as razões para tomarmos providências em relação às mudanças climáticas. Mas chegou a hora de o conhecimento ser o grande impulsionador de qualquer ação global”, salientou.

Para Pachauri, o maior desafio pós Rio+20 é encontrar os meios para preencher as lacunas entre o conhecimento e sua aplicação. Ele citou como exemplo o programa de seu instituto, o TERI – Instituto de Recursos Naturais e Energia, que oferece capacitação para mulheres de pequenas aldeias da Índia que não têm acesso à rede elétrica para o uso de painéis fotovoltaicos.

“Se pudermos fazer uso da tecnologia de forma aceitável para o mercado, estaremos aplicando um conhecimento que estaria fora do alcance das pessoas mais carentes”.

Um dos relatórios do Painel Intergovernamental sobre energias renováveis aponta que, até 2050, o mundo poderá ter de 11% a 77% de sua energia originária de fontes não poluentes. Mas o resultado dos próximos 40 anos, segundo o cientista, está sujeito às políticas implantadas hoje.


“O sucesso nessa área vai depender da adoção de um conjunto adequado de políticas. E ele tem que ser abrangente e amplo para beneficiar os que estão fora do sistema. Temos que saber o futuro que queremos, da forma que queremos, e trabalhar hoje”.

Rajendra Pachauri ainda criticou a falta de ênfase para as questões de risco nas políticas. “Os impactos das mudanças climáticas irão tornar quase impossível às populações mais pobres saírem das condições em que se encontram. Precisamos dar atenção às decisões de risco. Adaptação, mitigação e desenvolvimento sustentável estão interligados”, destacou.

Para ele, a dificuldade em progredir também vem da fuga de velhas ideias, como as do filósofo hindú Mahatma Gandhi, que perduram até hoje, inclusive neste momento pós Rio+20. “O momento de hoje também representa algo como Gahndi+100”.

Acompanhe tudo sobre:IPCCMeio ambienteRio+20Sustentabilidade

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame