Economia

Não se pode descartar saída da Grécia do euro, diz Tsipras

Premiê grego admitiu que parlamentares estarão decidindo sobre um plano com o qual ele não concorda


	"Eu acredito que esse plano não está correto. Nós chegamos a um ponto onde não podíamos ir mais adiante.", declarou Alexis Tsipras
 (Louisa Gouliamaki/AFP)

"Eu acredito que esse plano não está correto. Nós chegamos a um ponto onde não podíamos ir mais adiante.", declarou Alexis Tsipras (Louisa Gouliamaki/AFP)

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Da Redação

Publicado em 14 de julho de 2015 às 19h31.

Atenas - O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, afirmou nesta terça-feira não ser possível descartar que o país possa deixar a zona do euro, até que seja assinado um novo acordo de empréstimo com os credores internacionais.

Um dia antes de os parlamentares da Grécia votarem parte dos 9 bilhões de euros em medidas de austeridade exigidas pelos credores em troca de mais ajuda, o premiê grego admitiu que eles estarão decidindo sobre um plano com o qual ele não concorda.

"É um acordo difícil e ruim", disse em entrevista à emissora de televisão estatal ERT. "Eu acredito que esse plano não está correto. Nós chegamos a um ponto onde não podíamos ir mais adiante."

Após mais de cinco meses de negociações com os credores - os países da zona do euro e o Fundo Monetário Internacional (FMI) -, a Grécia concordou em avançar com as reformas econômicas, incluindo cortar pensões e elevar impostos.

Graças ao forte apoio da oposição, o Parlamento grego deve aprovar o acordo, na noite desta quarta-feira em Atenas.

A questão é se o premiê, de 40 anos, poderá manter o apoio de seu próprio partido, o esquerdista Syriza, e ficar no cargo tempo suficiente para ver o acordo finalizado.

Trata-se do mais duro teste político para Tsipras em seu país, após ele e o Syriza terem vencido a eleição em janeiro com uma plataforma contrária às medidas de austeridade.

Até 40 parlamentares do Syriza, incluindo dois ministros e o presidente do Parlamento, devem votar contra o acordo.

Uma rebelião nesse patamar deixaria a coalizão de Tsipras, formada pelo Syriza e pelo ultranacionalista Gregos Independentes, de direita, com uma maioria apertada, no Parlamento de 300 membros.

"Eu farei tudo que for possível para manter o Syriza unido, eu não planejo escapar de minhas responsabilidades", disse Tsipras.

Ele afirmou que não tem a intenção de convocar eleições antecipadas, acrescentando que pretendia implementar seu plano político de quatro anos.

O Parlamento grego precisa aprovar várias medidas de aperto fiscal, antes do início das conversas formais sobre o pacote de ajuda financeira da zona do euro.

Os líderes europeus insistem na aprovação primeiro das medidas fiscais, a fim de retomar a confiança em Atenas.

O premiê disse que a reabertura dos bancos gregos dependerá de quando será fechado um acordo final com os credores. Segundo ele, não há risco para os depósitos bancários do país.

Tsipras disse ainda que o ministro das Finanças da Alemanha, Wolfgang Schaeuble, já tinha um plano em março para a saída da Grécia da zona do euro.

Hoje, o ministro alemão disse que algumas pessoas, inclusive no governo alemão, acreditam que a saída da zona do euro é o melhor caminho para a Grécia. 

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