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Inflação percebida por idosos deve ser mais salgada em 2015

A alta de preços para esses consumidores já atingiu 9,37% nos 12 meses até junho e tende a se aproximar de 10% nos próximos três meses, segundo a FGV

Idosos fazem contas: itens que comprometem fatias relevantes do orçamento continuaram a ficar mais caros (AndreyPopov/Thinkstock)
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Da Redação

Publicado em 19 de julho de 2015 às 09h23.

Rio - Os lares brasileiros que contam com moradores idosos devem ser mais penalizados pela inflação este ano. A alta de preços para esses consumidores já atingiu 9,37% nos 12 meses até junho e tende a se aproximar de 10% nos próximos três meses, segundo a Fundação Getulio Vargas (FGV).

No segundo trimestre, o índice até perdeu força em relação ao início do ano. A alta de 2,46% foi pouco mais da metade da taxa observada entre janeiro e março, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor - Terceira Idade (IPC-3i).

Mesmo assim, itens que comprometem fatias relevantes do orçamento, como remédios, plano de saúde e condomínio, continuaram a ficar mais caros.

"O custo de vida para famílias com idosos deve avançar mais em 2015, ou seja, elas devem perceber uma inflação mais alta justamente por conta do encarecimento de serviços que são mais essenciais", disse o economista André Braz, pesquisador da FGV. "A taxa trimestral pode desacelerar, mas em 12 meses vai continuar avançando e pode se aproximar cada vez mais de 10% ao longo dos próximos três meses."

Segundo Braz, como os idosos permanecem mais tempo em casa, gastos com energia elétrica, taxa de água e esgoto e condomínio acabam pesando mais no orçamento.

"Sem contar alimentação, que anda avançando muito em relação ao que foi em 2014", explicou. Há ainda chance de um novo aumento da gasolina, que pressionaria mais o índice.

Entre abril e junho, quatro das oito classes de despesa que formam o IPC-3i desaceleraram. A principal contribuição veio das tarifas de eletricidade residencial, que avançaram 2,91%, bem menos do que a alta de 35,11% no trimestre anterior.

O condomínio, por sua vez, subiu 3,85%, a maior influência positiva individual no índice, mas também com avanço menor do que no início do ano.

Por outro lado, subiram com mais força os medicamentos em geral (6,08%), jogo lotérico (55,92%) e passagens aéreas (12,35%).

O IPC-3i representa o cenário de preços sentido em famílias com pelo menos 50% dos indivíduos de 65 anos ou mais de idade e renda mensal entre 1 e 33 salários.

São Paulo - A inflação de junho foi divulgada hoje pelo IBGE e veio cheia de más notícias. A taxa do primeiro semestre, a maior desde 2003, já ultrapassou de longe o centro da meta (e quase chegou no teto) para todo o ano. No acumulado de 12 meses, ficamos próximos de 9%. Apesar da piora neste ano, o mercado espera que 2016 terá o maior processo de queda do índice em 20 anos. A cesta de produtos do IBGE é composta de forma a reproduzir os hábitos de compra do brasileiro. Alimentação e Bebidas é responsável por cerca de um terço do índice, e itens como gasolina e aluguel tem grande importância.   Isso significa que alta e impacto no índice final não são equivalentes. A energia e os jogos de azar tiveram altas similares em 2015, mas o impacto da primeira no IPCA foi mais de 6 vezes maior. Veja a seguir quais foram os 10 itens que mais subiram em 2015 e qual foi o impactos no IPCA deste ano e do acumulado de 12 meses. Quando necessário, os números foram arredondados:
  • 2. Energia elétrica

    2 /12(Stock.xchng)

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  • 3. Gasolina

    3 /12(AFP)

  • Alta no ano9%
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    Alta nos últimos 12 meses11%
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  • 4. Ônibus urbano

    4 /12(Rafael Neddermeyer/ Fotos Publicas)

    Alta no ano12%
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  • 5. Refeição fora de casa

    5 /12(REUTERS/Marko Djurica)

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  • 6. Cursos regulares

    6 /12(Thinkstock/TongRo Images)

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  • 7. Produtos farmacêuticos

    7 /12(Marcos Santos/USP Imagens)

    Alta no ano6%
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    Alta nos últimos 12 meses6%
    Impacto nos últimos 12 meses0,23 p.p.
  • 8. Aluguel residencial

    8 /12(Divulgação/VivaReal)

    Alta no ano4%
    Impacto no ano0,19 p.p.
    Alta nos últimos 12 meses8%
    Impacto nos últimos 12 meses0,36 p.p.
  • 9. Trabalho doméstico

    9 /12(serezniy/Thinkstock)

    Alta no ano4%
    Impacto no ano0,18 p.p.
    Alta nos últimos 12 meses9%
    Impacto nos últimos 12 meses0,37 p.p.
  • 10. Jogos de azar

    10 /12(Rafael Neddermeyer/Fotos Públicas)

    Alta no ano47%
    Impacto no ano0,18 p.p.
    Alta nos últimos 12 meses47%
    Impacto nos últimos 12 meses0,18 p.p.
  • 11. Cebola

    11 /12(Marcos Santos/USP Imagens)

    Alta no ano148%
    Impacto no ano0,18 p.p.
    Alta nos últimos 12 meses142%
    Impacto nos últimos 12 meses0,18 p.p.
  • 12 /12(Getty Images)

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