Indústria: indicador do IBGE foi aperfeiçoado, com mudanças nas ponderações e na cesta de produtos, o que levou a uma atualização da série histórica (Paulo Whitaker/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de maio de 2014 às 10h28.
Rio de Janeiro - A produção industrial brasileira recuou 0,5 por cento em março, resultado melhor que o esperado mas que também mostrou que os investimentos no setor perderam força no final do trimestre passado.
Sobre um ano antes, a produção industrial recuou 0,9 por cento em março, acumulando no primeiro trimestre do ano avanço de 0,4 por cento, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira.
Ambos os resultados foram melhores do que o esperado em pesquisa Reuters, cujas medianas apontavam queda de 2,45 por cento na base mensal e recuo de 3,0 por cento na anual.
A partir dessa divulgação, o indicador do IBGE foi aperfeiçoado, com mudanças nas ponderações e na cesta de produtos, o que levou a uma atualização da série histórica.
Para fevereiro, o resultado da produção passou a estável sobre o mês anterior, após alta 0,4 por cento informada anteriormente. O último mês em que houve queda mensal foi dezembro, de 3,4 por cento.
"A série é nova, com maior abrangência... A leitura da indústria continua a mesma: um setor que enfrenta barreiras para crescer devido a endividamento das famílias, juros mais altos, maior presença de importados e maior comprometimento da renda", disse o economista do IBGE, Andre Macedo.
"Em resumo, as taxas mudam mas o norte da indústria se mantêm", acrescentou ele.
O desempenho de março do setor foi influenciado sobretudo pelo segmento de Bens de Capital, medida de investimento, com recuo de 3,6 por cento ante fevereiro e de 8,4 por cento sobre o ano anterior.
Entre os ramos de atividade, o IBGE informou ainda que 14 dos 24 pesquisados tiveram queda mensal em março, com destaque para veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,9 por cento) e máquinas e equipamentos (-5,3 por cento).
A indústria brasileira vem passando por momentos difíceis, com altos e baixos, sem demonstrar recuperação mais consistente e refletindo na confiança.
O Índice de Confiança da Indústria da Fundação Getulio Vargas (FGV) teve queda tanto em março quanto em abril. Já o Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês) aponta que a indústria voltou a encolher em abril, após quatro meses seguidos de expansão.
Na pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa de economistas é que a indústria tenha expansão de 1,21 por cento em 2014, abaixo da economia como um todo para o período, com crescimento de 1,63 por cento.