Meta da inflação não está garantida para 2011, diz CNI
Entidade acredita que inflação vá fechar o ano em 6,5%, limite estabelecido pelo governo
Da Redação
Publicado em 11 de outubro de 2011 às 17h30.
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a taxa de inflação de 2011 será 6,5% ao ano, o que manterá a inflação no limite superior da meta estabelecida pelo governo, segundo o Informe Conjuntural divulgado hoje (11), com a análise da economia no terceiro trimestre de 2011 e as projeções para o restante do ano. “Contudo, qualquer elevação pontual e não prevista pode colocar em risco esse cumprimento [da meta]", segundo a entidade.
"Essa situação também não esconde o desafio estabelecido para 2012: inflação em alto patamar, com reajustes programados sobre os índices de 2011 e aumento do salário mínimo em torno de 14%”, alerta o documento elaborado pelos economistas da CNI.
Segundo eles, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se manteve em aceleração nos últimos meses. Desde agosto de 2010, quando o índice ainda figurava no centro da meta de inflação (4,5% ao ano), a taxa anualizada cresceu em 2,8 pontos percentuais. Em setembro, o acumulado em 12 meses do IPCA alcançou 7,31%, o maior patamar desde 2005.
De acordo com a análise da CNI, enquanto em 2010 o IPCA apresentou taxas próximas a zero nos meses de junho, julho e agosto, nesses mesmos meses de 2011 esse índice variou 0,15%, 0,16% e 0,37%, respectivamente. Em setembro, a taxa veio também mais alta do que no mesmo mês do ano anterior (0,53%, contra 0,45% em 2010), “o que explica a forte aceleração desses últimos meses”, diz o Informe Conjuntural.
Ainda de acordo com os analistas da CNI, “esse movimento se deu pela aceleração nos preços dos alimentos, dos serviços e dos produtos industriais. O ritmo de alta dos preços administrados se mantém em razão dos reajustes praticados no início do ano”.
Os preços dos serviços apresentam aceleração contínua desde o início de 2010, acrescenta o Informe Conjuntural, segundo o qual “esse grupo já acumula 9% nos últimos 12 meses (até setembro). Representando 25% do IPCA, esse patamar causa preocupação para o cumprimento da meta de inflação. Para os próximos meses a perspectiva de reversão nesse quadro é mínima, em função da indexação da economia - principalmente ao Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que se manteve elevado durante 2010 - e do forte aumento do salário mínimo”.
Outra conclusão do Informe Conjuntutal é que os preços industriais também mostraram aceleração nos últimos meses, mas esse ainda é o grupo que menos contribui para o patamar atual da inflação. O acumulado em 12 meses desse grupo atingiu os 4,5% em setembro. Até o fim de 2011, “não há riscos de descompasso entre oferta e demanda interna (o uso da capacidade instalada na indústria se encontra relativamente estável desde 2010 e abaixo do usual em todos os meses de 2011). Contudo, a mudança no patamar de câmbio pode influenciar o comportamento desse grupo”.
Conforme o estudo da CNI, os preços dos alimentos voltaram a acelerar no terceiro trimestre. O índice acumulado em 12 meses desse grupo, que era de 7,8% em abril, encontra-se próximos aos 10% em setembro. O fim de 2010 foi caracterizado por uma forte alta nesse grupo, chegando a apresentar variação mensal superior a 2%, o que não deve se repetir em 2011. Essa situação deve conduzir a um recuo na taxa acumulada do grupo alimentos, a exemplo do já observado no mês de setembro.
Ainda segundo o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, altas nos preços dos alimentos no fim do ano são esperadas em função das festas e do recebimento do décimo terceiro salário, mas o ano de 2010 superou a média. Em 2011 a situação é diferente. O mercado de trabalho continua aquecido, o que ainda pode sustentar altas nos preços desse grupo. Mas a desaceleração da economia mundial, com a nova fase da crise, já começa a reduzir os preços internacionais de commodities, o que estimula queda no preço interno.
Para os técnicos da CNI, “a combinação desses movimentos deve conduzir à desaceleração do IPCA até o fim do ano. Contudo, essa desaceleração virá mais em função de uma alta menos expressiva nos preços dos alimentos em 2011 do que de uma desaceleração geral dos componentes do índice. A redução na taxa Selic praticada em agosto tende a tornar essa desaceleração menos intensa do que anteriormente previsto”.
Brasília - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a taxa de inflação de 2011 será 6,5% ao ano, o que manterá a inflação no limite superior da meta estabelecida pelo governo, segundo o Informe Conjuntural divulgado hoje (11), com a análise da economia no terceiro trimestre de 2011 e as projeções para o restante do ano. “Contudo, qualquer elevação pontual e não prevista pode colocar em risco esse cumprimento [da meta]", segundo a entidade.
"Essa situação também não esconde o desafio estabelecido para 2012: inflação em alto patamar, com reajustes programados sobre os índices de 2011 e aumento do salário mínimo em torno de 14%”, alerta o documento elaborado pelos economistas da CNI.
Segundo eles, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA),do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), se manteve em aceleração nos últimos meses. Desde agosto de 2010, quando o índice ainda figurava no centro da meta de inflação (4,5% ao ano), a taxa anualizada cresceu em 2,8 pontos percentuais. Em setembro, o acumulado em 12 meses do IPCA alcançou 7,31%, o maior patamar desde 2005.
De acordo com a análise da CNI, enquanto em 2010 o IPCA apresentou taxas próximas a zero nos meses de junho, julho e agosto, nesses mesmos meses de 2011 esse índice variou 0,15%, 0,16% e 0,37%, respectivamente. Em setembro, a taxa veio também mais alta do que no mesmo mês do ano anterior (0,53%, contra 0,45% em 2010), “o que explica a forte aceleração desses últimos meses”, diz o Informe Conjuntural.
Ainda de acordo com os analistas da CNI, “esse movimento se deu pela aceleração nos preços dos alimentos, dos serviços e dos produtos industriais. O ritmo de alta dos preços administrados se mantém em razão dos reajustes praticados no início do ano”.
Os preços dos serviços apresentam aceleração contínua desde o início de 2010, acrescenta o Informe Conjuntural, segundo o qual “esse grupo já acumula 9% nos últimos 12 meses (até setembro). Representando 25% do IPCA, esse patamar causa preocupação para o cumprimento da meta de inflação. Para os próximos meses a perspectiva de reversão nesse quadro é mínima, em função da indexação da economia - principalmente ao Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M), que se manteve elevado durante 2010 - e do forte aumento do salário mínimo”.
Outra conclusão do Informe Conjuntutal é que os preços industriais também mostraram aceleração nos últimos meses, mas esse ainda é o grupo que menos contribui para o patamar atual da inflação. O acumulado em 12 meses desse grupo atingiu os 4,5% em setembro. Até o fim de 2011, “não há riscos de descompasso entre oferta e demanda interna (o uso da capacidade instalada na indústria se encontra relativamente estável desde 2010 e abaixo do usual em todos os meses de 2011). Contudo, a mudança no patamar de câmbio pode influenciar o comportamento desse grupo”.
Conforme o estudo da CNI, os preços dos alimentos voltaram a acelerar no terceiro trimestre. O índice acumulado em 12 meses desse grupo, que era de 7,8% em abril, encontra-se próximos aos 10% em setembro. O fim de 2010 foi caracterizado por uma forte alta nesse grupo, chegando a apresentar variação mensal superior a 2%, o que não deve se repetir em 2011. Essa situação deve conduzir a um recuo na taxa acumulada do grupo alimentos, a exemplo do já observado no mês de setembro.
Ainda segundo o Informe Conjuntural do terceiro trimestre, altas nos preços dos alimentos no fim do ano são esperadas em função das festas e do recebimento do décimo terceiro salário, mas o ano de 2010 superou a média. Em 2011 a situação é diferente. O mercado de trabalho continua aquecido, o que ainda pode sustentar altas nos preços desse grupo. Mas a desaceleração da economia mundial, com a nova fase da crise, já começa a reduzir os preços internacionais de commodities, o que estimula queda no preço interno.
Para os técnicos da CNI, “a combinação desses movimentos deve conduzir à desaceleração do IPCA até o fim do ano. Contudo, essa desaceleração virá mais em função de uma alta menos expressiva nos preços dos alimentos em 2011 do que de uma desaceleração geral dos componentes do índice. A redução na taxa Selic praticada em agosto tende a tornar essa desaceleração menos intensa do que anteriormente previsto”.