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Monti 2, Merkel 1: Alemanha digere placar após cúpula da UE

Como no futebol, a cúpula foi marcada pela perda de terreno da Alemanha para Itália

Merkel: o jornal Die Welt dramatizou ao falar de uma "noite de derrota" para Merkel, que "entrará nos livros da história" (John Thys/AFP)
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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2012 às 13h57.

Berlim - "Monti 2, Merkel 1": o paralelo com o placar do futebol foi inevitável para comentar nesta sexta-feira o resultado da cúpula europeia, que terminou durante a madrugada e foi marcada pela perda de terreno da Alemanha para Espanha e, especialmente, para a Itália.

"Futebol e cúpula europeia, mesmo combate", resumiu a edição online da revista Der Spiegel sobre a madrugada de sexta-feira, que viu horas antes o time alemão perder na semifinal da Eurocopa para a Itália, enquanto o primeiro-ministro italiano Mario Monti fazia Berlim ceder em Bruxelas.

O jornal Die Welt dramatizou ao falar de uma "noite de derrota" para Merkel, que "entrará nos livros da história".

A Twittosfera alemã comparava a veia econômica com a desportiva: "Taticamente fora, derrotados e enganados pelos italianos. Não, não é sobre futebol que eu falo", escreveu um internauta.

Grande sucesso no site de micro-mensagens foi o trocadilho "Bailoutelli", a combinação do nome do atacante italiano Mario Balotelli, que executou a Mannschaft na quinta-feira com dois gols, e o termo "bail out", que significa o resgate dos países europeus em crise.

"Poderíamos dizer: Monti-Merkel 2-1", comentou Jürgen Trittin, líder parlamentar dos Verdes (oposição), no canal n-tv.

A maioria dos economistas salientaram que, apesar de Angela Merkel manter-se firme contra qualquer mutualização da dívida, o seu homólogo italiano, Mario Monti, venceu com dois pontos.

Ele conquistou uma flexibilização das condições de compra da dívida soberana pelos fundos europeus, uma boa notícia para a Itália, cujas taxas de empréstimos são crescentes.

Merkel afirmou hoje, em Bruxelas, que a utilização dos fundos ESM/FESF ainda está sujeita a uma assinatura de uma "carta de intenções" dos países em causa e o estabelecimento de um "calendário" das reformas monitoradas "como é usual" pela troika (UE, BCE, FMI).


Os diplomatas europeus foram mais cautelosos, garantindo que as condições de compra da dívida soberana e as obrigações para os países candidatos "permanecem indeterminadas".

Segunda concessão: a chanceler retirou o seu veto a uma recapitalização direta dos bancos pelo capital europeu, uma boa notícia para Monti e, especialmente, para seu aliado espanhol Mariano Rajoy, que enfrenta um setor bancário em ruínas.

Para o economista do Commerzbank, Jörg Krämer, é apenas uma questão de tempo antes de Berlim violar o último tabu alemão, o "Nein" a qualquer mutualização da dívida: "A Alemanha vai aceitar obrigações comuns se tiver que escolher entre isso e uma explosão da união monetária".

Merkel "ultrapassou vários pontos da linha vermelha que ela mesmo definiu", comentou a secretária-geral do Partido Social Democrata (PSD, oposição) Andrea Nahles, também ao n-tv.

Esta opinião, no entanto, não é unânime em seu partido: o deputado Carsten Schneider considerou via Twitter que o governo deveria explicar a sua "virada de 180 graus".

De acordo com ele, as concessões feitas por Merkel reduziram a um "tigre de papel" a exigência de rigor que seria imposta a um país na zona do euro em troca de ajuda.

O PSD, consequentemente, convocou para as 11h30 GMT (8h30 no horário de Brasília) uma reunião extraordinária da Comissão de Finanças do Bundestag, horas antes de uma votação crucial para a chanceler.

Até o momento, os Verdes e o PSD prometem uma união com Merkel para ratificar, no final da tarde, o pacto fiscal, instrumento da disciplina financeira, e o fundo de socorro MES.

A chancelaria precisa dos votos da oposição nesta eleição, que requer uma maioria de dois terços. O resultado desta votação não terá, contudo, qualquer valor jurídico em um futuro imediato. A Corte Constitucional alemã deve ainda examinar as denúncias já feitas pela esquerda radical, o partido Die Linke, que faz forte oposição ao pacto fiscal.

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"Futebol e cúpula europeia, mesmo combate", resumiu a edição online da revista Der Spiegel sobre a madrugada de sexta-feira, que viu horas antes o time alemão perder na semifinal da Eurocopa para a Itália, enquanto o primeiro-ministro italiano Mario Monti fazia Berlim ceder em Bruxelas.

O jornal Die Welt dramatizou ao falar de uma "noite de derrota" para Merkel, que "entrará nos livros da história".

A Twittosfera alemã comparava a veia econômica com a desportiva: "Taticamente fora, derrotados e enganados pelos italianos. Não, não é sobre futebol que eu falo", escreveu um internauta.

Grande sucesso no site de micro-mensagens foi o trocadilho "Bailoutelli", a combinação do nome do atacante italiano Mario Balotelli, que executou a Mannschaft na quinta-feira com dois gols, e o termo "bail out", que significa o resgate dos países europeus em crise.

"Poderíamos dizer: Monti-Merkel 2-1", comentou Jürgen Trittin, líder parlamentar dos Verdes (oposição), no canal n-tv.

A maioria dos economistas salientaram que, apesar de Angela Merkel manter-se firme contra qualquer mutualização da dívida, o seu homólogo italiano, Mario Monti, venceu com dois pontos.

Ele conquistou uma flexibilização das condições de compra da dívida soberana pelos fundos europeus, uma boa notícia para a Itália, cujas taxas de empréstimos são crescentes.

Merkel afirmou hoje, em Bruxelas, que a utilização dos fundos ESM/FESF ainda está sujeita a uma assinatura de uma "carta de intenções" dos países em causa e o estabelecimento de um "calendário" das reformas monitoradas "como é usual" pela troika (UE, BCE, FMI).


Os diplomatas europeus foram mais cautelosos, garantindo que as condições de compra da dívida soberana e as obrigações para os países candidatos "permanecem indeterminadas".

Segunda concessão: a chanceler retirou o seu veto a uma recapitalização direta dos bancos pelo capital europeu, uma boa notícia para Monti e, especialmente, para seu aliado espanhol Mariano Rajoy, que enfrenta um setor bancário em ruínas.

Para o economista do Commerzbank, Jörg Krämer, é apenas uma questão de tempo antes de Berlim violar o último tabu alemão, o "Nein" a qualquer mutualização da dívida: "A Alemanha vai aceitar obrigações comuns se tiver que escolher entre isso e uma explosão da união monetária".

Merkel "ultrapassou vários pontos da linha vermelha que ela mesmo definiu", comentou a secretária-geral do Partido Social Democrata (PSD, oposição) Andrea Nahles, também ao n-tv.

Esta opinião, no entanto, não é unânime em seu partido: o deputado Carsten Schneider considerou via Twitter que o governo deveria explicar a sua "virada de 180 graus".

De acordo com ele, as concessões feitas por Merkel reduziram a um "tigre de papel" a exigência de rigor que seria imposta a um país na zona do euro em troca de ajuda.

O PSD, consequentemente, convocou para as 11h30 GMT (8h30 no horário de Brasília) uma reunião extraordinária da Comissão de Finanças do Bundestag, horas antes de uma votação crucial para a chanceler.

Até o momento, os Verdes e o PSD prometem uma união com Merkel para ratificar, no final da tarde, o pacto fiscal, instrumento da disciplina financeira, e o fundo de socorro MES.

A chancelaria precisa dos votos da oposição nesta eleição, que requer uma maioria de dois terços. O resultado desta votação não terá, contudo, qualquer valor jurídico em um futuro imediato. A Corte Constitucional alemã deve ainda examinar as denúncias já feitas pela esquerda radical, o partido Die Linke, que faz forte oposição ao pacto fiscal.

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