Economia

Nos EUA, o frenesi da Black Friday alcança o ápice na internet

Historicamente, milhões chegam ainda de madrugada às portas das lojas para não perder as ofertas, mas o comércio online mudou esse costume

Black Friday: a temporada de ofertas, que se estende até a chamada "Cyber Monday" é um bom indicador da saúde do consumo dos americanos (GettyImages/Getty Images)

Black Friday: a temporada de ofertas, que se estende até a chamada "Cyber Monday" é um bom indicador da saúde do consumo dos americanos (GettyImages/Getty Images)

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AFP

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 18h18.

A tradicional "Black Friday", que costuma atrair multidões às lojas, alcança seu ápice sobretudo na internet.

A "Black Friday" é o dia seguinte ao feriado do Dia de Ação de Graças e as grandes lojas chegam a oferecer descontos acima de 50%.

Historicamente, milhões de americanos chegam ainda de madrugada às portas das lojas para não perder as ofertas, mas o auge do comércio online mudou esse costume.

A WalMart, a maior rede varejista dos Estados Unidos, lançou suas ofertas à meia-noite na internet e abriu suas portas na noite de quinta-feira.

A Target, outra rede varejista, também iniciou as vendas on-line à noite e ficou aberta durante todo o feriado.

A Target informou que os aparelhos de TV foram os artigos mais procurados: 3.200 dispositivos foram vendidos por minuto nas primeiras horas após a abertura das lojas.

A temporada de ofertas, que se estende até a chamada "Cyber Monday", quando os artigos comprados na internet ficam ainda mais baratos, é um bom indicador da saúde do consumo dos americanos.

Os gastos dos consumidores representam 70% do PIB dos Estados Unidos, contra 55% da Alemanha, por exemplo. Esse percentual evidencia que os americanos gastam muito, especialmente em produtos importados.

Cerca de 137 milhões de pessoas, ou seja, seis de cada 10 americanos, farão pelo menos uma compra nesta temporada de ofertas, estimou a associação nacional de comércios varejistas (NRF, na sigla em inglês).

Esses consumidores gastarão cerca de 137,4 bilhões de dólares, segundo Neil Saunders, do escritório de análises Conlumino.

"Hoje estamos fora"

O ciclo dos salários tem um papel importante, destacou Chris Christopher analista da firma IHS. "Que os consumidores façam suas compras um ou dois dias depois de ter recebido (seu salário) é um fator importante para as vendas varejistas", informou.

De todas as formas, ele afirmou que a "Black Friday" não será tão intensa como no passado, já que a temporada de ofertas começou no início de novembro e por causa da explosão das compras pela internet.

A Amazon.com, gigante do comércio varejista na internet, espera que suas vendas superem o recorde do ano passado, quando 54 milhões de bens foram comprados no mundo todo somente na sexta-feira.

"Muitos varejistas abriram também suas portas na quinta-feira - na 'Gray Thursday' - e isso canibaliza as vendas de sexta", explica Christopher.

O desemprego baixo (4,9%) e os sinais de pequenas melhoras nos salários podem facilitar o aumento das vendas.

O maior indicador da confiança dos consumidores após a eleição do republicano Donald Trump mostrou uma melhora maior do que a esperada.

Mas a loucura consumista típica da época gera igualmente algum desdém. A REI, uma loja de artigos esportivos decidiu fazer como no ano passado e permaneceu fechada.

"Hoje estamos fora", disse uma mensagem em seu site, acrescentando que seus 12.000 funcionários teriam o dia livre e que os pedidos on-line serão processados a partir de sábado.

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