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Lula volta a defender mudanças no Banco Mundial e FMI

Brasília - Depois da assinatura de oito acordos de cooperação em áreas de defesa, saúde, agricultura, cultura e educação, entre Brasil e Angola, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso no Itamaraty, durante o almoço oferecido ao presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que vai voltar a pregar em Toronto, no fim […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h45.

Brasília - Depois da assinatura de oito acordos de cooperação em áreas de defesa, saúde, agricultura, cultura e educação, entre Brasil e Angola, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, em discurso no Itamaraty, durante o almoço oferecido ao presidente angolano, José Eduardo dos Santos, que vai voltar a pregar em Toronto, no fim de semana, na reunião do G-20, a necessidade de mudanças nas políticas do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional (FMI) e na conduta deles em relação aos países pobres e em desenvolvimento.

"É preciso que o Banco Mundial e o FMI abandonem de uma vez por todas seus dogmas obsoletos e com condicionalidades absurdas", atacou Lula, ao acrescentar que "o maior desequilíbrio no mundo de hoje é o que separa países ricos e pobres".

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Para o presidente Lula, "o desenvolvimento da África, da Ásia e da América Latina contribuirá diretamente para a promoção do crescimento global e para a diminuição desse nefasto e inaceitável desequilíbrio". "É essa a mensagem que o Brasil levará à Cúpula do G-20, de Toronto, no próximo fim de semana", afirmou ele, ao salientar que "a reforma das instituições globais não pode ignorar a crescente importância da África e da América do Sul" já que as duas economias "estão entre as mais dinâmicas do mundo e entre as que primeiro retomaram o crescimento após a crise financeira".

Lula lembrou que a economia angolana cresceu em ritmo acelerado, dobrando o seu PIB nos últimos sete anos e citou que o Brasil contribuiu para este êxito com o aumento do intercâmbio entre os dois países. "O intercâmbio bilateral mostra a força de nossas relações: entre 2002 e 2008 elevou-se mais de 20 vezes, passando de US$ 211 milhões a US$ 4,2 bilhões, o que faz de Angola um dos principais parceiros do Brasil na África", declarou, em discurso, depois de defender a parceria estratégica entre os dois países.

Já o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, falou das duas visitas que Lula fez ao seu país, justificando que fez questão de voltar ao Brasil antes do final do segundo mandato de Lula. José Eduardo dos Santos destacou a importância dos acordos assinados, ressaltando que eles vão dar impulso à cooperação bilateral. "Apreciamos o protagonismo que o Brasil e o presidente Lula assumiu no plano internacional e o reconhecimento no empenho para a solução dos problemas do mundo atual", disse o angolano, ao lembrar que o Brasil, hoje, está entre as 20 maiores economias do mundo e a sua influência cresceu muito na África, na América Latina e no mundo. "E é assim, com toda justiça e legitimidade, que o Brasil aspira tornar-se membro permanente da ONU e tem todo o nosso apoio para isso", afirmou Santos.

Antes de encerrar sua fala, o presidente angolano citou o emprenho do Brasil em se aproximar com os países africanos, de trabalhar pela paz e pelo desenvolvimento sustentável da humanidade, e completou: "espero que o próximo sucessor do presidente Lula continue a erguer esta grande obra e cultive os laços fraternos e de amizade que unem nossos dois povos".

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