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Meta foi reduzir desequilíbrios, diz Barbosa sobre pedaladas

O ministro disse que o governo federal começou a reduzir os "desequilíbrios" nos repasses de recursos do Tesouro Nacional a instituições financeiras

Nelson Barbosa: o ministro indicou que uma parte dos atrasos ainda continua (Valter Campanato/Agência Brasil)
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Da Redação

Publicado em 6 de maio de 2015 às 14h59.

Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa , afirmou nesta quarta-feira, 06, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara dos Deputados, que o governo federal começou a reduzir os "desequilíbrios" nos repasses de recursos do Tesouro Nacional a instituições financeiras, notadamente a Caixa, a partir do segundo semestre de 2014 e que hoje esses desequilíbrios "se encontram em níveis mínimos".

Convocado a explicar essa prática de atrasos, chamada de "pedalada fiscal", Barbosa indicou que uma parte dos atrasos ainda continua.

"Foram valores muito excessivos, o que não era usual e recomendado. Mas o governo atuou para reduzir esses desequilíbrios a partir do segundo semestre de 2014 e hoje eles estão em níveis mínimos", disse ele.

Barbosa é uma das 17 autoridades do governo convocadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a explicar as "pedaladas".

O TCU comprovou os atrasos generalizados do Tesouro a bancos e autarquias, entre 2013 e 2014, e o Ministério Público (MP) junto ao TCU entende que a prática é um crime de responsabilidade fiscal.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) proíbe que uma instituição financeira pública, como a Caixa, financie o Tesouro Nacional. Os atrasos do Tesouro fizeram com que a Caixa usasse capital próprio para continua pagando o Bolsa Família e benefícios como o Seguro Desemprego e o abono salarial.

Essa operação, no entendimento do MP e do TCU, configurou uma operação de crédito.

Barbosa, no entanto, negou esse entendimento. "Para o governo não é uma operação de crédito. Isso tudo está amparado nos pareceres da AGU e das procuradorias da Fazenda Nacional (PGFN) e do Banco Central. São contratos de prestação de serviço que preveem um desequilíbrio pontual. Foi isso que aconteceu e não uma operação de crédito", disse o ministro do Planejamento, que ocupou a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda entre janeiro de 2011 e julho de 2013.

Segundo o relatório técnico do TCU, as pedaladas fiscais começaram em 2013 e se disseminaram no primeiro semestre de 2014.

Barbosa também afirmou que os atrasos nos pagamentos do Tesouro a bancos públicos, como o Banco do Brasil e o BNDES, para equalização de taxas de juros oferecidas no financiamento agrícola (pelo BB) e no Programa de Sustentação do Investimento (PSI, operacionalizado pelo BNDES), também não configuram operação de crédito.

"As portarias do Ministério da Fazenda e as resoluções do Conselho Monetário Nacional estabelecem os montantes a serem equalizados e o prazo para esses pagamentos. Não são atrasos e não constituem operações de crédito", defendeu Barbosa.

O governo Dilma Rousseff teme uma inédita condenação por crime de responsabilidade fiscal.

O caso também está sob investigação do Ministério Público Federal (MPF), que na semana passada abriu investigação para averiguar se as pedaladas fiscais também infringiram o Código Penal.

Reequilíbrio macroeconômico

O ministro disse ainda que o governo está adotando medidas para restaurar a credibilidade fiscal e reduzir a inflação.

Com as medidas, será possível retomar o reequilíbrio macroeconômico, o que deve assegurar um novo ciclo de crescimento ao País.

"As medidas são um primeiro passo para restabelecer o investimento", afirmou.

Barbosa admitiu que o cenário internacional hoje é mais adverso, principalmente devido à queda do preço das commodities.

"Esse cenário adverso afetou a arrecadação do governo", disse.

O ministro defendeu as ações adotadas pelo governo desde o fim do ano passado, como a definição da meta do superávit primário em 1,2% do PIB.

"Essas medidas são o primeiro passo para restabelecer o investimento e a produtividade", afirmou. "O governo não pode gastar mais do que arrecada."

Barbosa mencionou ainda o aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e a revisão das taxas de juros cobradas pelo BNDES em linhas de crédito.

O ministro lembrou que o governo retirou os subsídios ao setor elétrico, reduziu os gastos discricionários em 33% e reviu as desonerações para recuperar receitas.

"Estamos finalizando a proposta de contingenciamento, que será divulgada até o fim deste mês", afirmou Barbosa.

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Brasília - O ministro do Planejamento, Nelson Barbosa , afirmou nesta quarta-feira, 06, durante audiência na Comissão de Finanças e Tributação na Câmara dos Deputados, que o governo federal começou a reduzir os "desequilíbrios" nos repasses de recursos do Tesouro Nacional a instituições financeiras, notadamente a Caixa, a partir do segundo semestre de 2014 e que hoje esses desequilíbrios "se encontram em níveis mínimos".

Convocado a explicar essa prática de atrasos, chamada de "pedalada fiscal", Barbosa indicou que uma parte dos atrasos ainda continua.

"Foram valores muito excessivos, o que não era usual e recomendado. Mas o governo atuou para reduzir esses desequilíbrios a partir do segundo semestre de 2014 e hoje eles estão em níveis mínimos", disse ele.

Barbosa é uma das 17 autoridades do governo convocadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) a explicar as "pedaladas".

O TCU comprovou os atrasos generalizados do Tesouro a bancos e autarquias, entre 2013 e 2014, e o Ministério Público (MP) junto ao TCU entende que a prática é um crime de responsabilidade fiscal.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) proíbe que uma instituição financeira pública, como a Caixa, financie o Tesouro Nacional. Os atrasos do Tesouro fizeram com que a Caixa usasse capital próprio para continua pagando o Bolsa Família e benefícios como o Seguro Desemprego e o abono salarial.

Essa operação, no entendimento do MP e do TCU, configurou uma operação de crédito.

Barbosa, no entanto, negou esse entendimento. "Para o governo não é uma operação de crédito. Isso tudo está amparado nos pareceres da AGU e das procuradorias da Fazenda Nacional (PGFN) e do Banco Central. São contratos de prestação de serviço que preveem um desequilíbrio pontual. Foi isso que aconteceu e não uma operação de crédito", disse o ministro do Planejamento, que ocupou a secretaria-executiva do Ministério da Fazenda entre janeiro de 2011 e julho de 2013.

Segundo o relatório técnico do TCU, as pedaladas fiscais começaram em 2013 e se disseminaram no primeiro semestre de 2014.

Barbosa também afirmou que os atrasos nos pagamentos do Tesouro a bancos públicos, como o Banco do Brasil e o BNDES, para equalização de taxas de juros oferecidas no financiamento agrícola (pelo BB) e no Programa de Sustentação do Investimento (PSI, operacionalizado pelo BNDES), também não configuram operação de crédito.

"As portarias do Ministério da Fazenda e as resoluções do Conselho Monetário Nacional estabelecem os montantes a serem equalizados e o prazo para esses pagamentos. Não são atrasos e não constituem operações de crédito", defendeu Barbosa.

O governo Dilma Rousseff teme uma inédita condenação por crime de responsabilidade fiscal.

O caso também está sob investigação do Ministério Público Federal (MPF), que na semana passada abriu investigação para averiguar se as pedaladas fiscais também infringiram o Código Penal.

Reequilíbrio macroeconômico

O ministro disse ainda que o governo está adotando medidas para restaurar a credibilidade fiscal e reduzir a inflação.

Com as medidas, será possível retomar o reequilíbrio macroeconômico, o que deve assegurar um novo ciclo de crescimento ao País.

"As medidas são um primeiro passo para restabelecer o investimento", afirmou.

Barbosa admitiu que o cenário internacional hoje é mais adverso, principalmente devido à queda do preço das commodities.

"Esse cenário adverso afetou a arrecadação do governo", disse.

O ministro defendeu as ações adotadas pelo governo desde o fim do ano passado, como a definição da meta do superávit primário em 1,2% do PIB.

"Essas medidas são o primeiro passo para restabelecer o investimento e a produtividade", afirmou. "O governo não pode gastar mais do que arrecada."

Barbosa mencionou ainda o aumento da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) e a revisão das taxas de juros cobradas pelo BNDES em linhas de crédito.

O ministro lembrou que o governo retirou os subsídios ao setor elétrico, reduziu os gastos discricionários em 33% e reviu as desonerações para recuperar receitas.

"Estamos finalizando a proposta de contingenciamento, que será divulgada até o fim deste mês", afirmou Barbosa.

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