Exame Logo

Inflação comprometerá orçamento das famílias de baixa renda

Economista avalia que a inflação acima da média vai comprometer ainda mais a baixa renda, que já enfrenta aumento de preços de 4,54% no primeiro trimestre

Preços em supermercado: "os (preços) administrados pesam mais para as famílias", diz economista (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 10 de abril de 2015 às 17h54.

Rio - Depois de enfrentarem um aumento de preços de 4,54% apenas nos três primeiros meses deste ano, as famílias de baixa renda já passaram pelo pior momento de 2015, afirmou nesta sexta-feira, 10, o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Mesmo assim, no saldo deste ano, elas terão o orçamento mais comprometido com a inflação do que a média das famílias brasileiras.

"Os (preços) administrados pesam mais para as famílias. Como este é um ano de (inflação nos) administrados, isso vai se refletir em inflação maior para a baixa renda", comentou Braz. "Mas boa parte da inflação esperada para este ano já ficou nesse primeiro trimestre", acrescentou.

Hoje, a FGV anunciou que o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) subiu 1,64% em março, impulsionado principalmente pela energia elétrica, que ficou 21,13% mais cara na esteira do reajuste extraordinário concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às distribuidoras de energia elétrica e do aumento do valor cobrado segundo o regime de bandeiras tarifárias. O item foi responsável por metade da alta do mês passado.

Mas os alimentos também ficaram mais caros, segundo Braz, por diversas razões. As hortaliças e legumes subiram 4,08% em função do clima seco. Já o leite avançou 3,42% por conta do período de entressafra, com consequente redução de oferta da matéria-prima. Já os derivados do trigo e da soja aumentaram diante da valorização do dólar. "O pão francês pesa 2% para essas famílias. É o dobro do peso para a média dos brasileiros. E só ele subiu 1,89%", exemplificou Braz.

Em abril, porém, a inflação da baixa renda deve perder força. "Não vai haver pressão de energia elétrica como em março. Aliás, em nenhum mês do ano", disse o economista. "Ainda vamos captar elevações na conta de energia, mas não concentradas. A cada mês, devemos captar o aumento de uma ou duas empresas", acrescentou.

No primeiro trimestre, Braz considera que houve uma concentração "atípica" de reajustes em preços administrados. "Daqui para frente, essas concentrações serão mais raras", afirmou.

Para este mês, a pressão virá dos medicamentos, que foram reajustados no início de abril. Assim como outros monitorados, eles comprometem uma fatia maior do orçamento das famílias de baixa renda. O IPC-C1 engloba famílias com ganhos mensais entre 1 e 2,5 salários mínimos.

Veja também

Rio - Depois de enfrentarem um aumento de preços de 4,54% apenas nos três primeiros meses deste ano, as famílias de baixa renda já passaram pelo pior momento de 2015, afirmou nesta sexta-feira, 10, o economista André Braz, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV).

Mesmo assim, no saldo deste ano, elas terão o orçamento mais comprometido com a inflação do que a média das famílias brasileiras.

"Os (preços) administrados pesam mais para as famílias. Como este é um ano de (inflação nos) administrados, isso vai se refletir em inflação maior para a baixa renda", comentou Braz. "Mas boa parte da inflação esperada para este ano já ficou nesse primeiro trimestre", acrescentou.

Hoje, a FGV anunciou que o Índice de Preços ao Consumidor - Classe 1 (IPC-C1) subiu 1,64% em março, impulsionado principalmente pela energia elétrica, que ficou 21,13% mais cara na esteira do reajuste extraordinário concedido pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) às distribuidoras de energia elétrica e do aumento do valor cobrado segundo o regime de bandeiras tarifárias. O item foi responsável por metade da alta do mês passado.

Mas os alimentos também ficaram mais caros, segundo Braz, por diversas razões. As hortaliças e legumes subiram 4,08% em função do clima seco. Já o leite avançou 3,42% por conta do período de entressafra, com consequente redução de oferta da matéria-prima. Já os derivados do trigo e da soja aumentaram diante da valorização do dólar. "O pão francês pesa 2% para essas famílias. É o dobro do peso para a média dos brasileiros. E só ele subiu 1,89%", exemplificou Braz.

Em abril, porém, a inflação da baixa renda deve perder força. "Não vai haver pressão de energia elétrica como em março. Aliás, em nenhum mês do ano", disse o economista. "Ainda vamos captar elevações na conta de energia, mas não concentradas. A cada mês, devemos captar o aumento de uma ou duas empresas", acrescentou.

No primeiro trimestre, Braz considera que houve uma concentração "atípica" de reajustes em preços administrados. "Daqui para frente, essas concentrações serão mais raras", afirmou.

Para este mês, a pressão virá dos medicamentos, que foram reajustados no início de abril. Assim como outros monitorados, eles comprometem uma fatia maior do orçamento das famílias de baixa renda. O IPC-C1 engloba famílias com ganhos mensais entre 1 e 2,5 salários mínimos.

Acompanhe tudo sobre:ConsumoInflaçãoOrçamento federalPreços

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame