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Oposição avalia que BC perdeu a independência

Para políticos, Dilma "meteu medo" no Banco Central, para reduzir a taxa básica de juros

Presidente nega que tenha pressionado o BC e disse ter acertado na decisão de aumentar a meta fiscal (Wilson Dias/ABr)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de setembro de 2011 às 08h57.

Brasília - A presidente Dilma Rousseff comemorou o corte na taxa básica de juros e negou que tenha feito pressão sobre o Banco Central (BC). A oposição apoiou a redução da Selic, mas, pela forma como a decisão foi tomada, sob pressão do Planalto e do Ministério da Fazenda, avalia que o BC perdeu independência.

O senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM e líder do partido no Senado, apoiou a redução da Selic e disse que a decisão foi tomada pelo BC depois de Dilma ter anunciado, "de forma responsável", que pouparia mais receita para abater na dívida. Para Agripino, o governo foi responsável ao mostrar que "não gastaria de forma perdulária os R$ 10 bilhões arrecadados com aumento da receita e ao dizer que esse dinheiro era para fazer superávit e pagar os juros da dívida".

Independência em risco

"Não somos contra a redução dos juros, mas o esforço fiscal do governo tem de ser um esforço real", disse o deputado ACM Neto (DEM-BA). "Para que o corte de juros não vire uma armadilha, e a redução da Selic não implique em mais risco de aumento da inflação, é preciso que o governo corte de verdade os gastos", completou o líder do DEM na Câmara.

O presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE), fez coro com ACM Neto na avaliação de que a pressão do Planalto sobre o BC foi explícita ao longo da semana e, por isso, a decisão de cortar os juros acabou por ferir a independência da autoridade monetária. "Só há uma explicação para o que aconteceu, depois de o (Guido) Mantega anunciar que não gastaria R$ 10 bilhões de receita nova: a Dilma meteu medo ao BC, e o BC teve medo da Dilma. E, com medo da Dilma, o BC cedeu", resumiu Guerra. "No fundo, a presidente Dilma não se preocupa muito com a inflação. Ela se preocupa mesmo é com as pesquisas de avaliação do governo", acrescentou.

"Ao longo do governo Lula, o BC vinha mantendo uma posição independente. Hoje (ontem à noite), o BC se mostrou disposto a ceder às pressões políticas da presidente da República, o que enfraquece a autonomia da instituição", disse ACM Netto.

Dilma comemora

A presidente Dilma comemorou a redução dos juros. Em conversas reservadas, disse que tinha certeza do acerto na decisão de aumentar a meta fiscal do governo, anunciando uma economia extra de mais R$ 10 bilhões este ano. Na avaliação do Planalto, após cinco aumentos seguidos dos juros, o BC deu sinais de que iniciará um novo ciclo de queda. O governo, porém, nega que tenha exercido pressão sob o BC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - A presidente Dilma Rousseff comemorou o corte na taxa básica de juros e negou que tenha feito pressão sobre o Banco Central (BC). A oposição apoiou a redução da Selic, mas, pela forma como a decisão foi tomada, sob pressão do Planalto e do Ministério da Fazenda, avalia que o BC perdeu independência.

O senador Agripino Maia (RN), presidente do DEM e líder do partido no Senado, apoiou a redução da Selic e disse que a decisão foi tomada pelo BC depois de Dilma ter anunciado, "de forma responsável", que pouparia mais receita para abater na dívida. Para Agripino, o governo foi responsável ao mostrar que "não gastaria de forma perdulária os R$ 10 bilhões arrecadados com aumento da receita e ao dizer que esse dinheiro era para fazer superávit e pagar os juros da dívida".

Independência em risco

"Não somos contra a redução dos juros, mas o esforço fiscal do governo tem de ser um esforço real", disse o deputado ACM Neto (DEM-BA). "Para que o corte de juros não vire uma armadilha, e a redução da Selic não implique em mais risco de aumento da inflação, é preciso que o governo corte de verdade os gastos", completou o líder do DEM na Câmara.

O presidente do PSDB, o deputado Sérgio Guerra (PE), fez coro com ACM Neto na avaliação de que a pressão do Planalto sobre o BC foi explícita ao longo da semana e, por isso, a decisão de cortar os juros acabou por ferir a independência da autoridade monetária. "Só há uma explicação para o que aconteceu, depois de o (Guido) Mantega anunciar que não gastaria R$ 10 bilhões de receita nova: a Dilma meteu medo ao BC, e o BC teve medo da Dilma. E, com medo da Dilma, o BC cedeu", resumiu Guerra. "No fundo, a presidente Dilma não se preocupa muito com a inflação. Ela se preocupa mesmo é com as pesquisas de avaliação do governo", acrescentou.

"Ao longo do governo Lula, o BC vinha mantendo uma posição independente. Hoje (ontem à noite), o BC se mostrou disposto a ceder às pressões políticas da presidente da República, o que enfraquece a autonomia da instituição", disse ACM Netto.

Dilma comemora

A presidente Dilma comemorou a redução dos juros. Em conversas reservadas, disse que tinha certeza do acerto na decisão de aumentar a meta fiscal do governo, anunciando uma economia extra de mais R$ 10 bilhões este ano. Na avaliação do Planalto, após cinco aumentos seguidos dos juros, o BC deu sinais de que iniciará um novo ciclo de queda. O governo, porém, nega que tenha exercido pressão sob o BC. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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