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Japão entra em recessão no terceiro trimestre

Produto Interno Bruto do Japão se contraiu 0,5% entre julho e setembro em comparação com o trimestre anterior

Porto no Japão: país está em recessão pela quinta vez desde o ano 2000 (Yoshikazu Tsuno/AFP/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 8 de dezembro de 2014 às 13h23.

Tóquio - O Japão entrou em recessão no terceiro trimestre, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, a menos de uma semana das eleições legislativas apresentadas como um referendo para a política econômica do governo, a chamada "abenomics".

O Produto Interno Bruto ( PIB ) do Japão se contraiu 0,5% entre julho e setembro em comparação com o trimestre anterior, anunciou nesta segunda-feira o governo, que teve que revisar em baixa previsões anteriores (-0,4%).

As previsões dos analistas, que não esperavam um cenário tão sombrio (-0,1%), foram superadas mais uma vez pela realidade.

Após uma contração de 1,7% entre abril e junho (segundo dados atualizados), a queda em recessão da terceira economia mundial - pela quinta vez desde 2000 - se confirma.

Em ritmo interanual, o PIB caiu 6,7% e 1,9% nos dois últimos trimestres.

A razão é encontrada no aumento, em abril, de três pontos percentuais - de 5% a 8% - do IVA.

Durante este período, o consumo dos lares cresceu 0,4%. O investimento privado se contraiu mais que o previsto, tanto no que diz respeito à compra de casas (-6,8%) quanto aos investimentos não residenciais das empresas (-0,4%), que reduziram fortemente seus estoques, fazendo o PIB cair (-0,6 pontos).

A demanda pública também foi revisada em baixa (+0,5%), enquanto as exportações permaneceram sem mudanças (+1,3%).

Estes dados chegam num momento ruim para o primeiro-ministro Shinzo Abe, que no domingo espera receber o apoio dos eleitores para seu programa econômico, que consiste em medidas de expansão quantitativa, forte investimento público e reformas estruturais.

"Em dois anos, a abenomics deu seus frutos, embora não tenha conseguido engrenar um círculo virtuoso", comentou o secretário-geral adjunto do governo, Hiroshige Seko. "É preciso parar aqui ou seguir? É o que perguntamos aos cidadãos", acrescentou.

Para Abe, sua receita econômica contribuiu para baixar a taxa de desemprego e combater a deflação, assim como a depreciação do iene.

Oposição critica fracasso da abenomics

Diante das críticas crescentes de pequenas empresas e dos consumidores, penalizados pelo alto custo das importações - devido à depreciação do iene -, o primeiro-ministro responde que uma moeda forte é ainda mais destrutiva.

Para Abe e seus partidários, a recessão tem como única causa o aumento dos impostos ao consumo, e por isso a decisão de adiar até abril de 2017 o segundo aumento.

Mas o futuro pode ser rapidamente resolvido. Quando os efeitos desta medida se dissiparem, "a economia provavelmente voltará a crescer no quarto trimestre", ressalta a Capital Economics.

A SMBC Nikko Securities também antecipa um rebote sólido.

Enquanto isso, a oposição já enterrou a abenomics. "O resultado aparece totalmente diferente do esboço elogioso que o primeiro-ministro apresenta", disse Tetsuro Fukuyama, funcionário do Partido Democrata do Japão (PDJ, de centro-esquerda).

"O fracasso da abenomics ficou claro para todo o mundo", disse, esperando uma sanção nas urnas, não apenas contra a política econômica de Abe, mas contra sua estratégia diplomática e pró-nuclear.

Mas não parece que este será o caso, segundo os cientistas políticos, que preveem uma ampla vitória do Partido Liberal Democrata (PLD) de Shinzo Abe diante de uma oposição dividida em mil pedaços.

Segundo as pesquisas, o partido no governo pode conquistar mais de 300 dos 475 assentos da câmara baixa, o que lhe daria mais quatro anos no poder.

Mas diante do choque da população, que não consegue entender as razões desta onerosa consulta dois anos antes do tempo, os observadores temem uma abstenção recorde.

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Tóquio - O Japão entrou em recessão no terceiro trimestre, segundo dados divulgados nesta segunda-feira, a menos de uma semana das eleições legislativas apresentadas como um referendo para a política econômica do governo, a chamada "abenomics".

O Produto Interno Bruto ( PIB ) do Japão se contraiu 0,5% entre julho e setembro em comparação com o trimestre anterior, anunciou nesta segunda-feira o governo, que teve que revisar em baixa previsões anteriores (-0,4%).

As previsões dos analistas, que não esperavam um cenário tão sombrio (-0,1%), foram superadas mais uma vez pela realidade.

Após uma contração de 1,7% entre abril e junho (segundo dados atualizados), a queda em recessão da terceira economia mundial - pela quinta vez desde 2000 - se confirma.

Em ritmo interanual, o PIB caiu 6,7% e 1,9% nos dois últimos trimestres.

A razão é encontrada no aumento, em abril, de três pontos percentuais - de 5% a 8% - do IVA.

Durante este período, o consumo dos lares cresceu 0,4%. O investimento privado se contraiu mais que o previsto, tanto no que diz respeito à compra de casas (-6,8%) quanto aos investimentos não residenciais das empresas (-0,4%), que reduziram fortemente seus estoques, fazendo o PIB cair (-0,6 pontos).

A demanda pública também foi revisada em baixa (+0,5%), enquanto as exportações permaneceram sem mudanças (+1,3%).

Estes dados chegam num momento ruim para o primeiro-ministro Shinzo Abe, que no domingo espera receber o apoio dos eleitores para seu programa econômico, que consiste em medidas de expansão quantitativa, forte investimento público e reformas estruturais.

"Em dois anos, a abenomics deu seus frutos, embora não tenha conseguido engrenar um círculo virtuoso", comentou o secretário-geral adjunto do governo, Hiroshige Seko. "É preciso parar aqui ou seguir? É o que perguntamos aos cidadãos", acrescentou.

Para Abe, sua receita econômica contribuiu para baixar a taxa de desemprego e combater a deflação, assim como a depreciação do iene.

Oposição critica fracasso da abenomics

Diante das críticas crescentes de pequenas empresas e dos consumidores, penalizados pelo alto custo das importações - devido à depreciação do iene -, o primeiro-ministro responde que uma moeda forte é ainda mais destrutiva.

Para Abe e seus partidários, a recessão tem como única causa o aumento dos impostos ao consumo, e por isso a decisão de adiar até abril de 2017 o segundo aumento.

Mas o futuro pode ser rapidamente resolvido. Quando os efeitos desta medida se dissiparem, "a economia provavelmente voltará a crescer no quarto trimestre", ressalta a Capital Economics.

A SMBC Nikko Securities também antecipa um rebote sólido.

Enquanto isso, a oposição já enterrou a abenomics. "O resultado aparece totalmente diferente do esboço elogioso que o primeiro-ministro apresenta", disse Tetsuro Fukuyama, funcionário do Partido Democrata do Japão (PDJ, de centro-esquerda).

"O fracasso da abenomics ficou claro para todo o mundo", disse, esperando uma sanção nas urnas, não apenas contra a política econômica de Abe, mas contra sua estratégia diplomática e pró-nuclear.

Mas não parece que este será o caso, segundo os cientistas políticos, que preveem uma ampla vitória do Partido Liberal Democrata (PLD) de Shinzo Abe diante de uma oposição dividida em mil pedaços.

Segundo as pesquisas, o partido no governo pode conquistar mais de 300 dos 475 assentos da câmara baixa, o que lhe daria mais quatro anos no poder.

Mas diante do choque da população, que não consegue entender as razões desta onerosa consulta dois anos antes do tempo, os observadores temem uma abstenção recorde.

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