Economia

Mercado espera confirmação do discurso light nas próximas semanas

A reação do Banco Central em relação à taxa de câmbio das primeiras semanas do ano será decisiva para que o novo governo avance um pouco mais na confiança do mercado financeiro. Apesar de janeiro ser um mês tradicionalmente tranqüilo para os negócios, a reunião do Comitê Político Monetário (Copom), nos dias 21 e 22, […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h12.

A reação do Banco Central em relação à taxa de câmbio das primeiras semanas do ano será decisiva para que o novo governo avance um pouco mais na confiança do mercado financeiro. Apesar de janeiro ser um mês tradicionalmente tranqüilo para os negócios, a reunião do Comitê Político Monetário (Copom), nos dias 21 e 22, e o vencimento de duas dívidas cambiais são excelentes oportunidades para se observar o discurso do novo BC - mesmo que ele não seja tão novo assim.

A movimentação política do PT - principalmente as negociações no Congresso - vai dividir as atenções, ainda que não tenham impacto direto no mercado.

Boa parte dos analistas acredita que a única perspectiva negativa, no curto prazo, é a possibilidade de guerra entre os Estados Unidos e o Iraque. No cenário interno, espera-se que a entrada de capital no país em busca de cupons cambiais (que pagam juros em dólar) force a taxa de câmbio para baixo.

A procura por estes papéis também deve facilitar a rolagem de dívidas pelo BC, como aconteceu em novembro de 2002. No próximo dia 16, vencem 2 bilhões de dólares e, no dia 22, mais 1,3 bilhão. Em contrapartida, há que se observar se os compradores de títulos da dívida do governo realmente confiam que ela será paga mais adiante - por isso, a rolagem dos papéis cambiais será um bom termômetro para a confiança do mercado no governo Lula.

No final de janeiro acontece a primeira reunião do Copom com Henrique Meirelles no comando. O mercado está menos preocupado com eventuais mudanças na taxa de juros - já que os atuais 25% são considerados satisfatórios para conter a inflação - e prestarão mais atenção no que será dito por Meirelles e sua equipe (por sinal, a mesma da gestão tucana). "O importante é que o discurso do novo presidente do BC confirme o que foi dito até agora por Lula e seu ministro da fazenda, Antonio Palocci", fiz Eduardo Berger, economista do Lloyds TSB.

Para Berger, o próximo mês será mais decisivo do que janeiro. É quando acontece a reunião com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o governo terá a chance de deixar mais claros pontos fundamentais de sua política econômica. "Ninguém sabe ainda como ficará a meta de inflação para 2003 ou de superávit. Até agora, Palocci está afinado com o que o mercado espera", afirma Berger. A reunião com o FMI pode ser a primeira passagem do discurso para a prática.

Início tranqüilo

O primeiro pregão do ano e do governo Lula foi tranqüilo e a semana deve acabar ainda em clima de feriado. Ontem (2/1), o dólar fechou em baixa de 0,28%, cotado a 3,53 reais e o índice da Bolsa de Valores de São Paulo subiu quase 3%. O risco-país caiu 4,9%.

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