Santos - Em Santos, onde o normalmente agitado comércio físico de café se concentra em um conglomerado de pequenos edifícios próximos ao porto, as corretoras familiares e as companhias multinacionais que movimentam quase metade das exportações de arábica do mundo estão estranhamente tranquilas.
Com os preços muito voláteis e a incerteza sobre o impacto da pior seca em 50 anos, o negócio à vista chegou quase a uma paralisação, disseram operadores e torrefadoras.
Com a aproximação do pico da colheita no Brasil entre junho e agosto, as previsões para a safra ainda estão desorganizadas, e os preços de contratos futuros têm oscilado até 10 por cento em um dia devido à incerteza.
"Nesta semana movimentamos talvez apenas alguns contêineres", disse Daniel Wolthers, na sala de classificação de café da Wolthers Associates, em Santos.
A calmaria do mercado contrasta com as apressadas negociações que ocorreram de dezembro até o começo de março, quando produtores ofertavam safra remanescente do ano passado à medida que os preços subiam por conta da seca.
"Tivemos alguns bons dias no começo do ano, quando estávamos movendo 100 contêineres. Esse é o dia que você sai com todo seu escritório e abre champanhe", disse Wolthers.
Por ora, as exportações de café verde continuam a fluir a um ritmo de 2,5 milhões a 3,3 milhões de sacas por mês, e a crescente demanda deve esvaziar os grandes estoques, sustentar os preços e eventualmente forçar novas vendas até setembro, disseram traders. Mas os traders alertam sobre consequências futuras para grandes compradores como Starbucks, e até mesmo para produtores, que não estão com pressa para vender o café que em breve irão colher.
Rodrigo Costa, analista da trading Newedge, disse que produtores estavam segurando as vendas após os preços dos contratos futuros terem cedido na semana passada.
Os produtores não estão convencidos de que eles viram os últimos impactos da seca sobre a produção, e acreditam que o escasso fornecimento possa elevar os preços, disse ele.
Grandes compradores, muitos dos quais com estoques suficientes para se manter durante o período de colheita, estão saindo do mercado.
O diretor de comercialização e operações da Starbucks, Tim Scharrer, disse em uma conferência no Guarujá recentemente que sua companhia estava colocando "as compras em espera por enquanto".
A incerteza do mercado depois seca atípica se espalhou para outras commodities também. A maior produtora de açúcar do Brasil, a Cosan, disse que havia reduzido a fixação de preços para entregas futuras por incerteza sobre o clima.
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1. Os efeitos do café
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1/8 (Sean Gallup/ Getty Images)
São Paulo - A cafeína é uma
bebida muito usada para aumentar o desempenho. O estimulante de sabor amargo acelera o sistema nervoso central, o que faz a pessoa se sentir acordada, alerta e com mais energia. Mas os efeitos do
café no organismo não param por aí. Enquanto você lê essa matéria, cientistas fazem testes com a cafeína para entender suas consequências no corpo humano. Veja algumas descobertas recentes a seguir.
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2. Faz bem para a memória
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2/8 (Bruce Bennett/Getty Images)
Uma pesquisa de cientistas da Universidade Johns Hopkins concluiu que duas xícaras de café podem fazer muito bem para a memória. O estudo testou a memória de 160 voluntários durante 24 horas. O grupo incluiu pessoas que não bebiam café regularmente. Durante o experimento, os cientistas observaram que quem tomou comprimidos de cafeína teve um desempenho melhor nos testes de memória do que as que ingeriram placebos. Michael Yassa, líder do estudo, concluiu que a cafeína faz bem para a memória de longo prazo ao melhorar o processo de consolidação da memória. Mas também ficou comprovado que a cafeína não ajuda a recuperar a memória. Apesar dos resultados promissores, Yassa alerta que as pessoas não devem beber muito café ou tomar comprimidos de cafeína. É preciso ingerir a bebida com moderação e sem se esquecer dos riscos para a saúde. O excesso de cafeína tem efeitos colaterais, como insônia, nervosismo e alteração do ritmo cardíaco.
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3. Pode salvar vidas de motoristas
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3/8 (Marcos Santos/USP Imagens)
Um estudo publicado no British Medical Journal descobriu que motoristas que consomem café têm 63% menos chances de se envolver em acidentes. Os cientistas acompanharam 1.047 motoristas. Cada participante deveria dirigir um caminhão com pelo menos 10 toneladas e percorrer pelo menos 200 km. De todos os motoristas, 530 já tinham se envolvido em acidentes automobilísticos enquanto trabalhavam nos 12 meses anteriores ao começo do estudo. Os cientistas também consideraram o peso dos motoristas, a rotina de trabalho, de exercícios e de sono, o consumo de álcool e as distâncias percorridas. Os resultados mostraram que os motoristas que consumiram substâncias com cafeína tinham uma probabilidade 63% menor de dormir ao volante em comparação com os motoristas que não tomam cafeína. Ou seja, o consumo de cafeína pode manter o motorista acordado pode protegê-lo do sono e salvar sua vida. Porém, os cientistas destacam que o efeito estimulante da cafeína não é duradouro e que não deve ser considerada uma substituta ao sono.
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4. Reduz risco de suicídio
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4/8 (Getty Images/Getty Images)
Uma pesquisa associou o consumo do café com a redução de cerca de 50% do risco de suicídio em homens e mulheres. Os cientistas envolvidos no projeto são da Escola de Saúde Pública da Universidade Harvard, nos EUA. Foram analisados dados de três grandes pesquisas feitas nos Estados Unidos entre 1988 e 2008. Entre os mais de 200 mil participantes estavam consumidores de bebidas com e sem cafeína. As informações revelaram que as chances de suicídio caem pela metade entre adultos que consomem entre duas e quatro xícaras de café diariamente. Isso acontece porque o café estimula o sistema nervoso central e age como um antidepressivo ao aumentar a produção de neurotransmissores no cérebro, como serotonina, dopamina e noradrenalina. Os pesquisadores acreditam que isso explica as menores taxas de depressão encontradas entre apreciadores do café em estudos anteriores. Apesar de diminuir o risco de suicídio, os cientistas recomendam que adultos deprimidos não tomem mais café, porque quando o consumo da substância é maior do que o habitual pode causar efeitos colaterais.
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5. Pode ajudar a evitar câncer de fígado
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5/8 (Fernando Moraes/VEJA SÃO PAULO)
Tomar café diariamente pode proteger as pessoas de desenvolver a forma mais comum de câncer de fígado, segundo uma pesquisa da Universidade do Sul da Califórnia. O estudo incluiu 179.890 homens e mulheres nos EUA. Os voluntários foram acompanhados por até 18 anos para que os pesquisadores pudessem rastrear o consumo de café e seus estilos de vida. Quem bebia de uma a três xícaras por dia tinha uma chance 29% menor de ter o câncer em comparação com as pessoas que bebiam menos de seis xícaras por semana. E as pessoas que bebiam mais de quatro xícaras por dia apresentaram um risco 42% menor.
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6. Evita depressão feminina
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6/8 (Stock.Xchange)
Uma pesquisa da Harvard School of Public Health (HSPH) concluiu que mulheres que bebem café possuem menos chances de desenvolver a depressão. Segundo o estudo, o índice de manifestação da doença é 20% menor no grupo de mulheres que ingere quatro ou mais xícaras da bebida ao longo do dia. Os pesquisadores estudaram 50 739 mulheres, com idade média de 63 anos. Elas estavam livres da doença quando o estudo começou em 1996.
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7. Mas também pode causar transtorno mental
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7/8 (SeongJoon Cho/Bloomberg)
Uma pesquisa afirma que o excesso de cafeína pode causar transtorno mental temporário e síndrome de abstinência. Entre os sintomas da intoxicação estão inquietação, nervosismo, excitação, rubor, desconforto gastrointestinal, espasmos musculares, confusão na fala, insônia e alteração do ritmo cardíaco. Quem exagerou no café e sofreu cinco ou mais desses sintomas pode estar com intoxicação. Para aliviar o problema é preciso cortar o consumo, que também tem algumas complicações, como fadiga, dor de cabeça, dificuldade em se concentrar e depressão leve. Esses sintomas de abstinência de cafeína são transitórios. Alguns especialistas consideram a inclusão da intoxicação e da abstinência no manual um exagero. Mas o psicólogo Alan Budney explica que a sociedade precisa ficar atenta aos efeitos da cafeína, que está cada vez mais presente na rotina das pessoas.
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8. Veja, agora, alimentos com “calorias negativas”
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8/8 (Divulgação / Contigo)