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Indústria critica desorganização do governo

Brasília, 5 de agosto (Portal EXAME) Representantes de 32 associações empresariais mandaram hoje um recado claro ao governo: conter a recessão é agora tão prioritário quanto foi, no início do ano, conter a inflação. A mensagem resultou da reunião, nesta terça-feira, do Fórum Nacional da Indústria. Na reunião, tivemos uma visão clara do quadro recessivo […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h16.

Brasília, 5 de agosto (Portal EXAME) Representantes de 32 associações empresariais mandaram hoje um recado claro ao governo: conter a recessão é agora tão prioritário quanto foi, no início do ano, conter a inflação. A mensagem resultou da reunião, nesta terça-feira, do Fórum Nacional da Indústria. Na reunião, tivemos uma visão clara do quadro recessivo , afirmou Armando Monteiro Neto, presidente da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Há um excesso de cautela na condução da política monetária , disse Monteiro Neto. Para ele, a política monetária deveria ser revista, já que há sinais claros de redução da inflação e do nível de atividade.

Além das críticas habituais, solicitando queda mais rápida da taxa básica de juros e investimento público para aquecer a economia, a nota do Fórum evidencia o desgaste do relacionamento entre o empresariado e o governo Luiz Inácio Lula da Silva. A carta pede ao governo para aperfeiçoar a coordenação das iniciativas governamentais para o setor produtivo , para aumentar a eficácia dessas iniciativas e para evitar a emissão de sinais contraditórios . O Fórum concluiu que há problemas crescentes de coordenação entre os funcionários do governo que lidam diretamente com o setor produtivo.

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A carta pede também que o governo defina marcos regulatórios para os setores de energia e saneamento e que reafirme seu compromisso com a propriedade privada no campo e nas cidades. Essas críticas visam o desempenho do governo em áreas que dependem apenas de organização, comunicação e posicionamento político, e não de ações mais delicadas, como mudanças na política econômica ou liberação de verbas. O governo lidou muito bem com a percepção externa, mas houve extrema insensibilidade da porta para dentro , disse Renan Proença, presidente da Fiergs (Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul). O mercardo interno está andando para trás .

O Fórum sugeriu medidas em três áreas. No campo monetário, pediu para o governo acelerar o ritmo de queda da taxa básica de juros, reduzir as alíquotas dos depósitos compulsórios para os níveis vigentes em julho de 2002 e reduzir a TJLP.

Na área de condições de investimento, sugeriu o uso de recursos disponíveis (FGTS, FAT, Cide e do orçamento da União) para obras de infra-estrutura e habitação, a definição de marcos regulatórios para os setores de energia elétrica e saneamento, a melhoria da coordenação entre os integrantes do governo que lidam com o setor produtivo e a reafirmação do compromisso com a propriedade privada no campo e nas cidades.

Por fim, o Fórum pediu que o governo insista numa reforma tributária com foco na competitividade e na desoneração do investimento produtivo, e numa reforma previdenciária que garanta justiça social e a solvência fiscal do sistema.

Fiesp

A Federação das Indústrias de São Paulo também divulgou nota nesta terça-feira (5/8) sobre a reforma da Previdência. "A Fiesp é favorável à aprovação da reforma da Previdência o quanto antes, e com o mínimo de alterações em relação ao que foi proposto pelo Executivo", afirma a entidade. "A proposta apresentada pelo governo está na direção correta."

Segundo a Fiesp, o número de beneficiários do sistema de previdência aumentou muito em relação aos contribuintes. "Com isso, o atual desequilíbrio está se agravando", afirma a nota. "Precisamos dar esse passo com urgência."

Governo

Em contrapartida às críticas recebidas, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou nota oficial nesta terça-feira (5/8), por meio de seu porta-voz André Siger, afirmando ter "confiança na aprovação da reforma da Previdência". "Será bom para o funcionalismo público, para o governo, para o Congresso Nacional e, sobretudo, para o Brasil", afirma o governo em nota. Leia a íntegra abaixo:

NOTA SOBRE A REFORMA DA PREVIDÊNCIA

Em face do debate em andamento sobre a reforma da Previdência, o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva faz no dia de hoje as seguintes considerações:

1. A proposta do governo está no Congresso Nacional e o Presidente entende que cada deputado tem tanta responsabilidade com o futuro do Brasil quanto o próprio Presidente da República;

2. A proposta poderá sofrer as modificações que as forças políticas do Parlamento entenderem que a aprimoram. Se não fosse assim, a democracia ficaria sem um dos seus pilares.

Por fim, o Presidente da República reafirma a confiança na aprovação da reforma da Previdência, o que, a seu ver, será bom para o funcionalismo público, para o governo, para o Congresso Nacional e, sobretudo, para o Brasil.

Brasília, 5 de agosto de 2003

André Singer

Porta-voz da Presidência da República


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