Para Tereza Cristina, Brasil deve ser neutro em guerra comercial EUA-China
Em entrevista coletiva, Tereza Cristina disse que o Brasil não seria capaz de substituir totalmente aos EUA como fornecedor de alimentos à China
Reuters
Publicado em 5 de agosto de 2019 às 17h22.
Última atualização em 5 de agosto de 2019 às 17h26.
São Paulo — A ministra da Agricultura, Tereza Cristina , afirmou nesta segunda-feira que o Brasil deve permanecer neutro na guerra comercial entre Estados Unidos e China, buscando que seus produtos agrícolas estejam no maior número possível de mercados.
Em entrevista coletiva, Tereza disse que enquanto as duas maiores economias do mundo discutem suas diferenças, o Brasil buscará manter boas relações e fluxos comerciais com ambos.
"Eu digo que o Brasil, embora eu não seja ministra das Relações Exteriores, deve se manter fora dessa briga", disse ela em resposta a uma questão da Reuters.
"Os EUA são um competidor na venda de produtos agrícolas à China. A China é um grande parceiro comercial. O Brasil possui produtos que podem ser vendidos a ambos os mercados", afirmou Tereza.
A ministra classificou EUA e China como "negociadores duros" e recusou-se a prever um resultado das conversas entre os países. Ela também disse que o Brasil não seria capaz de substituir totalmente aos EUA como fornecedor de alimentos à China.
"Ainda é cedo para fazer projeções", disse ela em relação às possíveis alterações na demanda por conta da guerra comercial.
Segundo Cristina, o Brasil está monitorando as negociações para avaliar como o resultado pode afetar o país no cenário global do agronegócio.
A produção excedente brasileira alimenta 1,2 bilhão de pessoas em todo o mundo, de acordo com a ministra, e o país continuará negociando acesso a novos mercados.
Tereza Cristina disse que nas próximas semanas deve viajar ao Oriente Médio, EUA e Canadá para discutir comércio agrícola.