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Vendas, emprego e utilização da capacidade recuam na indústria

Índice de utilização da capacidade instalada da indústria apresentou a maior queda dessazonalizada entre dois meses subseqüentes desde 1992

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h13.

Como os economistas gostam de repetir, os efeitos dos juros altos demoram alguns meses para se manifestar. Os indicadores apurados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) relativos a setembro e divulgados nesta terça-feira (8/11) mostram isso. Depois de meses de política monetária contracionista (alterada justamente em setembro, com a primeira queda da Selic em 17 meses), a lista de efeitos negativos está recheada.

As vendas reais da indústria declinaram em setembro pelo terceiro mês consecutivo. Desta vez, o recuo foi de 0,47% na comparação com agosto. O contingente de trabalhadores recuou ao longo do terceiro trimestre, rompendo uma trajetória de expansão do emprego industrial que persistia havia sete trimestres. Para completar a lista, o índice de utilização da capacidade instalada da indústria apresentou a maior queda dessazonalizada entre dois meses subseqüentes desde 1992, quando começou a apuração da série pela CNI. Está agora em 80,1%, o menor índice desde outubro de 2003.

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A massa real de salários é a única variável que destoa desse cenário de arrefecimento da atividade. Em setembro, expandiu-se 0,43% ante agosto e completou sete meses consecutivos de alta. Essa expansão não reflete um desempeho favorável da indústria, mas é conseqüência do recuo da inflação, que elevou o poder de compra dos salários, diz a CNI.

Além da fraca atividade industrial, confirmam-se na pesquisa da CNI os indícios de maturação de investimentos em 2005. Isso significa que o número de horas trabalhadas na indústria cresceu nos últimos 12 meses (embora tenha caído de agosto para setembro). No mesmo período, houve recuo na utilização da capacidade instalada -- uma combinação que só é possível em caso de expansão do parque produtivo.

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