Marcos Barbosa Pinto: segundo secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, programa Pé-de-Meia contribuirá para aumentar a produtividade da economia brasileira (Leandro Fonseca/Exame)
Repórter especial de Macroeconomia
Publicado em 13 de janeiro de 2025 às 17h01.
Última atualização em 13 de janeiro de 2025 às 17h23.
O Ministério da Fazenda e o Ministério da Educação publicarão, até fevereiro, uma portaria conjunta para autorizar que os alunos beneficiários do programa Pé-de-Meia possam investir o incentivo-conclusão de R$ 1 mil no Tesouro Direto e em ações, por meio de ETFs (Exchange Traded Funds). As informações são do secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Barbosa Pinto, em entrevista à EXAME.
“Queremos finalizar a regulação do Pé-de-Meia. Tem uma parte importante que é regulamentar como serão os investimentos. Os alunos estão recebendo [o incentivo-conclusão de R$ 1 mil] em uma poupança. Estamos pensando em opções conservadores, principalmente, no Tesouro Direto. É uma opção segura, com poucas taxas, e apresenta alternativa interessante para os alunos”, disse.
No caso dos ETFs, o secretário afirmou que a autorização deve ser concedida para que um percentual pequeno dos recursos seja aplicado nesse ativo.
“Além de ser programa educacional e de social, o Pé-de-Meia é um programa de produtividade. Queremos que os estudantes permaneçam na escola, completem o ensino médio e que ajudem o país a ter uma economia mais produtiva”, afirmou.
O Pé-de-Meia é um programa do governo de incentivo financeiro-educacional, criado em 2023, voltado para estudantes matriculados no ensino médio público beneficiários do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico). O programa funciona como uma poupança para promover a permanência e a conclusão escolar de estudantes
Ao comprovar matrícula e frequência, o estudante recebe o pagamento de incentivo mensal de R$ 200, que pode ser sacado em qualquer momento. No caso da educação de jovens e adultos, ao comprovar matrícula, o estudante recebe um incentivo de R$ 200, além de incentivo mensal de R$ 225 pela frequência, ambos disponíveis para saque.
O beneficiário do Pé-de-Meia ainda recebe R$ 1 mil ao final de cada ano concluído, que só podem ser retirados da poupança após a formatura no ensino médio. Além disso, os beneficiários que participam do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) recebem outros R$ 200.
Com todos os depósitos, os valores podem chegar a R$ 9,2 mil, por aluno.
Atualmente, 3,9 milhões de estudantes estão inscritos no programa, com custo de R$ 12,5 bilhões para o governo.
Os ETFs são fundos de investimento negociados na bolsa de valores, que possuem características tanto de fundos mútuos quanto de ações. Em vez de comprar uma única ação ou título, o investidor adquire uma cota de um fundo que possui um portfólio diversificado de ativos.
Esses ativos podem ser ações, títulos públicos, commodities, entre outros, com o objetivo de replicar o desempenho de um índice de mercado, como o Ibovespa, S&P 500 ou outros índices globais.
Por exemplo, o ETF BOVA11 é um dos mais conhecidos no Brasil e replica o desempenho do índice Bovespa, ou seja, ele tem em sua carteira ações das empresas que compõem o principal índice de ações da Bolsa brasileira. Ao comprar uma cota de BOVA11, o investidor passa a ter uma pequena participação em várias empresas do mercado de ações.