Plataforma de petróleo: estimativa é que a área de Libra tenha de 12 a 18 sistemas de produção em operação (plataformas) (Mikhail Mordasov/AFP)
Da Redação
Publicado em 21 de setembro de 2013 às 09h40.
Rio de Janeiro - O investimento na área petrolífera de Libra, maior reserva do Brasil, é estimado em pelo menos 200 bilhões de dólares durante sua vida útil, disse nesta sexta-feira uma autoridade do órgão regulador do setor.
"Estamos falando de muitos bilhões de dólares. A previsão é de 200 a 300 bilhões de dólares durante o tempo de vida útil", afirmou à Reuters uma fonte da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na condição de anonimato.
A título de comparação, o montante previsto pode superar os recursos projetados no plano de investimento da Petrobras para cinco anos, de 236,7 bilhões de dólares.
O contrato de Libra, área que será licitada no primeiro leilão do pré-sal em 21 outubro, terá vigência por um período de 35 anos.
O total a ser investido na área, com reservas de 8 a 12 bilhões de barris recuperáveis de óleo --equivalente a cerca de dois terços das atuais reservas provadas do Brasil--, consideraria os investimentos necessários para a perfuração de poços, aquisição de plataformas, logística de estoque e distribuição, bônus de assinatura de 15 bilhões de reais, embarcações de apoio (ao menos 90), máquinas e equipamentos e outros sistemas.
A estimativa é que a área de Libra --que será licitada pelo novo modelo de partilha de produção, que visa garantir maiores ganhos do petróleo ao país-- tenha de 12 a 18 sistemas de produção em operação (plataformas), e que cada um desses sistemas tenha de oito a dez poços produtivos, segundo a ANP.
As plataformas para operar no pré-sal de Libra devem ter uma capacidade de produção média de 150 mil barris de petróleo ao dia. Cada unidade, segundo a fonte, não custa menos de 1 bilhão de dólares no mercado.
Projeção Conservadora
Na avaliação da fonte, a expectativa da ANP de um pico de produção de 1 milhão de barris ao dia, em 2020, é conservadora.
"Essa projeção é considerada internamente bastante conservadora. Com o porte de Libra e com a qualidade dos dados envolvidos, o sucesso está garantido... é muito óleo a ser revertido para o Brasil", declarou a fonte da ANP.
A área petrolífera de Libra deverá começar a produzir no quinto ano após a assinatura do contrato, o que deve ocorrer este ano. A ANP não estimou qual seria a produção inicial de Libra.
Ganhos do Governo
Em entrevista a jornalistas nesta sexta-feira, a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, explicou que a participação do governo nos ganhos obtidos com Libra poderá chegar a 75 por cento ou mais, incluindo o óleo lucro, tributos e o bônus de assinatura de 15 bilhões de reais.
Ela avalia, aliás, que o bônus a ser pago pelo vencedor deverá entrar no caixa do governo ainda este ano.
"Isso vai dar uma alavancagem para a indústria. O óleo lucro de Libra também será muito bom para o Brasil. Para cada barril de óleo lucro, setenta e cinco por cento ficam para o país na forma de bônus de assinatura, percentagem de óleo lucro para a união, imposto de renda e contribuição social", disse a diretora do órgão regulador.
Apenas em volume de petróleo, a União deverá receber obrigatoriamente pelo menos 41,65 por cento do volume produzido na área de Libra.
Quem ofertar o maior volume de óleo ao governo ganha a licitação. Já o bônus de assinatura é fixo.
A licitação terá apenas um consórcio vencedor, com apenas um envelope sendo aberto, segundo a diretora.