Economia

Paraná pretende licitar 20 terminais portuários

De um total de 20 empreendimentos mapeados, 16 têm estudos de viabilidade concluídos e 6 poderiam ser licitados no segundo semestre


	A administração portuária criou um plano de arrendamento dos portos paranaenses, que inclui terminais de contêineres, de granéis sólidos e líquidos, carga geral, pátio de veículos e passageiro
 (REUTERS/Fabian Bimmer)

A administração portuária criou um plano de arrendamento dos portos paranaenses, que inclui terminais de contêineres, de granéis sólidos e líquidos, carga geral, pátio de veículos e passageiro (REUTERS/Fabian Bimmer)

DR

Da Redação

Publicado em 23 de maio de 2013 às 11h16.

São Paulo - Quase uma semana depois de o Congresso aprovar a Medida Provisória (MP) 595, que muda as regras do setor portuário, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), umas das principais portas de saída da soja brasileira, anunciou um plano de investimentos para expandir o estuário.

De um total de 20 empreendimentos mapeados, 16 têm estudos de viabilidade concluídos e 6 poderiam ser licitados no segundo semestre.

De acordo com o superintendente da Appa, Luiz Henrique Dividino, três projetos têm até licença ambiental prévia. "Se fossem licitados no segundo semestre, em 24 meses estariam operando", o que significaria desafogar outros portos da Região Sudeste.

Juntos, os seis terminais somam investimentos de R$ 700 milhões em áreas estratégicas como grãos e fertilizantes. "Antes mesmo da MP (595) começar a ser discutida, já estávamos correndo atrás de alternativas para atender nossos clientes. Verificamos quais áreas estavam mais precárias e iniciamos estudos de viabilidade."

A administração portuária criou um plano de arrendamento dos portos paranaenses, que inclui terminais de contêineres, de granéis sólidos e líquidos, carga geral, pátio de veículos e terminal de passageiro.

Conhecido pelas imensas filas de caminhões nas rodovias no período da safra, o Porto de Paranaguá ainda tem os reflexos de uma filosofia adotada pelas administrações passadas. "Ao longo de 20 anos, pouca coisa foi feita. Mas agora estamos um passo a frente."

Mas, apesar dos processos adiantados, a administração do Paraná terá de aguardar a sanção presidencial da nova Lei dos Portos, que inclui mudanças significativas a respeito das novas licitações.


O presidente da Associação Brasileira de Terminais Portuários (ABTP), Wilen Manteli, destaca que, pelas regras aprovadas, haverá uma centralização das licitações em Brasília. "Todos os procedimentos licitatórios, como a elaboração dos editais, serão feitos pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). A assinatura dos contratos será feita pela poder concedente, no caso a Secretaria de Portos."

Como houve muita polêmica durante a aprovação da MP, no entanto, o Congresso incluiu entre as regras a possibilidade de a Secretaria de Portos autorizar as administrações portuárias a elaborar os editais e as licitações.

A cláusula atende especialmente reivindicação do governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, que tem planos ambiciosos para o Complexo de Suape. "Não há certeza de que a secretaria vá transferir os processos para os Estados, mas há uma possibilidade", diz Manteli.

Sem querer criar atrito com o governo, Dividino afirma que não se opõe à entrega dos projetos para que o governo faça a licitação, mas desde que seja um processo célere. "Não temos problema nenhum em ceder e repassar os estudos. Nosso objetivo é acelerar os projetos de melhorias nos portos."

Há algum tempo, o governo tenta rever concessões delegadas aos governos dos Estados. O ex-ministro de Portos Pedro Brito já manifestou interesse em federalizar os portos, mas o plano ficou no meio do caminho.

Agora com a nova lei, o governo tem a chance de tomar as rédeas da situação. A dúvida é se conseguirá tirar todos os projetos do papel. Manteli afirma que, em Brasília, o plano é licitar mais de cem terminais a partir de outubro. "É muito otimismo, especialmente se considerarmos que em cinco anos o governo federal mal conseguiu licitar 5 terminais em todo o País."

Acompanhe tudo sobre:InfraestruturaLicitaçõesParanáPortosTransportes

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega