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Nova mistura de biodiesel reduz exportação de óleo de soja

Aumento na mistura de biodiesel no Brasil vai levar a um maior consumo de óleo de soja no país este ano

Diesel: consumo interno de óleo de soja em 2014 deverá atingir 6,1 milhões de toneladas (André Valentim/Petrobras)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de junho de 2014 às 14h20.

São Paulo - O aumento na mistura de biodiesel no Brasil vai levar a um maior consumo de óleo de soja no país este ano, com parte desta nova demanda sendo atendida pelo produto que iria para a exportação , informou a associação das indústrias nesta quarta-feira.

O consumo interno de óleo de soja em 2014 deverá atingir 6,1 milhões de toneladas, alta de 300 mil toneladas ante estimativa anterior da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

A mistura de biodiesel no diesel vai subir para 6 por cento em julho e 7 por cento em novembro, ante os atuais 5 por cento, informou o governo federal no fim de maio. O óleo de soja é, no Brasil, a principal matéria-prima para o biodiesel.

Metade do volume adicional de óleo de soja virá de um processamento extra de grãos e a outra metade será redirecionada das exportações de óleo, que agora estão estimadas de 1,15 milhão de toneladas este ano, ante 1,3 milhão na previsão de maio.

A produção de óleo não crescerá na mesma medida que o consumo por margens apertadas no setor, em meio a problemas com créditos tributários.

A indústria reclama que não consegue utilizar, na venda de óleo, os créditos acumulados com a compra de grãos in natura.

"É um problema transformar nossos créditos tributários em dinheiro, monetizá-los. Isso dificulta a manutenção das margens. A indústria não consegue aproveitar integralmente as oportunidades de agregação de valor", disse à Reuters o secretário-geral da Abiove, Fabio Trigueirinho.

O atual estágio avançado da safra é outro motivo para que a nova demanda de óleo de soja seja atendida parcialmente por produto que seria destinado à exportação, segundo o executivo.

Uma "grande parte" dos grãos, na ordem de 80 por cento, já está de alguma forma negociado, disse Trigueirinho, o que dificulta que um volume maior fique no país para processamento.

A Abiove projetou processamento de 37,6 milhões de toneladas de soja em 2014, um aumento de 600 mil toneladas ante previsão de maio, volume que será debitado integralmente dos estoques finais, vistos agora em 4,732 milhões de toneladas. A projeção de exportação de soja em grãos foi mantida em 43 milhões de toneladas.

"Vamos ter uma demanda adicional para o mercado interno", ressaltou Trigueirinho.

Para o próximo ano, quando a nova mistura de 7 por cento estará vigente desde o início, a Abiove estima que haverá um aumento ainda maior na produção de óleo de soja, sem impacto para as exportações do produto.

A entidade ainda não estima volumes para 2015, mas acredita que as assimetrias tributárias sejam diminuídas, estimulando um maior uso da capacidade instalada nas indústrias.

O setor de esmagamento de soja terminou 2013 com ociosidade de cerca de 40 por cento de sua capacidade.

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São Paulo - O aumento na mistura de biodiesel no Brasil vai levar a um maior consumo de óleo de soja no país este ano, com parte desta nova demanda sendo atendida pelo produto que iria para a exportação , informou a associação das indústrias nesta quarta-feira.

O consumo interno de óleo de soja em 2014 deverá atingir 6,1 milhões de toneladas, alta de 300 mil toneladas ante estimativa anterior da Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove).

A mistura de biodiesel no diesel vai subir para 6 por cento em julho e 7 por cento em novembro, ante os atuais 5 por cento, informou o governo federal no fim de maio. O óleo de soja é, no Brasil, a principal matéria-prima para o biodiesel.

Metade do volume adicional de óleo de soja virá de um processamento extra de grãos e a outra metade será redirecionada das exportações de óleo, que agora estão estimadas de 1,15 milhão de toneladas este ano, ante 1,3 milhão na previsão de maio.

A produção de óleo não crescerá na mesma medida que o consumo por margens apertadas no setor, em meio a problemas com créditos tributários.

A indústria reclama que não consegue utilizar, na venda de óleo, os créditos acumulados com a compra de grãos in natura.

"É um problema transformar nossos créditos tributários em dinheiro, monetizá-los. Isso dificulta a manutenção das margens. A indústria não consegue aproveitar integralmente as oportunidades de agregação de valor", disse à Reuters o secretário-geral da Abiove, Fabio Trigueirinho.

O atual estágio avançado da safra é outro motivo para que a nova demanda de óleo de soja seja atendida parcialmente por produto que seria destinado à exportação, segundo o executivo.

Uma "grande parte" dos grãos, na ordem de 80 por cento, já está de alguma forma negociado, disse Trigueirinho, o que dificulta que um volume maior fique no país para processamento.

A Abiove projetou processamento de 37,6 milhões de toneladas de soja em 2014, um aumento de 600 mil toneladas ante previsão de maio, volume que será debitado integralmente dos estoques finais, vistos agora em 4,732 milhões de toneladas. A projeção de exportação de soja em grãos foi mantida em 43 milhões de toneladas.

"Vamos ter uma demanda adicional para o mercado interno", ressaltou Trigueirinho.

Para o próximo ano, quando a nova mistura de 7 por cento estará vigente desde o início, a Abiove estima que haverá um aumento ainda maior na produção de óleo de soja, sem impacto para as exportações do produto.

A entidade ainda não estima volumes para 2015, mas acredita que as assimetrias tributárias sejam diminuídas, estimulando um maior uso da capacidade instalada nas indústrias.

O setor de esmagamento de soja terminou 2013 com ociosidade de cerca de 40 por cento de sua capacidade.

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