Economia

Mantega admite que câmbio preocupa muito o governo

Ministro lembrou que os EUA acusam a China de manipular o câmbio, mas também manipulam e prejudicam a todos

Mantega salientou que há um constante jogo de braço-de-ferro entre o mercado e o governo nesse quesito (Wilson Dias/ABr)

Mantega salientou que há um constante jogo de braço-de-ferro entre o mercado e o governo nesse quesito (Wilson Dias/ABr)

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Da Redação

Publicado em 23 de agosto de 2011 às 14h45.

Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse hoje que o câmbio é uma variável chave para a economia que traz muitas preocupações ao governo. Em audiência pública no Senado, ele contou que tem atuado junto a organismos internacionais para tentar reduzir a guerra cambial. No entanto, disse Mantega, a Organização Mundial do Comércio (OMC) não está equipada para combater o subsídio cambial. "Tenho conversado com o presidente da OMC, Pascal Lamy, que me dá razão. Mas a OMC não tem um mecanismo que qualifique este subsídio. Estamos avançando de modo que este assunto seja colocado na pauta da OMC", disse Mantega.

O ministro lembrou que os EUA acusam a China de manipular o câmbio, mas também manipulam e prejudicam todos. "Nós acusamos os EUA e a China de manipularem o câmbio", disse. O ministro afirmou que a manipulação cambial é forma de subsídio, mas admitiu não ser fácil medir.

Dívida pública

Nem sempre o Tesouro Nacional aceitará as taxas que o mercado quer impor para a rolagem da dívida, segundo Mantega. Ao contrário do que sugeriram alguns parlamentares durante audiência pública no Senado, Mantega afirmou que não há problemas com a rolagem da dívida pública. "O Tesouro tem caixa; não precisa rolar sempre", explicou o ministro.

Mantega salientou que há um constante jogo de braço-de-ferro entre o mercado e o governo nesse quesito. "O mercado quer sempre mais e nós, menos. Não há problema de rolagem, não", reforçou. Aproveitando o momento, o ministro lembrou que o governo ofertou, com sucesso, títulos em reais no mercado internacional e que, mesmo assim, recebeu elevação de nota por agências classificadoras de risco. "Nossa dívida é mais segura do que no passado".

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