Aeroporto de Lisboa: as ofertas da brasileira CCR, da Corporação América da Argentina e das gestoras dos aeroportos de Frankfurt e Zurique foram descartadas (Wikimedia Commons)
Da Redação
Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 15h53.
Lisboa - Portugal vendeu nesta quinta-feira a gestão dos aeroportos do país ao grupo francês Vinci, cuja oferta, de cerca de 3 bilhões de euros, foi a mais alta em uma licitação que contou com a participação de empresas de Brasil, Argentina e Europa.
Na última grande privatização pendente em Portugal, cujo resgate financeiro o obriga a reduzir o setor público, o governo conservador de Pedro Passos Coelho anunciou hoje a transferência da empresa nacional aeroportuária, ANA, ao grupo francês, e a gestão por 50 anos dos principais terminais áreos do país.
As ofertas da brasileira CCR, da Corporação América da Argentina e das gestoras dos aeroportos de Frankfurt e Zurique foram descartadas.
O Vinci, presente em uma centena de países, administra uma dúzia de aeroportos, a maioria na França, assim como linhas ferroviárias e estradas, e em Portugal é acionista majoritário, com 37%, da empresa Lusoponte, concessionária até 2030 das duas grandes pontes de Lisboa, a Vasco da Gama e a 25 de Abril.
A privatização dos aeroportos, anunciada hoje após um Conselho de Ministros, foi a maior venda de ativos realizada pelo Estado luso dentro do programa de ajustes associado ao resgate de 78 bilhões de euros outorgado no ano passado pela União Europeia (UE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).
Na primeira metade do ano Portugal já se desfez de suas participações em empresas do setor da energia, as mais valiosas e pelas quais obteve quase 3,3 bilhões de euros.
Segundo as condições da licitação de ANA, o grupo Vinci terá que pagar imediatamente 100 milhões de euros de sinal e fornecer as garantias bancárias do resto da operação antes da assinatura dos contratos.
A empresa francesa, que não poderá vender ANA antes de cinco anos, ficará com 95% de suas ações e o resto será oferecido aos trabalhadores.