Com as medidas de austeridade, a troika planeja que a dívida pública grega caia do o atual 160% do PIB a 120,5% em 2020 (Yannis Behrakis/Reuters)
Da Redação
Publicado em 26 de março de 2012 às 08h45.
Atenas - Uma equipe de técnicos da missão internacional formada pela União Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional, chegou nesta segunda-feira a Atenas para negociar com as autoridades gregas uma forma de economizar 11,5 bilhões de euros para manter o equilíbrio orçamentário em 2013 e 2014.
'A evasão fiscal, a redução da despesa social e o progresso de recapitalização dos bancos serão os temas principais das reuniões das equipes técnicas com os altos funcionários gregos', disse à Agência Efe uma fonte do Ministério de Finanças.
Durante sua permanência na Grécia, os técnicos internacionais da chamada 'troika' se reunirão com representantes do Executivo grego para concretizar as medidas de cortes para os anos 2013 e 2014, que segundo o segundo plano de resgate da Grécia, devem ser adotadas antes de julho.
Desses 11,5 bilhões de euros, calcula-se que cerca de 6,3 bilhões sairão da redução do setor social, como a despesa farmacêutica, outros 3,2 bilhões de cortes salariais de funcionários e 2,1 bilhões da economia em subsídios assistenciais.
A expectativa é de que a troika também analise o projeto de liberalização do setor de táxi e outras reformas que o atual Governo prometeu aplicar antes da convocação de eleições para abril ou maio, segundo informa o jornal digital 'Ekathimerini'.
O acordo de resgate entre a Grécia e a troika prevê que o país mediterrâneo reduza progressivamente seu déficit público, desde 9,6% em 2011, a 6,4% em 2012, 4,7 em 2013 e 2,2 em 2014.
O objetivo é que a dívida pública grega caia desde o atual 160% do PIB até 120,5% em 2020.
Na União Europeia, a preocupação é de que a campanha eleitoral reduza a intensidade e o ritmo das reformas pactuadas com a UE e o FMI em troca de continuar recebendo ajuda financeira internacional.
Já o debate sobre a reforma tributária gerou atritos entre os membros do Governo, os socialistas do Pasok e os conservadores da Nova Democracia. Estes últimos já anunciaram que participarão do comitê que elaborará a nova norma.
Além disso, a tensão continua na rua e as manifestações realizadas no domingo por causa do Dia da Independência se transformaram em protestos contra as medidas de economia, que em alguns casos culminaram em enfrentamentos com a Polícia.