(Andreas Rentz / Staff/Getty Images)
Vanessa Barbosa
Publicado em 17 de novembro de 2016 às 12h36.
São Paulo - Quando o pacto global pelo clima — o Acordo de Paris — foi criado em dezembro passado, os países se comprometeram a limitar o aumento da temperatura mundial a 2 graus Celsius (ºC) até o final do século em relação aos níveis pré-industriais.
Por precaução, sabedores dos riscos ambientais crescentes, eles também concordaram em perseguir uma meta mais exigente: limitar o aquecimento em até 1,5ºC. Um novo estudo lançado pelo Programa das Nações Unidas pelo Meio Ambiente (Pnuma) nesta semana examina os benefícios e as oportunidades de se manter firme ao intuito mais ambicioso.
O relatório mostra que o crescimento econômico medido pelo PIB seria 10% maior, o que representa US$ 12 trilhões a mais, se o limite de 1,5 °C for mantido, em comparação com as políticas atuais, que levariam a temperatura subir a 3°C ou mais.
Limitar o aquecimento a 1,5°C criaria, ainda, 68% mais empregos relacionados à energia em 2030 em comparação com as políticas atuais. A energia renovável seria chave para enfrentar a pobreza energética, segundo o relatório, já que praticamente todos os países são capazes de produzir energia apenas a partir de fontes renováveis.
Ainda segundo o relatório, uma trajetória de 1,5 °C reduziria o comprimento de ondas de calor extremas a cada ano para a maioria das regiões tropicais em meados do século, impedindo o desaparecimento dos recifes de coral e da camada de gelo da Groenlândia.
Encomendado pelo Climate Vulnerable Forum, o relatório Low Carbon Monitor foi desenvolvido independentemente junto com o Climate Analytics, instituto de ciência e políticas climáticas.