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Brasil pode ter nota revista antes do previsto, diz Fitch

Fitch não vê a estabilização da dívida do governo e segue vendo riscos de piora em suas projeções para a atividade econômica e as contas públicas

Classificação de risco: Fitch não vê a estabilização da dívida do governo e segue vendo riscos de piora em suas projeções para a atividade econômica e as contas públicas (Brendan McDermid/Reuters)
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Da Redação

Publicado em 17 de novembro de 2015 às 10h48.

Nova York - O rating soberano do Brasil continua sob pressão, em meio ao aumento de incertezas políticas e econômicas, afirmou a diretora sênior da Fitch responsável pela América Latina, Shelly Shetty, em vídeo divulgado nesta segunda-feira, 16.

Piora adicional da economia, deterioração mais acentuada das contas fiscais, escalada da dívida bruta e dificuldades extras na governabilidade podem colocar pressão adicional para o rebaixamento da classificação de risco brasileira, diz a diretora.

"A Fitch mantém a perspectiva negativa para o rating, porque acredita que o desempenho fraco da economia e das contas fiscais vai continuar", afirmou.

A agência de classificação de risco não vê a estabilização da dívida do governo e segue vendo riscos de piora em suas projeções para a atividade econômica e as contas públicas. Essas preocupações são amplificadas em meio à volatilidade que tem sido observada no mercado financeiro e à falta de "fluidez política", acrescentou.

Na Fitch, a perspectiva negativa em um rating indica chance "acima de 50%" de rebaixamento da nota entre 12 a 18 meses.

Mas Shelly destacou, no vídeo que dura pouco mais de três minutos, que uma mudança na nota do país também pode ocorrer em período mais curto que o esperado pelas regras da agência, dependendo do que ocorrer na economia analisada. "Vamos continuar monitorando os desdobramentos políticos, econômicos e fiscais no Brasil", disse.

"O cenário econômico brasileiro está se tornando mais desafiador", disse Shelly, destacando que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher 3% este ano e mais 1% em 2016. "Notadamente mais do que o inicialmente previsto", afirmou.

"As perspectivas de crescimento de médio prazo também são fracas, comparadas a outros grandes mercados emergentes", completou.

Shelly explica no vídeo que três fatores principais contribuíram para o rebaixamento da nota soberana do país, anunciada em 15 de outubro: piora do cenário econômico, dificuldade em seguir com o ajuste fiscal e a difícil situação política.

A falta de avanço no ajuste tem impedido a melhora dos números fiscais e o cenário político turbulento tem dificultado o avanço da agenda econômica do Planalto e contribuído para elevar ainda mais a incerteza.

Desemprego

Shelly também chamou a atenção para o fato de que o aumento da taxa de desemprego do Brasil, o "colapso" do investimento privado e a dificuldade de expansão do crédito mostram as dificuldades que o governo de Dilma Rousseff enfrenta para fazer a economia voltar a crescer.

A previsão da Fitch é de que o déficit siga elevado este ano e no ano que vem, e a relação dívida bruta/PIB bata em 70% em 2016 e siga crescendo.

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Nova York - O rating soberano do Brasil continua sob pressão, em meio ao aumento de incertezas políticas e econômicas, afirmou a diretora sênior da Fitch responsável pela América Latina, Shelly Shetty, em vídeo divulgado nesta segunda-feira, 16.

Piora adicional da economia, deterioração mais acentuada das contas fiscais, escalada da dívida bruta e dificuldades extras na governabilidade podem colocar pressão adicional para o rebaixamento da classificação de risco brasileira, diz a diretora.

"A Fitch mantém a perspectiva negativa para o rating, porque acredita que o desempenho fraco da economia e das contas fiscais vai continuar", afirmou.

A agência de classificação de risco não vê a estabilização da dívida do governo e segue vendo riscos de piora em suas projeções para a atividade econômica e as contas públicas. Essas preocupações são amplificadas em meio à volatilidade que tem sido observada no mercado financeiro e à falta de "fluidez política", acrescentou.

Na Fitch, a perspectiva negativa em um rating indica chance "acima de 50%" de rebaixamento da nota entre 12 a 18 meses.

Mas Shelly destacou, no vídeo que dura pouco mais de três minutos, que uma mudança na nota do país também pode ocorrer em período mais curto que o esperado pelas regras da agência, dependendo do que ocorrer na economia analisada. "Vamos continuar monitorando os desdobramentos políticos, econômicos e fiscais no Brasil", disse.

"O cenário econômico brasileiro está se tornando mais desafiador", disse Shelly, destacando que o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deve encolher 3% este ano e mais 1% em 2016. "Notadamente mais do que o inicialmente previsto", afirmou.

"As perspectivas de crescimento de médio prazo também são fracas, comparadas a outros grandes mercados emergentes", completou.

Shelly explica no vídeo que três fatores principais contribuíram para o rebaixamento da nota soberana do país, anunciada em 15 de outubro: piora do cenário econômico, dificuldade em seguir com o ajuste fiscal e a difícil situação política.

A falta de avanço no ajuste tem impedido a melhora dos números fiscais e o cenário político turbulento tem dificultado o avanço da agenda econômica do Planalto e contribuído para elevar ainda mais a incerteza.

Desemprego

Shelly também chamou a atenção para o fato de que o aumento da taxa de desemprego do Brasil, o "colapso" do investimento privado e a dificuldade de expansão do crédito mostram as dificuldades que o governo de Dilma Rousseff enfrenta para fazer a economia voltar a crescer.

A previsão da Fitch é de que o déficit siga elevado este ano e no ano que vem, e a relação dívida bruta/PIB bata em 70% em 2016 e siga crescendo.

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