Economia

Maioria dos consumidores descarta compra de bens até junho

Pesquisa em São Paulo mostra que, além de as intenções de compra de bens duráveis e semiduráveis terem caído,;consumidor que pretende gastar irá desembolsar menos

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h29.

A maioria dos consumidores de São Paulo não pretende comprar bens duráveis e semiduráveis nos próximos três meses. Mais do que isso: a minoria que planeja adquirir uma geladeira nova, um computador ou um carro se nega a pagar o mesmo preço que se permitia há um ano.

As perspectivas negativas foram constatadas na pesquisa de intenção de consumo desenvolvida pelo Programa de Administração do Varejo (Provar) da Fundação Instituto de Administração (FIA). Segundo o levantamento, 54,9% das pessoas não planejam comprar nenhum bem durável ou semidurável - de óculos a automóvel - entre abril e junho. "Esse é um indicador da confiança do consumidor na sua atual situação econômica(como, por exemplo, manutenção do emprego, do patamar de remuneração)", afirmou o professor João Paulo Siqueira, um dos coordenadores da pesquisa.

Entre os entrevistados (408 consumidores da cidade de São Paulo), aqueles que pretendem consumir responderam que, dos nove ramos pesquisados, apenas móveis e eletroeletrônicos têm garantido mais compradores no segundo trimestre de 2004 do que se tinha para o mesmo período do ano passado. Em todos os outros sete ramos (veja quadro), o número de pessoas que pretende comprar é menor do que a pesquisa registrou no ano passado. Quando a pergunta é a intenção de gastos, a expectativa fica ainda mais negativa. Os entrevistados que pretendem comprar algum bem nos próximos três meses devem desembolsar no máximo a metade do que se propunham há um ano - com exceção do ramo automóveis, em que os entrevistados pagarão só 11,1% a menos.

Para Siqueira, o desembolso menor neste ano mostra que a população está com uma renda achatada e que pode estar substituindo equipamentos mais sofisticados por modelos mais despojados e, portanto, baratos. "O consumidor quer comprar mas está sem condições. Há um consumo represado", afirmou o professor e coordenador da pesquisa.

Intenção de compra*
Ramo
Quantos consumidores pretendem comprar
Valor da compra será (em média)
Linha branca
-15,92%
52,09% menor
Móveis
5%
40,67% menor
Eletroeletrônicos
12,05%
59,23% menor
Material de construção
- 24,36%
68,88% menor
Automóveis
-95,15%
11,10% menor
Informática
-42,05%
37,03% menor
Foto e ótica
-95,24%
62,88% menor
Cama, mesa e banho
-16,06%
65,72% menor
Autopeças
-85,71%
49,96% menor
* Período de comparação: 2º trimestre de 2004 em relação ao 2º trimestre de 2003
Fonte: Provar/FIA
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