Entrada do banco UBS: o banco também é considerado testemunha em investigações de lavagem de dinheiro e fraude fiscal (fabric)
Da Redação
Publicado em 7 de junho de 2013 às 10h23.
Paris - A justiça francesa acusou o banco suíço UBS de práticas ilegais. A suspeita é de que a instituição financeira montou um sistema destinado a convencer franceses ricos a abrirem contas não declaradas na Suíça no começo dos anos 2000, informaram fontes judiciais nesta sexta-feira.
A acusação ao maior banco suíço ocorre dois dias depois de a sua filial francesa ter sido acusada por "cumplicidade em transações ilegais".
O banco também é considerado testemunha em investigações de lavagem de dinheiro e fraude fiscal, estando sob controle da justiça com uma fiança de 2,87 bilhões de euros, afirmaram as fontes.
A justiça francesa suspeita que o UBS permitiu a seus representantes suíços a captarem clientes na França, violando a legislação vigente. Além disso, o banco teria realizado uma dupla contabilidade para ocultar movimentos de capitais entre a França e a Suíça.
Um ex-diretor geral do UBS França, Patrick de Fayet, um ex-diretor do escritório do UBS em Lille (no norte do país), e um funcionário do UBS em Estrasburgo já foram acusados. Denúncias de ex-empregados do banco permitiram as investigações.
A AFP teve acesso a uma mensagem anônima enviada à autoridade responsável pela área, a ACP, que menciona a existência, entre 2002 e 2007, de um sistema destinado a registrar a abertura de contas não declaradas na Suíça, realizadas por representantes do banco.
Na mensagem, está descrito o suposto papel desses representantes na Suíça e na França, assim como a função dos gerentes do UBS na França nesta dupla contabilidade.
De acordo com a nota, o sistema não deixava rastros no sistema oficial do banco, embora permitisse calcular a premiação que os funcionários do banco deveriam receber no final do ano.
A investigação sobre as práticas do banco suíço na França começou em abril de 2012. A acusação era de "marketing bancário ou financeiro por pessoa desabilitada e fraude fiscal e de fundos obtidos com ajuda de transações ilegais, crimes realizados por grupo organizado".
Os juízes responsáveis pela investigação enviaram à receita federal francesa uma lista de 353 nomes de pessoas suspeitas de terem aberto contas na Suíça neste esquema.