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PMI de outubro indica impacto da segunda onda da covid-19 na economia

Indicador de atividade econômica com entrevistas a mais de 400 executivos é o primeiro com dados do mês corrente e antecipam rumo do PIB

Os resultados do PMI de outubro dos Estados Unidos serão importantes para entender o impacto da segunda onda da covid-19 sobre ritmo da recuperação da economia na maior economia global (Bill Pugliano/AFP)
LB

Leo Branco

Publicado em 23 de outubro de 2020 às 06h04.

Última atualização em 23 de outubro de 2020 às 15h44.

Nesta sexta-feira, 23, a divulgação de uma bateria de resultados de outubro para o indicador PMI, que mede a atividade econômica a partir de entrevistas com executivos da indústria e do setor de serviços, indicam até que ponto a segunda onda de contágios da covid-19, e as novas restrições de circulação para conter o repique na pandemia, podem afetar a economia de mercados desenvolvidos como Europa e Estados Unidos.

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Sigla em inglês para Purchasing Manager Index, ou Índice Gerencial de Compras, numa tradução livre para o português, esse tipo de métrica traduz o nível de atividade num determinado setor, como indústria ou serviços.

 

O indicador é feito com base em entrevistas a mais de 400 executivos para entender a percepção deles sobre o volume de compras realizadas nas últimas semanas – e, daí, captar o nível de atividade econômica. Desenvolvida por institutos de pesquisas de mercado como o americano ISM e o britânico Markit Group, o PMI varia numa escala de 0 a 100. Em geral, resultados acima de 50 costumam estar relacionados a um ritmo forte da atividade econômica.

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Não é o que está acontecendo na Europa neste momento. De acordo com a IHS Markit, consultoria econômica responsável pela produção do indicador, a atividade econômica em outubro caiu para 49,4. Em setembro, o índice estava em 50,4. O resultado foi puxado para baixo por causa do setor de serviços, que caiu de 48 em setembro para 46,2 em outubro, abaixo da expectativa dos economistas, que projetavam um PMI de serviços em 47 agora.

A dúvida é para os números dos Estados Unidos, que devem sair até o fim da manhã. Para Arthur Mota, economista da EXAME Research , unidade de pesquisas econômicas da EXAME , os resultados americanos devem vir um pouco melhores que os europeus. "A segunda onda de contágios pela covid já foi muito mais forte lá e, embora ainda em elevado nível, não deve ser o principal mote de um arrefecimento do ritmo de recuperação agora", diz Mota. A expectativa é o PMI venha no mesmo ritmo do mês passado: 56,4. "Em outras palavras, a atividade segue crescendo no ritmo próximo do mês anterior", diz Mota.

Para Sergio Vale, economista-chefe da consultoria MB Associados, nos Estados Unidos a situação mais complicada da covid-19 está nos estados do meio oeste, mas, ainda assim, não há sinais de lockdown como vistos na Europa -- o que, na ponta, devem beneficiar os resultados. "Diria que os dados podem sair um pouco piores, mas em novembro esse efeito poderá ficar mais claro, não agora", diz Vale.

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