Maior participação do Estado ajudou países, diz ministro
Rio - O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Guimarães, disse hoje que os países que tinham mais instrumentos de participação do Estado na economia saíram melhor da crise. "Tanto Índia quanto China e Brasil se saíram muito bem da crise, em parte porque tinham instrumentos para isso", afirmou, após participar do seminário "Uma […]
Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h42.
Rio - O ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Samuel Guimarães, disse hoje que os países que tinham mais instrumentos de participação do Estado na economia saíram melhor da crise. "Tanto Índia quanto China e Brasil se saíram muito bem da crise, em parte porque tinham instrumentos para isso", afirmou, após participar do seminário "Uma agenda para os Brics".
No evento, foi anunciado que o Rio de Janeiro vai sediar o primeiro centro de estudos e pesquisas dos Brics (grupo de países formado por Brasil, Rússia, Índia e China), previsto para começar em maio. De acordo com Guimarães, há uma discussão em todo o mundo sobre a importância da regulação e da participação do Estado na economia.
Na sessão de abertura do seminário, Guimarães afirmou que o sucesso da passagem do Brasil pela crise econômica que marcou o mundo no ano passado "não suscita mais dúvidas de que o País é um dos Brics". O criador do termo Brics, o economista-chefe do Goldman Sachs, Jim O'Neill, também participa do seminário.
Segundo Guimarães, os desafios dos Brics hoje são, entre outros, vencer os desdobramentos ainda em curso da crise econômica mundial e responder às demandas internacionais cada vez mais fortes de atendimento às normas ambientais na produção econômica e energética. "A questão ambiental exige mais regulamentação", disse.
No caso especifico do Brasil, Guimarães destacou que as descobertas do pré-sal mostram o potencial geológico do País. "Apenas 30% do Brasil é conhecido do ponto de vista geológico", disse. Para ele, o Brasil tem hoje "uma política macroeconômica bastante razoável".
O ministro defendeu ainda que o número de funcionários públicos por habitante no Brasil, por exemplo, "não é maior que em nenhum outro país". Para ele, "o Estado brasileiro representa a coletividade do País". "Não é algo assim, tem o Estado ali e tem a coletividade aqui, como alguns sociólogos mal informados do passado defenderam", afirmou. Guimarães se recusou, no entanto, a dizer se estava se referindo ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que é sociólogo. O ministro observou que falava de sociólogos no plural.