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Itaú BBA propõe compulsórios para financiar infraestrutura

Bancos privados estão discutindo com governo a possibilidade de usar parte dos recursos recolhidos pelas instituições aos cofres do BC

Obra: obejetivo é criar canais alternativos para sanear as necessidades de investimento do país no setor de infraestrutura (Germano Lüders/EXAME.com)
DR

Da Redação

Publicado em 21 de maio de 2014 às 18h47.

São Paulo - Os bancos privados estão discutindo com o governo federal a possibilidade de usar parte dos recursos recolhidos pelas instituições financeiras aos cofres do Banco Central, os depósitos compulsórios, para financiamento de obras de infraestrutura .

O objetivo, explicou nesta quarta-feira o diretor da área de infraestrutura do Itaú BBA, Alberto Zoffmann, é criar canais alternativos para sanear as necessidades de investimento do país no setor, que podem chegar a 1 trilhão de reais.

Atualmente, os bancos no país são obrigados a guardar no BC 44 por cento do volume de depósitos à vista, sem receberem remuneração por isso. No caso dos recursos a prazo, esse percentual é de 20 por cento. Segundo dados do Banco Central, o volume de recolhimentos compulsórios atingiu 415,9 bilhões de reais em março.

A sugestão dos bancos é do uso de parte dos compulsórios à vista, dos depósitos a prazo e também da caderneta de poupança.

"A sugestão é pegar parte dos recursos dos compulsórios para infraestrutura", disse Zoffmann a jornalistas, sem mencionar qual percentual, após participar de evento da Fiesp, em São Paulo.

Segundo o executivo, a proposta foi uma das respostas ao pedido do governo federal aos bancos privados por sugestões de canais de recursos para investir em obras como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos.

A alternativa preocupa o governo federal pelos riscos de descasamento de prazos, já que obras como essas demandam estruturas de financiamento por vários anos, enquanto o gerenciamento dos compulsórios é feito diariamente.

Dessa forma, um evento súbito de queda dos depósitos nos bancos poderia atingir o uso de recursos já comprometidos para um empreendimento.

Os bancos argumentam que a proposta do setor implica apenas no uso de uma parcela desses recursos. Além disso, o risco de descasamento de prazos seria responsabilidade deles próprios e não do governo.

Segundo Zoffmann, a proposta tem sido discutida desde o ano passado, mas ele não revelou se o governo federal tem mostrado interesse firme em levá-la adiante.

Para o executivo, embora até agora não há falta de recursos para os projetos, mas isso poderia acontecer nos próximos anos.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pela maioria esmagadora dos recursos para infraestrutura, vem sinalizando que pretende reduzir o ritmo de desembolsos em relação aos últimos anos e dar mais espaço para instrumentos de mercado.

"Faltarão recursos no futuro se andarmos na velocidade que queremos", disse Zoffmann.

O Itaú BBA tem atualmente uma carteira de cerca de 10 bilhões de reais empregados em projetos de infraestrutura.

Segundo o executivo, o banco teve um aumento de 35 por cento das receitas com operações no setor, incluindo empréstimos e assessoria, em 2013. A expectativa é que esse ritmo avance para 47 por cento neste ano, disse.

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São Paulo - Os bancos privados estão discutindo com o governo federal a possibilidade de usar parte dos recursos recolhidos pelas instituições financeiras aos cofres do Banco Central, os depósitos compulsórios, para financiamento de obras de infraestrutura .

O objetivo, explicou nesta quarta-feira o diretor da área de infraestrutura do Itaú BBA, Alberto Zoffmann, é criar canais alternativos para sanear as necessidades de investimento do país no setor, que podem chegar a 1 trilhão de reais.

Atualmente, os bancos no país são obrigados a guardar no BC 44 por cento do volume de depósitos à vista, sem receberem remuneração por isso. No caso dos recursos a prazo, esse percentual é de 20 por cento. Segundo dados do Banco Central, o volume de recolhimentos compulsórios atingiu 415,9 bilhões de reais em março.

A sugestão dos bancos é do uso de parte dos compulsórios à vista, dos depósitos a prazo e também da caderneta de poupança.

"A sugestão é pegar parte dos recursos dos compulsórios para infraestrutura", disse Zoffmann a jornalistas, sem mencionar qual percentual, após participar de evento da Fiesp, em São Paulo.

Segundo o executivo, a proposta foi uma das respostas ao pedido do governo federal aos bancos privados por sugestões de canais de recursos para investir em obras como rodovias, ferrovias, aeroportos e portos.

A alternativa preocupa o governo federal pelos riscos de descasamento de prazos, já que obras como essas demandam estruturas de financiamento por vários anos, enquanto o gerenciamento dos compulsórios é feito diariamente.

Dessa forma, um evento súbito de queda dos depósitos nos bancos poderia atingir o uso de recursos já comprometidos para um empreendimento.

Os bancos argumentam que a proposta do setor implica apenas no uso de uma parcela desses recursos. Além disso, o risco de descasamento de prazos seria responsabilidade deles próprios e não do governo.

Segundo Zoffmann, a proposta tem sido discutida desde o ano passado, mas ele não revelou se o governo federal tem mostrado interesse firme em levá-la adiante.

Para o executivo, embora até agora não há falta de recursos para os projetos, mas isso poderia acontecer nos próximos anos.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pela maioria esmagadora dos recursos para infraestrutura, vem sinalizando que pretende reduzir o ritmo de desembolsos em relação aos últimos anos e dar mais espaço para instrumentos de mercado.

"Faltarão recursos no futuro se andarmos na velocidade que queremos", disse Zoffmann.

O Itaú BBA tem atualmente uma carteira de cerca de 10 bilhões de reais empregados em projetos de infraestrutura.

Segundo o executivo, o banco teve um aumento de 35 por cento das receitas com operações no setor, incluindo empréstimos e assessoria, em 2013. A expectativa é que esse ritmo avance para 47 por cento neste ano, disse.

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