Economia

Preços no atacado puxaram alta do IGP-DI de julho

A inflação de julho foi de 1,52%, ante alta de 0,69% registrada em junho

No mês passado, foram os preços no atacado os principais responsáveis pela inflação (Stock Exchange)

No mês passado, foram os preços no atacado os principais responsáveis pela inflação (Stock Exchange)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de agosto de 2012 às 14h09.

Rio de Janeiro - A inflação acumulada em 12 meses até julho, de 7,31%, foi a mais alta registrada pelo Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna (IGP-DI) desde setembro do ano passado (7,45%). A inflação de julho foi de 1,52%, ante alta de 0,69% registrada em junho. No mês passado, foram os preços no atacado os principais responsáveis pela inflação. O Índice de Preços ao Produtor Amplo - Disponibilidade Interna (IPA-DI), componente do IGP-DI, passou de 0,89% para 2,13%. A alta está relacionada principalmente ao setor agrícola, cujos preços ao produtor passaram de 0,99% em junho para 5,31% em julho.

"Diante das novas condições climáticas, a demanda está forte, em comparação com a oferta disponível. O que fez o preço disparar não foi a demanda, mas a queda da oferta. Outro fator foi o reajuste de preço da gasolina e do óleo diesel", afirmou o economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Salomão Quadros.

Entre os destaques de alta do IPA-DI está o tomate, com aumento de 85,41% em julho, 131,85% acumulado no ano e 132,37% em 12 meses. O preço da soja acelerou de 6,39% em junho para 16,19% em julho. No ano, a alta é de 70,04% e, em 12 meses, de 69,05%. Já o milho passou de -2,12% em junho para 15,66% em julho. No ano, foram 7,32% de alta e, em 12 meses, queda de 3,22%. "Como a alta do milho começou depois da alta da soja, pode ser que o milho dê um pouco de sustentação ao IGP nos próximos meses. Hoje, estamos com a máxima pressão sobre o índice, mas algumas não vão desaparecer imediatamente. Precisará de ao menos dois meses para que isso aconteça", acredita Quadros.

Apesar da influência de alguns produtos agrícolas no atacado, a inflação do grupo alimentação desacelerou na passagem de junho para julho, de 1,37% para 1,29%, influenciada pela queda de alguns produtos. A variação de preço da batata inglesa passou de 32,42% em junho para -21,71% em julho. A inflação da carne bovina passou de -1,20% para -0,77%. "Com a carne bovina caindo de preço, dificilmente os produtores de aves e carne suína poderão elevar o preço. A carne bovina está funcionando como contrapeso do mercado", ressaltou Quadros.

No atacado, também foi destaque a alta de preço da gasolina de 5,15%, ante 2,56% no mês anterior. "A alta da gasolina para o produtor não será repassada ao consumidor, porque o governo utilizou a alternativa de reduzir a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico)", disse. A inflação dos combustíveis para consumo, incluída no grupo de bens finais, passou de 1,43% para 3,36%.

Já os combustíveis e lubrificantes para produção, classificados como bens intermediários, avançaram de 1,00% para 4,22%. Neste caso, a principal influência partiu do óleo diesel, cuja inflação passou de 1,30% em junho para 6,65% em julho. "Algumas mercadorias vão chegar mais caro ao consumidor, porque o frete encareceu. O segundo reajuste do diesel pode se repetir no IPC (Índice de Preços ao Consumidor). Mas é um efeito difuso", destacou o economista.

Acompanhe tudo sobre:economia-brasileiraEmpresasEstatísticasFGV - Fundação Getúlio VargasIGP-DIIndicadores econômicosInflaçãoPreços

Mais de Economia

FGTS tem lucro de R$ 23,4 bi em 2023, maior valor da história

Haddad diz que ainda não apresentou proposta de bloqueio de gastos a Lula

FMI confirma sua previsão de crescimento mundial para 2024 a 3,2%

Novos dados aumentam confiança do Fed em desaceleração da inflação, diz Powell

Mais na Exame