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Presidente do BNDES: Decreto sobre relicitação deve sair até fim da semana

Presidente do BNDES explicou que relicitação ou recuperação judicial, não impede que seja encontrada "solução de mercado" para concessionária de Viracopos

Dyogo Oliveira: "O pior cenário seria a caducidade" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Dyogo Oliveira: "O pior cenário seria a caducidade" (Antonio Cruz/Agência Brasil)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 15 de maio de 2018 às 18h07.

Brasília - O decreto que regulamentará a relicitação (devolução de concessões problemáticas para serem novamente leiloadas) deverá ficar pronto nos próximos dias, provavelmente até o fim desta semana, disse nesta terça-feira, 15, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Dyogo Oliveira, ao final da reunião ministerial no Palácio do Planalto. O conteúdo do decreto foi fechado na semana passada e agora sua publicação está pendente de acertos burocráticos.

Ele explicou que a relicitação ou, alternativamente, a recuperação judicial, não impede que seja encontrada uma "solução de mercado" para a concessionária do aeroporto de Viracopos. Com dificuldades para honrar pagamentos, a Aeroportos Brasil Viracopos (ABV) entrou com um pedido de recuperação judicial, depois de vários meses tentando a relicitação.

Pelo que deverá constar do decreto, a relicitação exclui a recuperação judicial. Ou seja, a concessionária provavelmente terá de optar entre uma ou outra. Mas, em qualquer uma dessas opções, não há empecilho a uma solução de mercado, disse Dyogo.

Se houver a relicitação, admitiu, há risco de o banco perder parte dos R$ 2,5 bilhões que emprestou à concessionária. Vai depender do resultado do leilão. É preciso que, no leilão, o novo concessionário ofereça um lance de valor suficiente para cobrir as dívidas da ABV. Se ficar aquém, os credores terão perda.

"O pior cenário seria a caducidade", disse Dyogo. Essa hipótese, que a rigor está em andamento num processo aberto pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), é hoje a única providência que o governo pode tomar caso uma concessionária descumpra os compromissos de investimento que estão no contrato. A caducidade consiste na devolução do negócio ao governo. "Aí, todo mundo perde", disse Dyogo.

A relicitação, que ainda não pode ser feita por falta de regulamentação, é uma tentativa de fazer com que uma concessão com problemas financeiros possa ser devolvida ao governo, mas preservando duas coisas: a possibilidade de os credores e os concessionários antigos serem ressarcidos e a permanência da administração privada à frente do negócio, ainda que sem investimentos. É uma alternativa considerada mais benéfica do que a retomada pelo governo, que exigiria o aporte de recursos públicos.

No momento, os procedimentos para a caducidade e as cobranças sobre a ABV se encontram suspensos por uma liminar da Justiça, até que haja decisão sobre o pedido de recuperação judicial.

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