Economia

IPCA de maio fica em 0,13%, menor resultado para o mês desde 2006

Nos últimos 12 meses, a inflação oficial está em 4,66%, acima do centro da meta, de 4,25%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância

Inflação de maio: resultado, menor para o mês desde 2006, foi influenciado pela deflação de 0,56% no preço dos alimentos e bebidas.  (Paulo Whitaker/Reuters)

Inflação de maio: resultado, menor para o mês desde 2006, foi influenciado pela deflação de 0,56% no preço dos alimentos e bebidas.  (Paulo Whitaker/Reuters)

Ligia Tuon

Ligia Tuon

Publicado em 7 de junho de 2019 às 09h01.

Última atualização em 7 de junho de 2019 às 11h21.

São Paulo – A inflação oficial no Brasil, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 0,13% em maio, segundo dados divulgados nesta sexta-feira, 07, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado é o menor para o mês desde 2006, e foi influenciado, sobretudo, pela deflação de 0,56% no preço dos alimentos e bebidas. 

Quatro dos nove grupos que integram o IPCA tiveram deflação em maio. Além do grupo Alimentação e Bebidas, os preços caíram também em Educação (-0,04%), Comunicação (-0,03%) e Artigos de residência (-0,10%).

O índice de maio é 0,44 ponto percentual menor do que o registrado no mês anterior, quando a inflação havia ficado em 0,57%, o maior nível para o mês em três anos, por conta dos preços dos medicamentos.

No ano, o IPCA acumula alta de 2,22%. Já nos últimos 12 meses, atinge 4,66%, acima do centro da meta estipulada pelo pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), de 4,25%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância, que vai de 2,75% a 5,75%.

O IBGE ressalta o aumento da oferta de alimentos com grande peso na cesta básica no mês, com a colheita de tomate, frutas e da segunda safra do feijão. 

Depois de subir 28,64% em abril, dentro do grupo de alimentos e bebidas, o tomate caiu 15,08% em maio, destaca o IBGE. Já o feijão-carioca, que acumula alta de 62,07% no ano, acentuou a queda em relação ao mês anterior, passando de -9,09% para -13,04%.

Em relação às frutas, a deflação notada de abril para maio foi acelerada de -0,71% para -2,87%.

No lado das altas, o grupo habitação foi o mais relevante (0,98%), influenciado principalmente pela alta de 2,18% no item energia elétrica. O avanço é explicado pelo reajustes de tarifa e pela entrada da bandeira amarela, que acrescentou R$ 0,01 a cada kW/h consumido nas contas de energia elétrica, destaca o instituto.

O grupo Saúde e cuidados pessoais - grande vilão dos preços em abril - ficou com a segunda maior variação positiva do índice, de 0,59%. Os preços do grupo desaceleraram de abril para maio, com destaque para os remédios, que passaram de 2,25% para 0,82% em maio.

O grupo Transportes pesou menos no bolso do brasileiro em maio. O segmento caiu de 0,94% para 0,07% de um mês para o outro, influenciado principalmente pela queda de 21,82% nos preços das passagens aéreas, segundo o IBGE.

O que pesou mais dentro do segmento foi a gasolina (2,60%), cujo preço aumentou em todas as regiões pesquisadas. O combustível apresentou o maior impacto individual no IPCA de maio, com 0,11 p.p.

 

Inflação de maio fica em 0,13%, menor resultado para o mês desde 2006

Inflação de maio fica em 0,13%, menor resultado para o mês desde 2006 (IBGE/Divulgação)

 

GrupoAbril (variação em %)Maio (variação em %)
Índice Geral0,570,13
Alimentação e Bebidas0,63-0,56
Habitação0,240,98
Artigos de Residência-0,24-0,1
Vestuário0,180,34
Transportes0,940,07
Saúde e Cuidados Pessoais1,510,59
Despesas Pessoais0,170,16
Educação0,09-0,04
Comunicação0,03-0,03

 

GrupoImpacto (p.p.) em abrilImpacto (p.p.) em maio
Índice Geral0,570,13
Alimentação e Bebidas0,16-0,14
Habitação0,040,15
Artigos de Residência-0,010
Vestuário0,010,02
Transportes0,170,01
Saúde e Cuidados Pessoais0,180,07
Despesas Pessoais0,020,02
Educação00
Comunicação00

 

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