Economia

Preço de energia de curto prazo bate recorde a R$822,83/MWh

Valor da energia bateu recorde diante de um maior acionamento de termelétricas por causa do baixo nível de reservatórios de hidrelétricas


	Torre de energia elétrica: preço representa uma alta de 69,1 por cento em relação ao PLD médio que vigora nesta semana, de 486,59 reais por MWh
 (Bruno Vincent/Getty Images)

Torre de energia elétrica: preço representa uma alta de 69,1 por cento em relação ao PLD médio que vigora nesta semana, de 486,59 reais por MWh (Bruno Vincent/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 31 de janeiro de 2014 às 16h35.

São Paulo - O valor da energia de curto prazo, chamado de Preço de Liquidação de Diferenças (PLD), para a próxima semana bateu recorde, chegando ao teto fixado para o ano de 822,83 reais por megawatt-hora (MWh), diante de um maior acionamento de termelétricas por causa do baixo nível de reservatórios de hidrelétricas.

Segundo dados divulgados nesta sexta-feira pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), o preço representa uma alta de 69,1 por cento em relação ao PLD médio que vigora nesta semana, de 486,59 reais por MWh.

Agentes do setor haviam dito à Reuters na quinta-feira que esperavam que isso acontecesse, diante da expectativa de pouca chuva para abastecer reservatórios de hidrelétricas.

O valor máximo alcançado do PLD é o teto determinado para 2014 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que regulamenta limites mínimo e máximo todos os anos.

"Se não fosse o teto legal, o preço no Sudeste seria de 1.063,69 reais", disse o diretor da consultoria Excelência Energética, Erik Rego, nesta sexta-feira.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) ainda não divulgou o documento que traz detalhes sobre as expectativas de chuva para a próxima semana, no qual também dará informações sobre o acionamento térmico. Mas o alto preço do PLD já divulgado pela CCEE indica que as termelétricas mais caras do país deverão ter que ser acionadas na próxima semana, segundo Erik Rego.

Os reservatórios das hidrelétricas em todo o país estão em níveis baixos, principalmente no Sudeste, onde estão as maiores represas do país e onde o consumo de energia se mantém forte diante de altas temperaturas que elevam o uso de equipamentos de refrigeração.

Os reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste estão terminando o mês em 40,57 por cento de armazenamento, segundo dados do ONS fechados na quinta-feira, nível superior ao do ano passado e aos dos anos críticos de 2000 e 2001 -- mas ainda bem abaixo da média histórica.

O armazenamento registrado também mostra que houve depreciação dos reservatórios do Sudeste ao longo de janeiro, já que ao final de dezembro o nível das represas da região era de apenas 43,18 por cento.

No Sul, os reservatórios estão a 58,58 por cento. No Nordeste, o nível é de 42,53 por cento e no Norte a 59,99 por cento.

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