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Para economistas, indexação dificulta queda da inflação

Economistas avaliam que indexação de preços na economia brasileira está travando uma maior desaceleração do IPCA


	Inflação: nos serviços, a inflação do período anterior é incorporada aos novos preços, o que cria um efeito cascata de alta de preços
 (ThinkStock/Thinkstock)

Inflação: nos serviços, a inflação do período anterior é incorporada aos novos preços, o que cria um efeito cascata de alta de preços (ThinkStock/Thinkstock)

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Da Redação

Publicado em 22 de setembro de 2016 às 10h22.

São Paulo - Na avaliação dos economistas, a resistência dos preços dos serviços é um dos fatores que pode retardar o cumprimento do centro da meta de inflação, prevista para 4,5% em 2017.

"A indexação ainda é muito forte na economia brasileira", afirma o economista Fabio Silveira, sócio-diretor da consultoria MacroSector.

Silveira observa que vários contratos de prestação de serviços são corrigidos pela inflação passada. Isso deve dificultar a convergência da inflação para o centro da meta no ano que vem.

A consultoria projeta que a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fique em 6% em 2017. Para este ano a projeção é 7,2%.

Fábio Romão, economista da LCA Consultores, concorda com Silveira, da MacroSector. "A resistência da inflação de serviços é um dos obstáculos para que se atinja a meta em 2017", observa Romão.

Ele calcula que o IPCA de 2017 deve ficar em 5,2% e a inflação de serviços tende a recuar para 6,4%. A desaceleração dos serviços para 2017 prevista pelo economista será de 0,7 ponto porcentual, um ritmo mais lento que o registrado este ano que, nas suas contas, terá um recuo de um ponto porcentual.

"A desaceleração dos serviços deve ser mais lenta ao longo do ano que vem, porque haverá uma melhora da atividade e da renda. Conforme a confiança for melhorando e a atividade ganhando corpo, ainda que gradualmente, é natural que o ritmo de desaceleração dos serviços vá se reduzindo", afirma Romão.

A esses fatores, o economista acrescenta mais um obstáculo ao cumprimento do centro da meta no ano que vem: a alta dos preços administrados, aqueles cujo reajuste é autorizado pelo governo, como água, energia, ônibus.

Para 2017, o economista da LCA projeta uma alta de 5,7% dos preços administrados, que devem subir 6,5%, depois da alta extraordinária de 18% em 2015.

Diante dos últimos anos, o reajuste dos preços administrado esperado para este ano e o próximo pode parecer pequeno. Mas, entre 2008 e 2014, a media dos reajustes do setor foi 3,7% ao ano.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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