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"Todo mundo quer privatizar até sentar na cadeira", diz Maia

Presidente da Câmara criticou ritmo das privatizações do governo; além disso, disse que está otimista com reforma tributária

Rodrigo Maia: "Eu acho que é uma matéria que não é simples, eu estou bem otimista mesmo" (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Reuters

Publicado em 30 de janeiro de 2020 às 06h48.

Última atualização em 30 de janeiro de 2020 às 11h32.

São Paulo — O presidente da Câmara, Rodrigo Maia , foi irônico quando questionado sobre as críticas de que as privatizações estão em ritmo lento no governo do presidente Jair Bolsonaro, que teve como uma das bandeiras na campanha eleitoral a redução do tamanho do Estado por meio da venda de ativos estatais à iniciativa privada.

"Esse é um problema, todo mundo quer privatizar até sentar na cadeira. Quando senta na cadeira aí a empresa é eficiente, é boa", cutucou Maia, que também fez críticas à gestão do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães.

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"A Caixa Econômica era para fazer um downsize dela, né? E daqui a pouco vai virar o maior banco do Brasil. Está corajoso o presidente da Caixa, não está? Se esse juro subir, o Estado brasileiro, vai ter dificuldade."

Sobre a privatização da Eletrobras , cujo projeto está no Congresso, Maia disse que ela deverá enfrentar dificuldades.

"Acho que a Eletrobras, sendo verdadeiro, nós temos dois problemas. Ano passado nós tínhamos um problema que é o Senado. Hoje nós passamos a ter dois. De fato, a Eletrobras, a eleição municipal tem influência em sua privatização", afirmou.

Reforma tributária

Maia também disse que tem a expectativa de que a reforma tributária esteja resolvida até abril na Câmara e afirmou que trabalhará para que a reforma administrativa, cuja proposta ainda precisa ser encaminhada pelo governo, seja aprovada ainda neste ano.

Após palestra a investidores em evento do Credit Suisse em São Paulo, o presidente da Câmara reconheceu que a reformulação do sistema tributária não é um tema simples, mas declarou-se otimista com sua aprovação, fazendo ainda a avaliação de que a eleição municipal de outubro não atrapalhará a tramitação das reformas.

"Eu acho que até abril a gente tem esse assunto (reforma tributária) resolvido. Para votar", disse Maia a jornalistas.

"Eu acho que é uma matéria que não é simples, eu estou bem otimista mesmo. Mas acho que está na hora de a gente enfrentar e conseguir avançar na tributária e, quando o governo mandar a administrativa, dar celeridade", acrescentou.

Há pelo menos duas propostas principais de reforma tributária. Uma que tramita no Senado e outra na Câmara, com diferenças. Nesta semana, o relator da reforma da Câmara disse que defende a votação de um texto único.

Nas últimas semana, o presidente Jair Bolsonaro disse que não tem preferência sobre qual reforma deve ser votada primeiro, se a tributária ou a administrativa. De acordo com o presidente, a equipe econômica deve mandar sugestões para os textos que tramitam no Senado em formato de emendas.

"A PEC da administrativa quando chegar, pelo menos é a minha intenção, a celeridade necessária para que a gente possa aprovar ainda neste ano."

Durante a palestra, Maia também afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição Emergencial, que tramita no Senado, é menos ambiciosa do que a proposta da Câmara, mas fez a avaliação de que ela deve ser aprovada pelo Legislativo.

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