Economia

Copom aumenta juros para 12,75%

Em decisão esperada pelo mercado, Banco Central sobe taxa Selic pela quarta vez seguida

Prédio do Banco Central em Brasília: autonomia formal está em debate (Gregg Newton/Bloomberg)

Prédio do Banco Central em Brasília: autonomia formal está em debate (Gregg Newton/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

João Pedro Caleiro

Publicado em 5 de março de 2015 às 10h11.

São Paulo - O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central anunciou hoje um aumento de meio ponto percentual, de 12,25% para 12,75%, na taxa básica de juros da economia, a Selic.

A decisão veio dentro do esperado pela maior parte dos economistas e instituições financeiras, de acordo com o último Boletim Focus e outros relatórios. 

É o quarto aumento seguido da Selic, o terceiro de meio ponto.

A última vez que a taxa chegou a este patamar foi em janeiro de 2009, após corte de um ponto percentual motivado pelos efeitos recessivos da crise internacional (veja o histórico).

A ata será divulgada na próxima quinta-feira, 12 de março, e o próximo encontro está marcado para os dias 28 e 29 de abril.

Cenário 

A decisão do BC chega menos de 48 horas antes da divulgação do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de fevereiro, que ocorre na sexta-feira, às 9 da manhã.

A inflação de janeiro foi a maior desde 2003. O Banco Central já sinalizou que o índice deve continuar alto na primeira metade de 2015 graças ao reajuste de preços administrados, com acomodação mais para o final do ano e convergência para o centro da meta só em 2016.

A última projeção do Boletim Focus é que a inflação chegue a 7,47% no final de 2015, estourando de longe o teto da meta definida pelo governo. Se confirmada, seria a maior taxa anual desde 2004. 

O Focus também espera que a Selic feche o ano em 13% - ou seja, o ciclo de aperto monetário pode estar perto do fim. 

Quando o Copom aumenta os juros, encarece o crédito e estimula a poupança, o que faz com que a demanda seja contida e faça menos pressão sobre a atividade e os preços. Cortar os juros causa o efeito contrário. 

Na maior parte do mundo industrializado, o cenário é bem diferente, com juros próximos de zero e risco até de queda de preços.

(Rodrigo Sanches/EXAME.com)

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