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Petróleo fica abaixo dos US$ 80 pela 1ª vez em quatro anos

Redução dos preços ocorre a duas semanas de uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo na qual não se esperam cortes na produção

Vista de uma plataforma de petróleo em Novo México, nos Estados Unidos: preço barril de Brent teve seu valor mais baixo em quatro anos (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de novembro de 2014 às 16h56.

Londres - O barril de Brent do Mar do Norte caiu nesta quinta-feira a seu preço mais baixo em quatro anos, abaixo da barreira simbólica dos 80 dólares. A queda é motivada, sobretudo, pela oferta abundante do mercado.

A redução dos preços ocorre a duas semanas de uma reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), da qual não se esperam, em princípio, decisões sobre cortes na produção.

Às 8h20 GMT (6h20 no horário de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em dezembro era cotado a 79,55 dólares no Intercontinental Exchange de Londres, nível mais baixo desde 28 de setembro de 2010.

Perto das 9h30 GMT (7h30 no horário de Brasília), continuava abaixo dos 79,88 dólares o barril, ou seja, valor 50 centavos inferior ao do fechamento de quarta-feira.

Desde a sua última máxima em meados de junho (a 115,71 dólares), a referência europeia de cru caiu mais de 30%, devido a uma série de fatores, como a ampla oferta, a moderada demanda e a valorização do dólar.

Os investidores estão preocupados com o nível da demanda energética de dois grandes consumidores de petróleo: a China, que continua crescendo, embora em um ritmo mais lento, e a Europa, onde se vislumbra uma ameaça de estagnação.

Apesar da queda dos preços, não parece que a Opep diminuirá a produção em sua próxima reunião, em 27 de novembro, em Viena. Contudo, alguns países da Opep, como a Arábia Saudita, líder do cartel, já reduziram seus preços para alguns clientes, como os Estados Unidos.

Petróleo de xisto muda as regras

Como destacam os analistas do Commerzbank, os comentários feitos na última quarta-feira pelo ministro saudita do Petróleo, Ali al Nuaimi, não esclareceram sua posição.

"Tudo o que ele disse é que quer um mercado de petróleo estável, preços sólidos e não embarcar em uma guerra de preços. O que ele aparentemente quis dizer é que está tudo bem, se os preços se mantiverem nos níveis atuais", avaliaram.

Já outros países, como Venezuela e Equador, defendem publicamente o corte da produção para frear uma queda dos preços que ameaça suas contas públicas.

"Há muitos países que perdem com esses preços, como a Rússia, e todos os membros da Opep de fora da península arábica, como Venezuela, Argélia e Nigéria. Estes países precisam de preços mais altos, em torno dos 100 dólares o barril, para dinamizar o crescimento econômico e evitar o descontrole do déficit", explicou o economista Christopher Dembik, do Saxo Banque.

Como ressaltou o analista, o mercado de petróleo entrou em um novo paradigma com a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. Este tipo de petróleo bruto não convencional é extraído por fraturação hidráulica. Criticada pelos ecologistas, a técnica consiste em injetar água com alta pressão para fraturar rochas localizadas em profundidades entre 1.500 e 2.400 metros.

A técnica possibilita a extração de petróleo para muitos outros países, ameaçando a posição dos produtores tradicionais.

Graças a isso, os Estados Unidos recuperaram seus níveis de produção dos anos de 1970: 9,5 milhões de barris por ano. Embora os americanos não exportem petróleo de xisto, o aumento de sua produção repercute no mercado mundial, porque reduz seu consumo e obriga seus tradicionais fornecedores a buscar outros mercados.

Apesar de a queda parecer uma boa notícia para os consumidores, "acentua o risco de deflação na zona do euro", recordou Dembik.

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Londres - O barril de Brent do Mar do Norte caiu nesta quinta-feira a seu preço mais baixo em quatro anos, abaixo da barreira simbólica dos 80 dólares. A queda é motivada, sobretudo, pela oferta abundante do mercado.

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Às 8h20 GMT (6h20 no horário de Brasília), o barril de Brent do Mar do Norte para entrega em dezembro era cotado a 79,55 dólares no Intercontinental Exchange de Londres, nível mais baixo desde 28 de setembro de 2010.

Perto das 9h30 GMT (7h30 no horário de Brasília), continuava abaixo dos 79,88 dólares o barril, ou seja, valor 50 centavos inferior ao do fechamento de quarta-feira.

Desde a sua última máxima em meados de junho (a 115,71 dólares), a referência europeia de cru caiu mais de 30%, devido a uma série de fatores, como a ampla oferta, a moderada demanda e a valorização do dólar.

Os investidores estão preocupados com o nível da demanda energética de dois grandes consumidores de petróleo: a China, que continua crescendo, embora em um ritmo mais lento, e a Europa, onde se vislumbra uma ameaça de estagnação.

Apesar da queda dos preços, não parece que a Opep diminuirá a produção em sua próxima reunião, em 27 de novembro, em Viena. Contudo, alguns países da Opep, como a Arábia Saudita, líder do cartel, já reduziram seus preços para alguns clientes, como os Estados Unidos.

Petróleo de xisto muda as regras

Como destacam os analistas do Commerzbank, os comentários feitos na última quarta-feira pelo ministro saudita do Petróleo, Ali al Nuaimi, não esclareceram sua posição.

"Tudo o que ele disse é que quer um mercado de petróleo estável, preços sólidos e não embarcar em uma guerra de preços. O que ele aparentemente quis dizer é que está tudo bem, se os preços se mantiverem nos níveis atuais", avaliaram.

Já outros países, como Venezuela e Equador, defendem publicamente o corte da produção para frear uma queda dos preços que ameaça suas contas públicas.

"Há muitos países que perdem com esses preços, como a Rússia, e todos os membros da Opep de fora da península arábica, como Venezuela, Argélia e Nigéria. Estes países precisam de preços mais altos, em torno dos 100 dólares o barril, para dinamizar o crescimento econômico e evitar o descontrole do déficit", explicou o economista Christopher Dembik, do Saxo Banque.

Como ressaltou o analista, o mercado de petróleo entrou em um novo paradigma com a produção de petróleo de xisto nos Estados Unidos. Este tipo de petróleo bruto não convencional é extraído por fraturação hidráulica. Criticada pelos ecologistas, a técnica consiste em injetar água com alta pressão para fraturar rochas localizadas em profundidades entre 1.500 e 2.400 metros.

A técnica possibilita a extração de petróleo para muitos outros países, ameaçando a posição dos produtores tradicionais.

Graças a isso, os Estados Unidos recuperaram seus níveis de produção dos anos de 1970: 9,5 milhões de barris por ano. Embora os americanos não exportem petróleo de xisto, o aumento de sua produção repercute no mercado mundial, porque reduz seu consumo e obriga seus tradicionais fornecedores a buscar outros mercados.

Apesar de a queda parecer uma boa notícia para os consumidores, "acentua o risco de deflação na zona do euro", recordou Dembik.

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