Economia

Prévia da inflação de junho sobe 0,69%, com destaque para alta nos planos de saúde

Combustíveis e alimentos tiveram altas menores e também ajudaram a conter a inflação no mês. Acumulado em 12 meses continua elevado, em 12,04%

Planos de saúde: IPCA-15 de maio teve os impactos da alta autorizada pela ANS nos planos (PhotoAlto/Frederic Cirou/Getty Images)

Planos de saúde: IPCA-15 de maio teve os impactos da alta autorizada pela ANS nos planos (PhotoAlto/Frederic Cirou/Getty Images)

CR

Carolina Riveira

Publicado em 24 de junho de 2022 às 09h29.

Última atualização em 24 de junho de 2022 às 10h30.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de junho, prévia da inflação do mês, ficou em 0,69%, segundo divulgado nesta sexta-feira, 24, pelo IBGE.

Em 12 meses, a alta acumulada é de 12,04%.

Assine a EXAME e fique por dentro das principais notícias que afetam o seu bolso. Tudo por menos de R$ 0,37/dia

O resultado veio em linha com o consenso do mercado, que indicava alta de 0,68% em junho na comparação mensal, segundo mediana levantada pela Bloomberg.

VEJA TAMBÉM: Petrobras (PETR4) avalia novo CEO, IPCA-15 e o que mais move os mercados

No ano até junho, o IPCA-15 acumula alta de 5,65%, já acima do teto da meta do Banco Central estabelecida para 2022.

O IPCA-15 é medido entre meados de cada mês, e serve como prévia para a inflação oficial, a ser divulgada após encerrado o mês. No IPCA-15 de junho, os preços foram coletados entre 14 de maio e 13 de junho.

O resultado de junho mantém a desaceleração que começa a ser vista no IPCA após altas fortes a partir de janeiro, com o início da guerra na Ucrânia e pressão nos preços de alimentos e combustíveis (veja no gráfico abaixo).

(Arte/via Flourish/Exame)

Ainda assim, a projeção em algumas casas do mercado é de que a inflação siga acima de 10% ao menos até agosto ou outubro, quando se espera que os efeitos da Selic alta tendem a se intensificar.

A inflação no Brasil superou dois dígitos em setembro do ano passado, e não caiu para baixo desse patamar desde então.

O Brasil está sob a maior taxa básica de juros, a Selic, desde 2016. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, em 15 de junho, a taxa de juros foi elevada em 0,50 ponto percentual, indo a 13,25%. Mais aumentos são esperados até o fim do ano.

O que mais subiu de preço

Todos os grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram alta de preço em junho.

Como tem sido em meses anteriores, o maior impacto no índice (0,19 p.p.) veio dos Transportes (0,84%). O grupo, no entanto, desacelerou em relação a maio (quando a alta foi 1,80%), puxado pela queda nos preços dos combustíveis (-0,55%). 

O período estudado ainda não inclui impactos da alta recente da Petrobras nos preços de gasolina e diesel em suas refinarias, que entraram em vigor em 18 de junho.

No geral, enquanto alguns combustíveis como etanol e gasolina caíram, o óleo diesel, passagens aéreas e alguns reajustes em tarifas de ônibus nas capitais foram destaques:

  • O diesel subiu 2,83% no IPCA-15 de junho;
  • Etanol e gasolina caíram 4,41% e 0,27%;
  • Passagens aéreas subiram 11,36%;
  • Seguro voluntário de veículo subiu 4,20%;
  • Motocicletas subiram 1,66%;
  • Automóveis novos subiram 1,46%, mas usados ficaram estáveis (0,12%);

Salvador teve alta na tarifa de ônibus urbano e intermunicipal, e Belo Horizonte no ônibus intermunicipal, impactando as médias nacionais.

VEJA TAMBÉM: Gasolina a R$ 9 já é realidade nos postos; veja preços

Enquanto isso, a maior alta no IPCA-15 do mês veio de Vestuário (1,77% e 0,08 p.p.), seguido por Saúde e cuidados pessoais (1,27%), que contribuiu com 0,16 p.p. no índice do período.

A alta no grupo de Saúde foi puxada pelo aumento nos preços dos planos, que tiveram alta captada de 2,99% no IPCA-15. A variação veio após o reajuste de até 15,50% autorizado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) em 26 de maio.

Também houve alta de 1,38% nos produtos farmacêuticos no período, ainda com reflexos de um aumento já autorizado a partir de abril.

VEJA TAMBÉM: Por que a renda do brasileiro é a menor em 10 anos — mesmo com o desemprego caindo

Já o grupo Alimentos e bebidas, um dos mais importantes para a cesta de consumo medida no IPCA, desacelerou e subiu apenas 0,25%, após subir 1,52% em maio.

A boa notícia foram os alimentos para consumo no domicílio, que saíram de uma alta de 1,71% em maio para 0,08%. Uma série de produtos que haviam subido de preço nos últimos meses tiveram quedas.

  • O leite longa vida, que havia subido 7,99% e sido um dos vilões da inflação em maio, registrou alta menor, de 3,45% em junho;
  • A cenoura caiu 27,52%;
  • O tomate caiu 12,76%;
  • A batata-inglesa caiu 8,75%;
  • Hortaliças e verduras caíram 5,44%;
  • Frutas caíram 2,61%.

Outro destaque, o grupo Habitação, que havia registrado queda no IPCA-15 de maio (-3,85%), subiu 0,66% em junho.

A queda no mês anterior foi puxada pela energia elétrica, que caiu de preço com a mudança de bandeira tarifária. O movimento se manteve neste mês diante da base de comparação ainda alta com maio, e o preço da energia elétrica caiu 0,68%.

Neste mês, porém, a alta do grupo Habitação foi influenciada por reajustes da tarifa de água e esgoto em algumas capitais.

Acompanhe tudo sobre:IBGEInflaçãoIPCAPlanos de saúdePreços

Mais de Economia

Governo envia ao Congresso proposta de orçamento para 2025 com salário mínimo de R$ 1.509

Inflação na zona do euro cai para 2,2% em agosto e aproxima-se da meta do BCE

Governo envia ao Congresso indicação de Galípolo e projetos para aumentar alíquotas da CSLL e da JCP

Lula diz que Galípolo terá autonomia no BC: 'Se ele falar que tem que aumentar juros, ótimo'

Mais na Exame