Economia

Para S&P, governo Temer é oportunidade de encerrar recessão

Na avaliação da agência, Temer tem "um diagnóstico claro dos problemas que o Brasil enfrenta" e também é um articulador político experiente


	Michel Temer: "provavelmente uma das poucas pessoas no Brasil capazes de obter apoio congressual para as medidas que precisam ser tomadas"
 (Adriano Machado / Reuters)

Michel Temer: "provavelmente uma das poucas pessoas no Brasil capazes de obter apoio congressual para as medidas que precisam ser tomadas" (Adriano Machado / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 2 de junho de 2016 às 18h16.

São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's afirmou em nota nesta quinta-feira, 2, que o fato de o vice-presidente Michel Temer ter se tornado presidente em exercício cria uma "janela de oportunidade" para encerrar um período duradouro de recessão no Brasil.

Na avaliação da agência, Temer tem "um diagnóstico claro dos problemas que o Brasil enfrenta" e também é um articulador político experiente, "provavelmente uma das poucas pessoas no Brasil capazes de obter apoio congressual para as medidas que precisam ser tomadas".

A S&P diz que o diagnóstico e as medidas que Temer tem em mente podem ser inferidos pelo documento do PMDB "Uma ponte para o futuro", publicado em outubro de 2015.

As políticas incluem reforma fiscal e também uma reforma mais ampla do papel do Estado na economia.

"A ênfase nessas reformas disseminadas está correta, em nossa visão, tanto pela atual estagflação do Brasil e por seu mais secular declínio no crescimento desde o fim dos anos 1970", diz a agência, que vê nesse caso um problema de expansão fiscal e um papel deficiente do governo para impulsionar a capacidade do setor privado, segundo o economista-chefe de América Latina da S&P, Joaquin Cottani.

Na avaliação da agência, se metade do que está proposto no documento for alcançado, a economia brasileira pareceria bem melhor do que atualmente.

A S&P enfatiza a necessidade do apoio do Congresso para aprovar as mudanças. Nesse sentido, a agência acha positivo que não existam apenas tecnocratas no governo, mas também "políticos habilidosos", que compartilham a visão de Temer e sabem negociar com os congressistas.

A agência diz que o governo deveria acompanhar as reformas com políticas para reduzir os custos do ajuste, sem contradizer seu principal foco, a redução do tamanho do setor público e a melhora de sua eficiência.

A avaliação consta de um artigo da S&P, intitulado "For Brazil's New Interim President, A Chance To Get The Economy Back On Track" (Para o novo presidente em exercício do Brasil, uma chance de levar a economia de volta aos trilhos).

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